Ezequiel
יְחֶזְקֵאל
Ezequiel
foi sacerdote e profeta em Israel na época do exílio.
Ezequiel 1
A
VISÃO DA NAVE DE DEUS
1
Ora aconteceu no trigésimo ano, no quarto mês, no dia quinto do
mês, que estando eu no meio dos cativos, junto ao rio Quebar, se
abriram os céus, e eu tive visões de Deus. 2 No quinto dia
do mês, já no quinto ano do cativeiro do rei Joaquim, 3 veio
expressamente a palavra do Senhor a Ezequiel, filho de Buzi, o
sacerdote, na terra dos caldeus, junto ao rio Quebar; e ali esteve
sobre ele a mão do Senhor. 4 Olhei, e eis que um vento tempestuoso
vinha do norte, uma grande nuvem, com um
fogo que emitia de contínuo labaredas, e um resplendor ao redor
dela; e do meio do fogo saía uma coisa como o brilho de âmbar.
5 E do meio dela saía a semelhança de quatro seres viventes. E esta
era a sua aparência: tinham a semelhança de homem; 6 cada
um tinha quatro rostos, como também cada um deles quatro
asas. 7 E as suas pernas eram retas; e as plantas dos seus pés como
a planta do pé dum bezerro; e luziam como o brilho de bronze polido.
8 E tinham mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e
todos quatro tinham seus rostos e suas asas assim: 9 Uniam-se as suas
asas uma à outra; eles não se viravam quando andavam; cada qual
andava para adiante de si; 10 e a semelhança dos seus rostos era
como o rosto de homem; e à mão direita
todos os quatro tinham o rosto de leão,
e à mão esquerda todos os quatro tinham o rosto
de boi; e também tinham todos os quatro o rosto
de águia; 11 assim eram os seus rostos. As suas asas estavam
estendidas em cima; cada qual tinha duas asas que tocavam às de
outro; e duas cobriam os corpos deles. 12 E cada qual andava para
adiante de si; para onde o espírito havia de ir, iam; não se
viravam quando andavam. 13 No meio dos seres viventes havia uma coisa
semelhante a ardentes brasas de fogo, ou a tochas que se moviam por
entre os seres viventes; e o fogo resplandecia, e do fogo saíam
relâmpagos. 14 E os seres viventes corriam, saindo e voltando à
semelhança dum raio. 15 Ora, eu olhei para os seres viventes, e vi
rodas sobre a terra junto aos seres viventes, uma para cada um dos
seus quatro rostos. 16 O aspecto das rodas, e a obra delas, era como
o brilho de crisólita; e as quatro tinham uma mesma semelhança; e
era o seu aspecto, e a sua obra, como se estivera uma roda no meio de
outra roda. 17 Andando elas, iam em qualquer das quatro direções
sem se virarem quando andavam. 18 Estas rodas eram altas e
formidáveis; e as quatro tinham as suas cambotas cheias de olhos ao
redor. 19 E quando andavam os seres viventes, andavam as rodas ao
lado deles; e quando os seres viventes se elevavam da terra,
elevavam-se também as rodas. 20 Para onde o espírito queria ir, iam
eles, mesmo para onde o espírito tinha de ir; e as rodas se elevavam
ao lado deles; porque o espírito do ser vivente estava nas rodas. 21
Quando aqueles andavam, andavam estas; e quando aqueles paravam,
paravam estas; e quando aqueles se elevavam da terra, elevavam-se
também as rodas ao lado deles; porque o espírito do ser vivente
estava nas rodas. 22 E por cima das cabeças
dos seres viventes havia uma semelhança
de firmamento, como o brilho de cristal terrível, estendido por
cima, sobre a sua cabeça. 23 E debaixo do firmamento
estavam as suas asas direitas, uma em direção à outra; cada um
tinha duas que lhe cobriam o corpo dum lado, e cada um tinha outras
duas que o cobriam doutro lado. 24 E quando eles andavam, eu ouvia o
ruído das suas asas, como o ruído de muitas águas, como a voz do
Onipotente, o ruído de tumulto como o ruído dum exército; e,
parando eles, abaixavam as suas asas. 25 E ouvia-se uma voz por cima
do firmamento, que estava por cima das suas cabeças; parando eles,
abaixavam as suas asas. 26 E sobre o firmamento, que estava por cima
das suas cabeças, havia uma semelhança de
trono, como a aparência duma safira; e sobre a semelhança do
trono havia como que a semelhança dum homem, no alto, sobre ele. 27
E vi como o brilho de âmbar, como o aspecto do fogo pelo interior
dele ao redor desde a semelhança dos seus lombos, e daí para cima;
e, desde a semelhança dos seus lombos, e daí para baixo, vi como a
semelhança de fogo, e havia um resplendor ao redor dele. 28 Como o
aspecto do arco que aparece na nuvem no dia da chuva, assim era o
aspecto do resplendor em redor. Este era o
aspecto da semelhança da glória do Senhor; e, vendo isso,
caí com o rosto em terra, e ouvi uma voz de quem falava.
Ezequiel 2
O
CHAMADO DE EZEQUIEL
1
E disse-me: Filho do homem, põe-te em pé, e
falarei contigo. 2 Então, quando ele falava comigo entrou em
mim o Espírito, e me pôs em pé, e ouvi aquele que me falava. 3 E
disse-me ele: Filho do homem, eu te envio aos
filhos de Israel, às nações rebeldes que se rebelaram contra mim;
eles e seus pais têm transgredido contra mim até o dia de hoje. 4 E
os filhos são de semblante duro e obstinados de coração. Eu te
envio a eles, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus. 5 E eles, quer
ouçam quer deixem de ouvir (porque eles são casa rebelde), hão de
saber que esteve no meio deles um profeta. 6 E tu, ó filho do homem,
não os temas, nem temas as suas palavras; ainda que estejam contigo
sarças e espinhos, e tu habites entre escorpiões; não temas as
suas palavras, nem te assustes com os seus semblantes, ainda que são
casa rebelde. 7 Mas tu lhes dirás as minhas palavras, quer ouçam
quer deixem de ouvir, pois são rebeldes. 8 Mas tu, ó filho do
homem, ouve o que te digo; não sejas rebelde como a casa rebelde;
abre a tua boca, e come o que eu te dou. 9 E quando olhei, eis
que tua mão se estendia para mim, e eis que nela estava um rolo de
livro. 10 E abriu-o diante de mim; e o rolo estava escrito por dentro
e por fora; e nele se achavam escritas lamentações, e suspiros e
ais.
Ezequiel 3
O
ATALAIA
1
Depois me disse: Filho do homem, come o que
achares; come este rolo, e vai, fala à casa de Israel. 2
Então abri a minha boca, e ele me deu a comer o rolo. 3 E disse-me:
Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, e
enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então o
comi, e era na minha boca doce como o mel. 4 Disse-me ainda:
Filho do homem, vai, entra na casa de Israel, e dize-lhe as minhas
palavras. 5 Pois tu não és enviado a um povo de estranha fala, nem
de língua difícil, mas à casa de Israel; 6 nem a muitos povos de
estranha fala, e de língua difícil, cujas palavras não possas
entender; se eu aos tais te enviara, certamente te dariam ouvidos. 7
Mas a casa de Israel não te quererá ouvir; pois eles não me querem
escutar a mim; porque toda a casa de Israel é de fronte obstinada e
dura de coração. 8 Eis que fiz duro o teu rosto contra os seus
rostos, e dura a tua fronte contra a sua fronte. 9 Fiz como esmeril a
tua fronte, mais dura do que a pederneira. Não os temas pois, nem te
assustes com os seus semblantes, ainda que são casa rebelde. 10
Disse-me mais: Filho do homem, recebe no teu
coração todas as minhas palavras que te hei de dizer; e ouve-as com
os teus ouvidos. 11 E vai ter com os do cativeiro, com os filhos do
teu povo, e lhes falarás, e tu dirás: Assim diz o Senhor Deus; quer
ouçam quer deixem de ouvir. 12 Então o Espírito me
levantou, e ouvi por detrás de mim uma voz de grande estrondo, que
dizia: Bendita seja a glória do Senhor, desde
o seu lugar. 13 E ouvi o ruído das asas dos seres viventes,
ao tocarem umas nas outras, e o barulho
das rodas ao lado deles, e o sonido dum grande estrondo. 14 Então o
Espírito me levantou, e me levou; e eu me fui, amargurado, na
indignação do meu espírito; e a mão do Senhor era forte sobre
mim. 15 E vim ter com os do cativeiro, a Tel-Abibe, que moravam junto
ao rio Quebar, e eu morava onde eles moravam; e por sete dias
sentei-me ali, pasmado no meio deles. 16 Ao fim de sete dias, veio a
palavra do Senhor a mim, dizendo: 17 Filho do
homem, eu te dei por atalaia
sobre a casa de Israel; quando ouvires uma palavra da minha boca,
avisá-los-ás da minha parte. 18 Quando eu disser ao ímpio:
Certamente morrerás; se não o avisares, nem falares para avisar o
ímpio acerca do seu mau caminho, a fim de salvares a sua vida,
aquele ímpio morrerá na sua iniquidade; mas o seu sangue, da tua
mão o requererei: 19 Contudo se tu avisares o ímpio, e ele não se
converter da sua impiedade e do seu mau caminho, ele morrerá na sua
iniquidade; mas tu livraste a tua alma. 20 Semelhantemente, quando o
justo se desviar da sua justiça, e praticar a iniquidade, e eu puser
diante dele um tropeço, ele morrerá; porque não o avisaste, no seu
pecado morrerá e não serão lembradas as suas ações de justiça
que tiver praticado; mas o seu sangue, da tua mão o requererei. 21
Mas se tu avisares o justo, para que o justo não peque, e ele não
pecar, certamente viverá, porque recebeu o aviso; e tu livraste a
tua alma. 22 E a mão do Senhor estava sobre mim ali, e ele me
disse: Levanta-te, e sai ao vale, e ali falarei
contigo. 23 Então me levantei, e saí ao vale; e eis que a
glória do Senhor estava ali, como a glória que vi junto ao rio
Quebar; e caí com o rosto em terra. 24 Então entrou em mim o
Espírito, e me pôs em pé; e falou comigo, e me disse:
Entra, encerra-te dentro da tua casa. 25 E quanto a ti, ó filho do
homem, eis que porão cordas sobre ti, e te ligarão com elas, e tu
não sairás por entre eles. 26 E eu
farei que a tua língua se pegue ao teu paladar, e ficarás mudo,
e não lhes servirás de repreendedor; pois casa rebelde são eles.
27 Mas quando eu falar contigo, abrirei a tua boca, e lhes dirás:
Assim diz o Senhor Deus: Quem ouvir, ouça, e quem deixar de ouvir,
deixe; pois casa rebelde são eles.
Ezequiel 4
O
CERCO SIMBÓLICO DE JERUSALÉM
1
Tu pois, ó filho do homem, toma um tijolo, e pô-lo-ás diante de
ti, e grava nele uma cidade, a cidade de Jerusalém; 2 e põe contra
ela um cerco, e edifica contra ela uma fortificação, e levanta
contra ela uma tranqueira; e coloca contra ela arraiais, e põe-lhe
aríetes em redor. 3 Toma também uma sertã de ferro, e põe-na por
muro de ferro entre ti e a cidade; e olha para a cidade, e ela será
cercada, e tu a cercarás; isso servirá de sinal para a casa de
Israel. 4 Tu também deita-te sobre o teu lado esquerdo, e põe sobre
ele a iniquidade da casa de Israel; conforme o número dos dias em
que te deitares sobre ele, levarás a sua iniquidade. 5 Pois eu fixei
os anos da sua iniquidade, para que eles te sejam contados em dias,
trezentos e noventa dias; assim levarás a iniquidade da casa de
Israel. 6 E quando tiveres cumprido estes dias, deitar-te-ás sobre o
teu lado direito, e levarás a iniquidade da casa de Judá; quarenta
dias te dei, cada dia por um ano. 7 Dirigirás, pois, o teu rosto
para o cerco de Jerusalém, com o teu braço descoberto; e
profetizarás contra ela. 8 E eis que porei sobre ti cordas; assim tu
não te voltarás dum lado para o outro, até que tenhas cumprido os
dias de teu cerco: 9 E tu toma trigo, e cevada, e favas, e lentilhas,
e milho miúdo, e espelta, e mete-os numa só vasilha, e deles faze
pão. Conforme o número dos dias que te deitares sobre o teu lado,
trezentos e noventa dias, comerás disso. 10 E a tua comida, que hás
de comer, será por peso, vinte siclos cada dia; de tempo em tempo a
comerás. 11 Também beberás a água por medida, a sexta parte dum
him; de tempo em tempo beberás. 12 Tu a comerás como bolos de
cevada, e à vista deles a assarás sobre o excremento humano.
13 E disse o Senhor: Assim comerão os filhos
de Israel o seu pão imundo, entre as nações, para onde eu os
lançarei. 14 Então disse eu: Ah Senhor
Deus! Eis
que a minha alma não foi contaminada; pois desde a minha mocidade
até agora jamais comi do animal que morre de si mesmo, ou que é
dilacerado por feras; nem carne abominável entrou na minha boca.
15 Então me disse: Vê, eu te dou esterco de
bois em lugar de excremento de homem; e sobre ele prepararás o teu
pão, 16 Disse-me mais: Filho
do homem, eis que quebrarei o báculo de pão em Jerusalém; e
comerão o pão por peso, e com ansiedade; e beberão a água por
medida, e com espanto; 17 até que lhes
falte o pão e a água, e se espantem uns com os outros, e se
definhem na sua iniquidade.
Ezequiel 5
O
JUÍZO DE JERUSALÉM
1
E tu, ó filho do homem, toma uma espada afiada; como navalha de
barbeiro a usarás, e a farás passar pela tua cabeça e pela tua
barba. Então tomarás uma balança e repartirás os cabelos. 2 A
terça parte, queimá-la-ás no fogo, no meio da cidade, quando se
cumprirem os dias do cerco; tomarás outra terça parte, e com uma
espada feri-la-ás ao redor da cidade; e espalharás a outra terça
parte ao vento; e eu desembainharei a espada atrás deles. 3 E
tomarás deles um pequeno número, e atá-los-ás nas bordas da tua
capa. 4 E ainda destes tomarás alguns e, lançando-os no meio do
fogo, os queimarás no fogo; e dali sairá um fogo contra toda a casa
de Israel. 5 Assim diz o Senhor Deus:
Esta é Jerusalém; coloquei-a no meio das nações, estando os
países ao seu redor; 6 ela, porém, se rebelou perversamente contra
os meus juízos, mais do que as nações, e os meus estatutos mais do
que os países que estão ao redor dela; porque rejeitaram as minhas
ordenanças, e não andaram nos meus preceitos. 7 Portanto
assim diz o Senhor Deus: Porque sois mais
turbulentos do que as nações que estão ao redor de vós, e não
tendes andado nos meus estatutos, nem guardado os meus juízos, e
tendes procedido segundo as ordenanças das nações que estão ao
redor de vós; 8 por isso assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu, sim, eu, estou contra ti; e executarei juízos no meio de
ti aos olhos das nações. 9 E por causa de todas as tuas abominações
farei sem ti o que nunca fiz, e coisas às quais nunca mais farei
semelhantes. 10 Portanto
os pais comerão a seus filhos no meio de ti, e os filhos comerão a
seus pais; e executarei em ti juízos, e todos os que restarem de ti,
espalhá-los-ei a todos os ventos. 11 Portanto, tão certo como eu
vivo, diz o Senhor Deus, pois que
profanaste o meu santuário com todas as tuas coisas detestáveis, e
com todas as tuas abominações, também eu te diminuirei; e não te
perdoarei, nem terei piedade de ti. 12 uma terça parte de ti morrerá
da peste, e se consumirá de fome no meio de ti; e outra terça parte
cairá à espada em redor de ti; e a outra terça parte,
espalhá-la-ei
a todos os ventos, e desembainharei a espada atrás deles. 13 Assim
se cumprirá a minha ira, e satisfarei neles o meu furor, e me
consolarei; e saberão que sou eu, o Senhor, que tenho falado no meu
zelo, quando eu cumprir neles o meu furor. 14 Demais te farei uma
desolação, e objeto de opróbrio entre as nações que estão em
redor de ti, à vista de todos os que passarem. 15 E isso será
objeto de opróbrio e ludíbrio, e escarmento e espanto, às nações
que estão em redor de ti, quando eu executar em ti juízos com ira,
e com furor, e com furiosos castigos. Eu, o Senhor, o disse. 16
Quando eu enviar as malignas flechas da fome contra eles, flechas
para a destruição, as quais eu mandarei para vos destruir; e
aumentarei a fome sobre vós, e tirar-vos-ei o sustento do pão. 17 E
enviarei sobre vós a fome e feras, que te desfilharão; e a peste e
o sangue passarão por ti; e trarei a espada sobre ti. Eu,
o Senhor, o disse.
Ezequiel 6
A
IDOLATRIA DE ISRAEL
1
E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, dirige o teu rosto para os montes de Israel, e
profetiza contra eles. 3 E dize: Montes de Israel, ouvi a palavra do
Senhor Deus. Assim diz o Senhor Deus aos montes, aos outeiros, às
ravinas e aos vales: Eis que eu, sim eu, trarei a espada sobre vós,
e destruirei os vossos altos. 4 E serão assolados os vossos altares,
e quebrados os vossos altares de incenso; e arrojarei os vossos
mortos diante dos vossos ídolos. 5 E porei os cadáveres dos filhos
de Israel diante dos seus ídolos, e espalharei os vossos ossos em
redor dos vossos altares. 6 Em todos os vossos lugares habitáveis as
cidades serão destruídas, e os altos assolados; para que os vossos
altares sejam destruídos e assolados, e os vossos ídolos se quebrem
e sejam destruídos, e os altares de incenso sejam cortados, e
desfeitas as vossas obras. 7 E os traspassados cairão no meio de
vós, e sabereis que eu sou o Senhor. 8 Contudo deixarei com vida um
restante, visto que tereis alguns que escaparão da espada entre as
nações, quando fordes espalhados pelos países. 9 Então os que
dentre vós escaparem se lembrarão de mim entre as nações para
onde forem levados em cativeiro, quando eu lhes tiver quebrantado o
coração corrompido, que se desviou de mim, e cegado os seus olhos,
que se vão corrompendo após os seus ídolos; e terão nojo de si
mesmos, por causa das maldades que fizeram em todas as suas
abominações. 10 E saberão que eu sou o Senhor; não disse debalde
que lhes faria este mal. 11 Assim diz o Senhor Deus: Bate
com a mão, e bate com o teu pé, e dize: Ah! Por
causa de todas as péssimas abominações da casa de Israel; pois
eles cairão à espada, e de fome, e de peste. 12 O que estiver longe
morrerá de peste; e, o que está perto cairá à espada; e o que
ficar de resto e cercado morrerá de fome; assim cumprirei o meu
furor contra eles. 13 Então sabereis que eu sou o Senhor, quando os
seus mortos estiverem estendidos no meio dos seus ídolos, em redor
dos seus altares, em todo outeiro alto, em todos os cumes dos montes,
e debaixo de toda árvore verde, e debaixo de todo carvalho frondoso,
lugares onde ofereciam suave cheiro a todos os seus ídolos. 14 E
estenderei a minha mão sobre eles, e farei a terra desolada e erma,
em todas as suas habitações; desde o deserto até Dibla; e saberão
que eu sou o Senhor.
Ezequiel 7
VEM
O FIM
1
Demais veio a palavra do Senhor a mim, dizendo: 2
E tu, ó filho do homem, assim diz o Senhor Deus à terra de Israel:
Vem o fim, o fim vem sobre os quatro cantos da terra. 3 Agora vem o
fim sobre ti, e enviarei sobre ti a minha ira, e te julgarei conforme
os teus caminhos; e trarei sobre ti todas as tuas abominações. 4 E
não te pouparei, nem terei piedade de ti; mas eu te punirei por
todos os teus caminhos, enquanto as tuas abominações estiverem no
meio de ti; e sabereis que eu sou o Senhor. 5 Assim diz o
Senhor Deus: Mal sobre mal! Eis
que vem! 6 Vem o fim, o fim vem, despertou-se contra ti; eis que vem.
7 Vem a tua ruína, ó habitante da terra! Vem o tempo; está perto o
dia, o dia de tumulto, e não de gritos alegres, sobre os montes. 8
Agora depressa derramarei o meu furor sobre ti, e cumprirei a minha
ira contra ti, e te julgarei conforme os teus caminhos; e te punirei
por todas as tuas abominações. 9 E não te pouparei, nem terei
piedade; conforme os teus caminhos, assim te punirei, enquanto as
tuas abominações estiverem no meio de ti; e sabereis que eu, o
Senhor, castigo. 10 Eis o dia! Eis que vem! Veio a tua ruína; já
floresceu a vara, já brotou a soberba.11 A violência se levantou em
vara de iniquidade. Nada
restará deles, nem da sua multidão, nem dos seus bens. Não haverá
eminência entre eles. 12 Vem o tempo, é chegado o dia; não se
alegre o comprador, e não se entristeça o vendedor; pois a ira está
sobre toda a multidão deles. 13 Na verdade o vendedor não tornará
a possuir o que vendeu, ainda que esteja por longo tempo entre os
viventes; pois a visão, no tocante a toda a multidão deles, não
voltará atrás; e ninguém prosperará na vida, pela sua iniquidade.
14 Já tocaram a trombeta, e tudo prepararam, mas não há quem vá à
batalha; pois sobre toda a multidão deles está a minha ira. 15 Fora
está a espada, e dentro a peste e a fome; o que estiver no campo
morrerá à espada; e o que estiver na cidade, a fome e a peste o
consumirão. 16 E se escaparem alguns sobreviventes, estarão sobre
os montes, como pombas dos vales, todos gemendo, cada um
por causa da sua iniquidade. 17 Todas as mãos se enfraquecerão, e
todos os joelhos se tornarão fracos como água. 18 E se cingirão de
sacos, e o terror os cobrirá; e sobre todos os rostos haverá
vergonha e sobre todas as suas cabeças calva. 19 A sua prata,
lançá-la-ão pelas ruas, e o seu ouro será como imundícia; nem a
sua prata nem o seu ouro os poderá livrar no dia do furor do Senhor;
esses metais não lhes poderão saciar a fome, nem lhes encher o
estômago; pois serviram de tropeço da sua iniquidade. 20
Converteram em soberba a formosura dos seus adornos, e deles fizeram
as imagens das suas abominações, e as suas coisas detestáveis; por
isso eu a fiz para eles como uma coisa
imunda. 21 E entregá-la-ei nas mãos dos estrangeiros por presa, e
aos ímpios da terra por despojo; e a profanarão. 22 E desviarei
deles o meu rosto, e profanarão o meu lugar oculto; porque entrarão
nele saqueadores, e o profanarão. 23 Faze uma cadeia, porque a terra
está cheia de crimes de sangue, e a cidade está cheia de violência.
24 Pelo que trarei dentre as nações os piores, que possuirão as
suas casas; e farei cessar a soberba dos poderosos; e os seus lugares
santos serão profanados. 25 Quando vier a angústia eles buscarão a
paz, mas não haverá paz. 26 Miséria sobre miséria virá, e se
levantará rumor sobre rumor; e buscarão do profeta uma visão; mas
do sacerdote perecerá a lei, e dos anciãos o conselho. 27 O rei
pranteará, e o príncipe se vestirá de desolação, e as mãos do
povo da terra tremerão de medo. Conforme o seu caminho lhes farei, e
conforme os seus merecimentos os julgarei; e saberão que eu sou o
Senhor.
Ezequiel 8
A
PROFANAÇÃO DO TEMPLO
1
Sucedeu pois, no sexto ano, no mês sexto, no quinto dia do mês,
estando eu assentado na minha casa, e os anciãos de Judá assentados
diante de mim, que ali a mão do Senhor Deus caiu sobre mim. 2 Então
olhei, e eis uma semelhança como aparência de fogo. Desde a
aparência dos seus lombos, e para baixo, era fogo; e dos seus
lombos, e para cima, como aspecto de resplendor, como e brilho de
âmbar. 3 E estendeu a forma duma mão, e me tomou por uma trança da
minha cabeça; e o Espírito me levantou entre a terra e o céu, e
nas visões de Deus me trouxe a Jerusalém, até a entrada da porta
do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava o assento da
imagem do ciúme, que provoca ciúme. 4 E eis que a glória
do Deus de Israel estava ali, conforme a semelhança que eu tinha
visto no vale. 5 Então me disse: Filho do
homem, levanta agora os teus olhos para o caminho do norte. Levantei,
pois, os meus olhos para o caminho do norte, e eis que ao norte da
porta do altar, estava esta imagem do ciúme na entrada. 6 E
ele me disse: Filho do homem, vês tu o que
eles estão fazendo? As
grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me
afaste do meu santuário; Mas verás ainda outras grandes
abominações. 7 E levou-me à porta do átrio; então olhei,
e eis que havia um buraco na parede. 8 Então ele me disse: Filho
do homem, cava agora na parede. E quando eu tinha cavado na
parede, eis que havia uma porta. 9 Disse-me ainda:
Entra, e vê as ímpias abominações que eles fazem aqui. 10
Entrei, pois, e olhei: E eis que toda a forma de répteis, e de
animais abomináveis, e todos os ídolos da casa de Israel, estavam
pintados na parede em todo o redor. 11 E setenta homens dos anciãos
da casa de Israel, com Jaazanias, filho de Safã, no meio deles,
estavam em pé diante das pinturas, e cada um tinha na mão o seu
incensário; e subia o odor de uma nuvem de incenso. 12 Então me
disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos
da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras
pintadas de imagens? Pois dizem: O Senhor não nos vê; o Senhor
abandonou a terra. 13 Também me disse: Verás
ainda maiores abominações que eles fazem. 14 Depois me levou
à entrada da porta da casa do Senhor, que olha para o norte; e eis
que estavam ali mulheres assentadas chorando por Tamuz(1).
15 Então me disse: Viste, filho do homem?
Verás ainda maiores abominações do que estas. 16 E levou-me
para o átrio interior da casa do Senhor; e eis que estavam à
entrada do templo do Senhor, entre o pórtico e o altar, cerca de
vinte e cinco homens, de costas para o templo do Senhor, e com os
rostos para o oriente; e assim, virados para o oriente, adoravam o
sol. 17 Então me disse: Viste, filho do
homem? Acaso é isto coisa leviana para a casa de Judá, o fazerem
eles as abominações que fazem aqui? Pois,
havendo enchido a terra de violência, tornam a provocar-me à ira; e
ei-los a chegar o ramo ao seu nariz. 18 Pelo que também eu
procederei com furor; o meu olho não poupará, nem terei piedade.
Ainda que me gritem aos ouvidos com grande voz, contudo não os
ouvirei.
Tamuz:
Deus dos sumérios.
Ezequiel 9
O
LIVRAMENTO DOS FIÉIS
1
Então me gritou aos ouvidos com grande voz, dizendo: Chegai,
vós, os intendentes da cidade, cada um com as suas armas
destruidoras na mão. 2 E eis que vinham seis homens do
caminho da porta superior, que olha para o norte, e cada um com a sua
arma de matança na mão; e entre eles um homem
vestido de linho, com um tinteiro de escrivão à sua cintura.
E entraram, e se puseram junto ao altar de bronze. 3 E a glória do
Deus de Israel se levantou do querubim sobre o qual estava, e passou
para a entrada da casa; e clamou ao homem vestido de linho, que
trazia o tinteiro de escrivão à sua cintura. 4 E disse-lhe o
Senhor: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de
Jerusalém, e marca com um sinal as
testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as
abominações que se cometem no meio dela.
5 E aos outros disse ele, ouvindo eu: Passai
pela cidade após ele, e feri; não poupe o vosso olho, nem vos
compadeçais. 6 Matai velhos, mancebos e virgens, criancinhas e
mulheres, até exterminá-los; mas não vos chegueis a qualquer sobre
quem estiver o sinal; e começai
pelo meu santuário. Então começaram pelos anciãos que
estavam diante da casa. 7 E disse-lhes:
Profanai a casa, e enchei os átrios de mortos; saí. E
saíram, e feriram na cidade. 8 Sucedeu pois que, enquanto eles
estavam ferindo, e ficando eu sozinho, caí com o rosto em terra, e
clamei, e disse: Ah Senhor Deus! Destruirás
todo o restante de Israel, derramando a tua indignação sobre
Jerusalém? 9 Então me disse: A culpa
da casa de Israel e de Judá é grandíssima, a terra está cheia de
sangue, e a cidade cheia de injustiça; pois eles dizem: O Senhor
abandonou a terra; o Senhor não vê. 10 Também, quanto a mim, não
pouparei nem me compadecerei; sobre a cabeça deles farei recair o
seu caminho. 11 E eis que o homem que estava vestido de linho,
a cuja cintura estava o tinteiro, tornou com a resposta, dizendo: Fiz
como me ordenaste.
Deus
enviou seu homem vestido de linho com o tinteiro para marcar os fiéis
a fim de livrá-los do castigo dos anjos.
Ezequiel 10
A
GLÓRIA DO SENHOR E OS QUERUBINS
1
Depois olhei, e eis que no firmamento que estava por cima da cabeça
dos querubins, apareceu sobre eles uma como pedra de safira,
semelhante em forma a um trono. 2 E falou ao homem
vestido de linho, dizendo: Vai por entre
as rodas giradoras, até debaixo do querubim, enche as tuas mãos de
brasas acesas dentre os querubins, e espalha-as sobre a cidade.
E ele entrou à minha vista. 3 E os querubins estavam de pé ao lado
direito da casa, quando entrou o homem; e uma nuvem encheu o átrio
interior. 4 Então se levantou a glória do
Senhor de sobre o querubim, e passou para a entrada da casa; e
encheu-se a casa duma nuvem, e o átrio se encheu do resplendor da
glória do Senhor. 5 E o ruído das asas dos querubins se ouvia até
o átrio exterior, como a voz do Deus Todo Poderoso, quando fala. 6
Sucedeu pois que, dando ele ordem ao homem vestido de linho, dizendo:
Toma fogo dentre as rodas, dentre os querubins,
entrou ele, e pôs-se junto a uma roda. 7 Então estendeu um querubim
a sua mão de entre os querubins para o fogo que estava entre os
querubins; e tomou dele e o pôs nas mãos do que estava vestido de
linho, o qual o tomou, e saiu. 8 E apareceu nos querubins uma
semelhança de mão de homem debaixo das suas asas. 9 Então olhei, e
eis quatro rodas junto aos querubins, uma roda junto a um querubim, e
outra roda junto a outro querubim; e o aspecto das rodas era como o
brilho de pedra de crisólita. 10 E, quanto ao seu aspecto, as quatro
tinham a mesma semelhança, como se estivesse uma roda no meio doutra
roda. 11 Andando elas, iam em qualquer das quatro direções sem se
virarem quando andavam, mas para o lugar para onde olhava a cabeça,
para esse andavam; não se viravam quando andavam. 12 E todo o seu
corpo, as suas costas, as suas mãos, as suas asas, e as rodas que os
quatro tinham, estavam cheias de olhos em redor. 13 E, quanto às
rodas, elas foram chamadas rodas giradoras, ouvindo-o eu. 14 E cada
um tinha quatro rostos: o primeiro rosto era rosto de querubim, o
segundo era rosto de homem, o terceiro era rosto de leão, e o quarto
era rosto de águia. 15 E os querubins se elevaram ao alto. Eles são
os mesmos seres viventes que vi junto ao rio Quebar. 16 E quando os
querubins andavam, andavam as rodas ao lado deles; e quando os
querubins levantavam as suas asas, para se elevarem da terra, também
as rodas não se separavam do lado deles. 17 Quando aqueles paravam,
paravam estas; e quando aqueles se elevavam, estas se elevavam com
eles; pois o espírito do ser vivente estava nelas. 18 Então saiu a
glória do Senhor de sobre a entrada da casa, e parou sobre os
querubins. 19 E os querubins alçaram as suas asas, e se elevaram da
terra à minha vista, quando saíram, acompanhados pelas rodas ao
lado deles; e pararam à entrada da porta oriental da casa do Senhor,
e a glória do Deus de Israel estava em cima sobre eles. 20 São
estes os seres viventes que vi debaixo do Deus de Israel, junto ao
rio Quebar; e percebi que eram querubins. 21 Cada um tinha quatro
rostos e cada um quatro asas; e debaixo das suas asas havia a
semelhança de mãos de homem. 22 E a semelhança dos seus rostos era
a dos rostos que eu tinha visto junto ao rio Quebar; tinham a mesma
aparência, eram eles mesmos; cada um andava em linha reta para a
frente.
Ezequiel 11
LHES
DAREI UM SÓ CORAÇÃO
1
Então me levantou o Espírito, e me levou à porta oriental da casa
do Senhor, a qual olha para o oriente; e eis que estavam à entrada
da porta vinte e cinco homens, e no meio deles vi a Jaazanias, filho
de Azur, e a Pelatias, filho de Benaías, príncipes do povo. 2 E
disse-me: Filho do homem, estes são os homens
que maquinam a iniquidade, e dão ímpio conselho nesta cidade; 3 os
quais dizem: Não está próximo o tempo de edificar casas; esta
cidade é a caldeira, e nós somos a carne. 4 Portanto, profetiza
contra eles; profetiza, ó filho do homem. 5 E caiu sobre mim
o Espírito do Senhor, e disse-me: Fala: Assim
diz o Senhor: Assim tendes dito, ó casa de Israel; pois eu conheço
as coisas que vos entram na mente. 6 Multiplicastes os vossos mortos
nesta cidade, e enchestes as suas ruas de mortos. 7 Portanto, assim
diz o Senhor Deus: Vossos mortos que deitastes no meio dela, esses
são a carne, e ela é a caldeira; a vós, porém, vos tirarei do
meio dela. 8 Temestes a espada, e a espada eu a trarei sobre vós,
diz o Senhor Deus. 9 E vos farei sair do meio dela, e vos entregarei
na mão de estrangeiros, e exercerei juízos entre vós. 10 Caireis à
espada; nos confins de Israel vos julgarei; e sabereis que eu sou o
Senhor. 11 Esta cidade não vos servirá de caldeira, nem vós
servirei de carne no meio dela; nos confins de Israel vos julgarei;
12 e sabereis que eu sou o Senhor; pois não tendes andado nos meus
estatutos, nem executado as minhas ordenanças; antes tendes
procedido conforme as ordenanças das nações que estão em redor de
vós. 13 E aconteceu que, profetizando eu, morreu Pelatias,
filho de Benaías. Então caí com o resto em terra, e clamei com
grande voz, e disse: Ah Senhor Deus! Darás
fim cabal ao remanescente de Israel? 14 Então veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo: 15 Filho do homem,
teus irmãos, os teus próprios irmãos, os homens de teu parentesco,
e toda a casa de Israel, todos eles, são aqueles a quem os
habitantes de Jerusalém disseram: Apartai-vos para longe do Senhor;
a nós se nos deu esta terra em possessão. 16 Portanto, dize: Assim
diz o Senhor Deus: Ainda que os mandei para longe entre as nações,
e ainda que os espalhei pelas terras, todavia lhes servirei de
santuário por um pouco de tempo, nas terras para onde foram. 17
Portanto, dize: Assim diz o senhor Deus: Hei de ajuntar-vos do meio
dos povos, e vos recolherei do meio das terras para onde fostes
espalhados, e vos darei a terra de Israel. 18 E virão ali, e tirarão
dela todas as suas coisas detestáveis e todas as suas abominações.
19 E lhes darei um só coração, e
porei dentro deles um novo espírito; e tirarei da sua carne o
coração de pedra, e lhes darei um coração de carne, 20 para que
andem nos meus estatutos, e guardem as minhas ordenanças e as
cumpram; e eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.
21 Mas, quanto àqueles cujo coração andar após as suas coisas
detestáveis, e das suas abominações, eu farei recair nas suas
cabeças o seu caminho, diz o Senhor Deus. 22 Então os
querubins elevaram as suas asas, estando as rodas ao lado deles; e a
glória do Deus de Israel estava em cima sobre eles. 23 E a glória
do Senhor se alçou desde o meio da cidade, e se pôs sobre o monte
que está ao oriente da cidade. 24 Então o Espírito me levantou, e
me levou na visão pelo Espírito de Deus para a Caldeia, para os
exilados. Assim se foi de mim a visão que eu tinha visto. 25 E falei
aos do cativeiro todas as coisas que o Senhor me tinha mostrado.
Ezequiel 12
A
CASA REBELDE
1
Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, tu habitas no meio da
casa rebelde, que tem olhos para ver e não vê, e tem ouvidos para
ouvir e não ouve; porque é casa rebelde.
3 Tu, pois, ó filho do homem, prepara-te os trastes para mudares
para o exílio, e de dia muda à vista deles; e do teu lugar mudarás
para outro lugar à vista deles; bem pode ser que reparem nisso,
ainda que eles são casa rebelde. 4 À vista deles, pois, tirarás
para fora, de dia, os teus trastes, como para mudança; então tu
sairás de tarde à vista deles, como quem sai para o exílio. 5 Faze
para ti, à vista deles, uma abertura na parede, e por ali sairás. 6
À vista deles levarás aos ombros os teus trastes, e às escuras os
transportarás, e cobrirás o teu rosto, para que não vejas o chão;
porque te pus por sinal à casa de Israel. 7 E fiz assim, como
se me deu ordem: os meus trastes tirei para fora de dia, como para o
exílio; então à tarde fiz com a mão uma abertura na parede; às
escuras saí, carregando-os aos ombros, à vista deles. 8 E veio a
mim a palavra do Senhor, pela manhã, dizendo: 9
Filho do homem, não te perguntou a casa de Israel, aquela casa
rebelde: Que fazes tu? 10 Dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Este
oráculo se refere ao príncipe em Jerusalém, e a toda a casa de
Israel que está no meio dela. 11 Dize: Eu sou o vosso sinal: Assim
como eu fiz, assim se lhes fará a eles; irão para o exílio para o
cativeiro, 12 E o príncipe que está no meio deles levará aos
ombros os trastes, e às escuras sairá; ele fará uma abertura na
parede e sairá por ela; ele cobrirá o seu rosto, pois com os seus
olhos não verá o chão. 13 Também estenderei a minha rede sobre
ele, e ele será apanhado no meu laço; e o levarei para Babilônia,
para a terra dos caldeus; contudo não a verá, ainda que ali
morrerá. 14 E todos os que estiverem ao redor dele para seu socorro
e todas as suas tropas, espalhá-los-ei a todos os ventos; e
desembainharei a espada atrás deles. 15 Assim saberão que eu sou o
Senhor, quando eu os dispersar entre as nações e os espalhar entre
os países. 16 Mas deles deixarei ficar alguns poucos, escapos da
espada, da fome, e da peste, para que confessem todas as suas
abominações entre as nações para onde forem; e saberão que eu
sou o Senhor. 17 Ainda veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo: 18 Filho do homem, come o teu pão com
tremor, e bebe a tua água com estremecimento e com receio. 19 E
dirás ao povo da terra: Assim diz o Senhor Deus acerca dos
habitantes de Jerusalém, na terra de Israel: O seu pão comerão com
receio, e a sua água beberão com susto pois a sua terra será
despojada de sua abundância, por causa da violência de todos os que
nela habitam. 20 E as cidades habitadas serão devastadas, e a terra
se tornará em desolação; e sabereis que eu sou o Senhor. 21
E veio ainda a mim a palavra do Senhor, dizendo:
22 Filho do homem, que provérbio é este que vós tendes na terra de
Israel, dizendo: Dilatam-se os dias, e falha toda a visão? 23
Portanto, dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Farei cessar este
provérbio, e não será mais usado em Israel; mas dize-lhes: Estão
próximos os dias, e o cumprimento de toda a visão. 24 Pois não
haverá mais nenhuma visão vã, nem adivinhação lisonjeira, no
meio da casa de Israel. 25 Porque eu sou o Senhor; falarei, e a
palavra que eu falar se cumprirá. Não será mais adiada; pois em
nossos dias, ó casa rebelde, falarei a palavra e a cumprirei,
diz o Senhor Deus. 26 Veio mais a mim a palavra do Senhor, dizendo:
27 Filho do homem, eis que os da casa de Israel dizem: A visão que
este vê é para muitos dias no futuro, e ele profetiza de tempos que
estão longe. 28 Portanto dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Não
será mais adiada nenhuma das minhas palavras, mas a palavra que
falei se cumprirá, diz o Senhor Deus.
Ezequiel 13
ACERCA
DOS FALSOS PROFETAS
1
E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel e dize a esses
videntes que só profetizam o que vê o seu coração:
Ouvi a palavra do Senhor. 3 Assim diz o Senhor Deus:
Ai dos profetas insensatos, que seguem o seu próprio espírito.
4 Os teus profetas, ó Israel, têm sido
como raposas nos desertos. 5 Não subistes às brechas, nem fizestes
uma cerca para a casa de Israel, para que permaneça firme na peleja
no dia do Senhor. 6 Viram vaidade e adivinhação mentirosa os que
dizem: O Senhor diz; quando o Senhor não os enviou; e esperam que
seja cumprida a palavra. 7 Acaso não tivestes visão de vaidade, e
não falastes adivinhação mentirosa, quando dissestes: O Senhor
diz; sendo que eu tal não falei? 8
Portanto assim diz o Senhor Deus: Porque
tendes falado vaidade, e visto mentiras, por isso eis que eu sou
contra vós, diz o Senhor Deus. 9 E a
minha mão será contra os profetas que veem vaidade e que adivinham
mentira; não estarão no concílio do meu povo, nem nos registros da
casa de Israel se escreverão, nem entrarão na terra de Israel; e
sabereis que eu sou o Senhor Deus. 10 Portanto, sim, porquanto
desviaram o meu povo, dizendo: Paz; e não há paz; e quando se
edifica uma parede, eis que a rebocam de argamassa fraca; 11 dize aos
que a rebocam de argamassa fraca que ela cairá. Sobrevirá forte
chuva, grandes pedras de saraiva cairão, e um vento tempestuoso a
fenderá. 12 Ora, eis que, caindo a parede, não vos dirão: Onde
está o reboco de que a rebocastes? 13
Portanto assim diz o Senhor Deus:
Fendê-la-ei
no meu furor com vento tempestuoso e, na minha ira, farei cair forte
chuva, e grandes pedras de saraiva, na minha indignação, para a
consumir. 14 E derribarei a parede que rebocastes com argamassa
fraca, e darei com ela por terra, de modo que seja descoberto o seu
fundamento; quando ela cair, vós perecereis no meio dela; e sabereis
que eu sou o Senhor. 15 Assim cumprirei o meu furor contra a parede,
e contra os que a rebocam de argamassa fraca; e vos direi: A parede
já não existe, nem aqueles que a rebocaram, a saber, 16 os profetas
de Israel, que profetizam acerca de Jerusalém, e veem para ela visão
de paz, não havendo paz, diz o Senhor Deus. 17
E tu, ó filho do homem, dirige o teu rosto contra as filhas do teu
povo, que profetizam de seu próprio
coração; e profetiza contra elas. 18 e dize:
Assim diz o Senhor Deus: Ai das que
cosem pulseiras mágicas para todos os braços, e que fazem véus
para as cabeças de pessoas de toda estatura para caçarem as almas!
Porventura caçareis as almas do meu povo? E
conservareis em vida almas para vosso proveito? 19 Vós me
profanastes entre o meu povo por punhados de cevada, e por pedaços
de pão, matando aqueles que não haviam de morrer, e guardando vivos
aqueles que não haviam de viver, mentindo ao meu povo que escuta a
mentira. 20 Portanto assim diz o Senhor
Deus: Eis aqui eu sou contra as vossas
pulseiras mágicas com que vós ali caçais as almas como aves, e as
arrancarei de vossos braços; e soltarei as almas, sim as almas que
vós caçais como aves. 21 Também rasgarei os vossos véus, e
livrarei o meu povo das vossas mãos, e eles não estarão mais em
vossas mãos para serem caçados; e sabereis que eu sou e Senhor. 22
Visto que entristecestes o coração do justo com falsidade, não o
havendo eu entristecido, e fortalecestes as mãos do ímpio, para que
não se desviasse do seu mau caminho, e vivesse; 23 portanto não
tereis mais visões vãs, nem mais fareis adivinhações; mas
livrarei o meu povo das vossas mãos, e sabereis que eu sou o Senhor.
Ezequiel 14
O
CASTIGO DOS IDÓLATRAS
1
Então vieram a mim alguns homens dos anciãos de Israel, e se
assentaram diante de mim. 2 E veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo: 3 Filho do homem, estes homens deram
lugar nos seus corações aos seus ídolos, e puseram o tropeço da
sua maldade diante da sua face; devo eu de alguma maneira ser
interrogado por eles? 4 Portanto fala com eles, e dize-lhes:
Assim diz o Senhor Deus: Qualquer
homem da casa de Israel que der lugar no seu coração aos seus
ídolos, e puser o tropeço da sua maldade diante da sua face, e vier
ao profeta, eu, o Senhor, lhe responderei nisso conforme a multidão
dos seus ídolos; 5 para que possa apanhar a casa de Israel no seu
coração, porquanto todos são alienados de mim pelos seus ídolos.
6 Portanto dize à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus:
Convertei-vos, e deixai os vossos ídolos; e desviai os vossos rostos
de todas as vossas abominações. 7 Porque qualquer homem da casa de
Israel, ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, que se alienar
de mim e der lugar no seu coração aos seus ídolos, e puser tropeço
da sua maldade diante do seu rosto, e vier ao profeta para me
consultar a favor de si mesmo, eu, o Senhor, lhe responderei por mim
mesmo; 8 e porei o meu rosto contra o tal homem, e o farei um
espanto, um sinal e um provérbio, e exterminá-lo-ei do meio do meu
povo; e sabereis que eu sou o Senhor. 9 E se o profeta for enganado,
e falar alguma coisa, eu, o Senhor, terei enganado esse profeta; e
estenderei a minha mão contra ele, e destruí-lo-ei do meio do meu
povo Israel. 10 E levarão o seu castigo. O castigo do profeta será
como o castigo de quem o consultar; 11 para que a casa de Israel não
se desvie mais de mim, nem mais se contamine com todas as suas
transgressões; mas que sejam eles o meu povo, e seja eu o seu Deus,
diz o Senhor Deus. 12 Veio ainda a mim a palavra do Senhor, dizendo:
13 Filho do homem, quando uma terra pecar
contra mim, agindo traiçoeiramente, então estenderei a minha mão
contra ela, e lhe quebrarei o báculo do pão, e enviarei contra ela
a fome, e dela exterminarei homens e animais; 14 ainda que estivessem
no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles pela sua
justiça, livrariam apenas a sua própria vida, diz o Senhor Deus. 15
Se eu fizer passar pela terra bestas-feras,
e estas a assolarem, de modo que ela fique desolada, sem que ninguém
possa passar por ela por causa das feras; 16 ainda que esses três
homens estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Deus,
que nem a filhos nem a filhas livrariam; eles
só ficariam livres; a terra, porém, seria assolada. 17 Ou, se eu
trouxer a espada sobre aquela terra, e disser: Espada, passa pela
terra; de modo que eu extermine dela homens e animais; 18 ainda que
aqueles três homens estivessem nela, vivo eu, diz o Senhor Deus,
eles não livrariam nem filhos nem filhas, mas eles só ficariam
livres. 19 Ou, se eu enviar a peste sobre aquela terra, e derramar o
meu furor sobre ela com sangue, para exterminar dela homens e
animais; 20 ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela,
vivo eu, diz o Senhor Deus, eles não
livrariam nem filho nem filha, tão somente livrariam as suas
próprias vidas pela sua justiça. 21 Pois assim diz o Senhor
Deus: Quanto mais quando eu enviar contra
Jerusalém os meus quatro juízos violentos, a espada, a fome, as
bestas-feras e a peste, pura exterminar dela homens e animais? 22
Mas, se ainda restarem nela alguns sobreviventes que levem para fora
filhos e filhas, quando eles saírem a ter convosco, vereis o seu
caminho e os seus feitos, e ficareis consolados do mal que eu trouxe
sobre Jerusalém, até de tudo o que trouxe sobre ela. 23 E sereis
consolados, quando virdes o seu caminho e os seus feitos; e sabereis
que não fiz sem razão tudo quanto nela tenho feito, diz o
Senhor.
Ezequiel 15
A
VIDEIRA INÚTIL
1
De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, que mais do que qualquer outro pau é o da videira, o
sarmento que está entre as árvores do bosque? 3 Tema-se dele
madeira para fazer alguma obra? Ou
toma-se dele alguma estaca, para se lhe pendurar algum traste? 4 Eis
que é lançado no fogo, para servir de pasto; o fogo devora ambas as
suas extremidades, e o meio dele fica também queimado; serve para
alguma obra? 5 Ora, quando estava inteiro, não servia para obra
alguma; quanto menos, estando consumido ou carbonizado pelo fogo, se
faria dele qualquer obra? 6 Portanto, assim diz o Senhor Deus:
Como entre as árvores do bosque é o pau da videira, que entreguei
para servir de pasto ao fogo, assim entregarei os habitantes de
Jerusalém. 7 E porei a minha face contra eles; eles sairão do fogo,
mas o fogo os devorará; e sabereis que eu sou o Senhor, quando tiver
posto a minha face contra eles. 8 Farei da terra uma desolação,
porquanto eles se houveram traiçoeiramente, diz o Senhor
Deus.
Ezequiel 16
A
INFIDELIDADE DE JERUSALÉM
1
Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Filho do homem, faze conhecer a Jerusalém seus atos abomináveis;
3 e dize: Assim diz o Senhor Deus a
Jerusalém: A tua origem e o teu
nascimento procedem da terra dos cananeus. Teu pai era amorreu, e a
tua mãe heteia. 4 E, quanto ao teu nascimento, no dia em que
nasceste não te foi cortado o umbigo, nem foste lavada com água,
para te alimpar; nem tampouco foste esfregada com sal, nem envolta em
faixas; 5 ninguém se apiedou de ti para te fazer alguma destas
coisas, compadecido de ti; porém foste lançada fora no campo, pelo
nojo de ti, no dia em que nasceste. 6 E, passando eu por ti, vi-te
banhada no teu sangue, e disse-te: Ainda que estás no teu sangue,
vive; sim, disse-te: Ainda que estás no teu sangue, vive. 7 Eu te
fiz multiplicar como o renovo do campo. E cresceste, e te
engrandeceste, e alcançaste grande formosura. Formaram-se os teus
seios e cresceu o teu cabelo; contudo estavas nua e descoberta. 8
Então, passando eu por ti, vi-te, e eis que o teu tempo era tempo de
amores; e estendi sobre ti a minha aba, e cobri a tua nudez; e dei-te
juramento, e entrei num pacto contigo, diz o Senhor Deus, e
tu ficaste sendo minha. 9 Então te lavei com água, alimpei-te do
teu sangue e te ungi com óleo. 10 Também te vesti de bordados, e te
calcei com pele de dugongo, cingi-te de linho fino, e te cobri de
seda. 11 Também te ornei de enfeites, e te pus braceletes nas mãos
e um colar ao pescoço. 12 E te pus um pendente no nariz, e arrecadas
nas orelhas, e uma linda coroa na cabeça. 13 Assim foste ornada de
ouro e prata, e o teu vestido foi de linho fino, de seda e de
bordados; de flor de farinha te nutriste, e de mel e azeite; e
chegaste a ser formosa em extremo, e subiste até a realeza. 14
Correu a tua fama entre as nações, por causa da tua formosura, pois
era perfeita, graças ao esplendor que eu tinha posto sobre ti,
diz o Senhor Deus. 15 Mas confiaste na tua
formosura, e te corrompeste por causa da tua fama; e derramavas as
tuas prostituições sobre todo o que passava, para seres dele. 16 E
tomaste dos teus vestidos e fizeste lugares altos adornados de
diversas cores, e te prostituíste sobre eles, como nunca sucedera,
nem sucederá. 17 Também tomaste as tuas belas joias
feitas do meu ouro e da minha prata que eu te havia dado, e te
fizeste imagens de homens, e te prostituíste com elas; 18 e tomaste
os teus vestidos bordados, e as cobriste; e puseste diante delas o
meu azeite e o meu incenso. 19 E o meu pão que te dei, a flor de
farinha, e o azeite e o mel, com que eu te sustentava, também
puseste diante delas em cheiro suave, diz o Senhor Deus. 20 Além
disto, tomaste a teus filhos e tuas filhas, que me geraras, e lhos
sacrificaste, para serem devorados pelas chamas. Acaso foi a tua
prostituição de tão pouca monta, 21 que havias de matar meus
filhos e lhos entregar, fazendo os passar pelo fogo? 22 E em todas as
tuas abominações, e nas tuas prostituições, não te lembraste dos
dias da tua mocidade, quando tu estavas nua e descoberta, e jazias no
teu sangue. 23 E sucedeu, depois de toda a tua maldade (ai, ai de
ti!); Diz o Senhor Deus, 24
que te edificaste uma câmara abobadada, e fizeste lugares altos em
todas as praças. 25 A cada canto do caminho edificaste o teu lugar
alto, e fizeste abominável a tua formosura, e alargaste os teus pés
a todo o que passava, e multiplicaste as tuas prostituições. 26
Também te prostituíste com os egípcios, teus vizinhos, grandemente
carnais; e multiplicaste a tua prostituição, para me provocares à
ira. 27 Pelo que estendi a minha mão sobre ti, e diminuí a tua
porção; e te entreguei à vontade dos que te odeiam, das filhas dos
filisteus, as quais se envergonhavam do teu caminho depravado. 28
Também te prostituíste com os assírios, porquanto eras insaciável;
contudo, prostituindo-te com eles, nem ainda assim ficaste farta. 29
Demais multiplicaste as tuas prostituições na terra de tráfico,
isto é, até Caldeia,
e nem ainda com isso te fartaste. 30 Quão fraco é teu coração,
diz o Senhor Deus, fazendo tu todas estas coisas, obra duma meretriz
desenfreada, 31 edificando a tua câmara abobadada no canto de cada
caminho, e fazendo o teu lugar alto em cada rua! Não foste sequer
como a meretriz, pois desprezaste a paga; 32 tens sido como a mulher
adúltera que, em lugar de seu marido, recebe os estranhos. 33 A
todas as meretrizes se dá a sua paga, mas tu dás presentes a todos
es teus amantes; e lhes dás peitas, para que venham a ti de todas as
partes, pelas tuas prostituições. 34 Assim és diferente de outras
mulheres nas tuas prostituições; pois ninguém te procura para
prostituição; pelo contrário tu dás a paga, e não a recebes;
assim és diferente. 35 Portanto, ó meretriz, ouve a palavra do
Senhor. 36 Assim diz o Senhor Deus: Pois
que se derramou a tua lascívia, e se descobriu a tua nudez nas tuas
prostituições com os teus amantes; por causa também de todos os
ídolos das tuas abominações, e do sangue de teus filhos que lhes
deste; 37 portanto eis que ajuntarei todos os teus amantes, com os
quais te deleitaste, como também todos os que amaste, juntamente com
todos os que odiaste, sim, ajuntá-los-ei contra ti em redor, e
descobrirei a tua nudez diante deles, para que vejam toda a tua
nudez. 38 E julgar-te-ei como são julgadas as adúlteras e as que
derramam sangue; e entregar-te-ei ao sangue de furor e de ciúme. 39
Também te entregarei nas mãos dos teus inimigos, e eles derribarão
a tua câmara abobadada, e demolirão os teus altos lugares, e te
despirão os teus vestidos, e tomarão as tuas belas joias,
e te deixarão nua e descoberta. 40 Então farão subir uma hoste
contra ti, e te apedrejarão, e te traspassarão com as suas espadas.
41 E queimarão as tuas casas a fogo, e executarão juízos contra
ti, à vista de muitas mulheres; e te farei cessar de ser meretriz, e
paga não darás mais. 42 Assim satisfarei em ti o meu furor, e os
meus ciúmes se desviarão de ti; também me aquietarei, e não
tornarei mais a me indignar. 43 Porquanto não te lembraste dos dias
da tua mocidade, mas me provocaste à
ira com todas estas coisas, eis que eu farei recair o teu caminho
sobre a tua cabeça, diz o Senhor Deus. Pois
não acrescentaste a infidelidade a todas as tuas abominações? 44
Eis que todo o que usa de provérbios usará contra ti deste
provérbio: Tal mãe, tal filha. 45 Tu és filha de tua mãe, que
tinha nojo de seu marido e de seus filhos; e tu és irmã de tuas
irmãs, que tinham nojo de seus maridos e de seus filhos. Vossa mãe
foi heteia, e vosso pai amorreu. 46 E tua irmã maior, que habita à
tua esquerda, é Samaria, ela juntamente com suas filhas; e tua irmã
menor, que habita à tua mão direita, é Sodoma e suas filhas. 47
Todavia não andaste nos seus caminhos, nem fizeste conforme as suas
abominações; mas, como se isso mui pouco fora, ainda te corrompeste
mais do que elas, em todos os teus caminhos. 48 Vivo eu, diz o
Senhor Deus, não fez Sodoma, tua irmã, nem
ela nem suas filhas, como fizeste tu e tuas filhas. 49 Eis que esta
foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: Soberba, fartura de pão, e
próspera ociosidade teve ela e suas filhas; mas nunca fortaleceu a
mão do pobre e do necessitado. 50 Também elas se ensoberbeceram, e
fizeram abominação diante de mim; pelo que, ao ver isso, as tirei
do seu lugar. 51 Demais,
Samaria não cometeu metade de
teus pecados; e multiplicaste as tuas abominações mais do que elas,
e justificaste a tuas irmãs, com todas as abominações que fizeste.
52 Tu, também, pois que deste sentença favorável a tuas irmãs,
leva a tua vergonha; por causa de teus pecados, que fizeste mais
abomináveis do que elas, mais justas são elas do que tu;
confunde-te logo também, e sofre a tua vergonha, porque justificaste
a tuas irmãs. 53 Eu, pois, farei tornar do cativeiro a elas, a
Sodoma e suas filhas, a Samaria e suas filhas, e aos de vós que são
cativos no meio delas; 54 para que sofras a tua vergonha, e sejas
envergonhada por causa de tudo o que fizeste, dando-lhes tu
consolação. 55 Quanto a tuas irmãs, Sodoma e suas filhas, tornarão
ao seu primeiro estado; e Samaria e suas filhas tornarão ao seu
primeiro estado; também tu e tuas filhas tornareis ao vosso primeiro
estado. 56 Não foi Sodoma, tua irmã, um provérbio na tua boca, no
dia da tua soberba, 57 antes que fosse descoberta a tua maldade?
Agora, de igual modo, te fizeste objeto de opróbrio das filhas da
Síria, e de todos os que estão ao redor dela, e para as filhas dos
filisteus, que te desprezam em redor. 58 Pela tua perversidade e as
tuas abominações estás sofrendo, diz o Senhor. 59 Pois
assim diz o Senhor Deus: Eu te farei como
fizeste, tu que desprezaste o juramento, quebrantando o pacto. 60
Contudo eu me lembrarei do meu pacto, que fiz contigo nos dias da tua
mocidade; e estabelecerei contigo um pacto eterno. 61 Então te
lembrarás dos teus caminhos, e ficarás envergonhada, quando
receberes tuas irmãs, as mais velhas e as mais novas, e eu tas der
por filhas, mas não por causa do pacto contigo. 62 E estabelecerei o
meu pacto contigo, e saberás que eu sou o Senhor; 63 para que te
lembres, e te envergonhes, e nunca mais abras a tua boca, por causa
da tua vergonha, quando eu te perdoar tudo quanto fizeste, diz
o Senhor Deus.
Ezequiel 17
AS
DUAS ÁGUIAS E A VIDEIRA
1
Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, propõe um enigma, e profere uma alegoria à casa de
Israel; 3 e dize: Assim diz o Senhor
Deus: Uma
grande águia, de grandes asas e de plumagem comprida, cheia de penas
de várias cores, veio ao Líbano e tomou o mais alto ramo dum cedro;
4 arrancou a ponta mais alta dos seus, raminhos, e a levou a uma
terra de comércio; e a pôs numa cidade de comerciantes. 5 Também
tomou da semente da terra, e a lançou num solo frutífero; pô-la
junto a muitas águas; e plantou-a como salgueiro. 6 E brotou, e
tornou-se numa videira larga, de pouca altura, virando-se para ela os
seus ramos, e as suas raízes estavam debaixo dela. Tornou-se numa
videira, e produzia sarmentos, e lançava renovos. 7 Houve ainda
outra grande águia, de grandes asas, e cheia de penas; e eis que
também esta videira lançou para ela as
suas raízes, e estendeu para ela os seus ramos desde as auréolas em
que estava plantada, para que ela a regasse. 8 Numa boa terra, junto
a muitas águas, estava ela plantada, para produzir ramos, e para dar
fruto, a fim de que fosse videira excelente. 9 Dize: Assim
diz o Senhor Deus: Acaso prosperará
ela? Não lhe arrancará a águia as raízes, e não lhe cortará o
fruto, para que se seque? Para
que se sequem todas as folhas de seus renovos? Não será necessário
nem braço forte, nem muita gente, para arrancá-la pelas raízes. 10
Mas, estando plantada, prosperará? Não se secará de todo, quando a
tocar o vento oriental? Nas auréolas onde cresceu se secará.
11 Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 12
Dize, pois, à casa rebelde: Não sabeis o que significam estas
coisas? Dize-lhes: Eis que veio o rei de Babilônia a Jerusalém, e
tomou o seu rei e os seus príncipes, e os levou consigo para
Babilônia; 13 e tomou um da estirpe real, e fez pacto com ele, e o
juramentou. E aos poderosos da terra removeu, 14 para que o reino
ficasse humilhado, e não se levantasse, embora, guardando o seu
pacto, pudesse subsistir. 15 Mas ele se rebelou contra o rei de
Babilônia, enviando os seus embaixadores ao Egito, para que se lhe
mandassem cavalos e muita gente. Prosperará ou escapará aquele que
faz tais coisas? Quebrará o pacto e escapará? 16 Como eu vivo,
diz o Senhor Deus, no lugar em que habita o rei
que o fez reinar, cujo juramento desprezou, e cujo pacto quebrou,
sim, com ele no meio de Babilônia certamente morrerá. 17 Não lhe
prestará Faraó ajuda em guerra, nem com seu grande exército, nem
com sua companhia numerosa, quando se levantarem tranqueiras e se
edificarem baluartes, para destruir muitas vidas. 18 Porquanto
desprezou o juramento e quebrou o pacto, porquanto deu a sua mão, e
ainda fez todas estas coisas, ele não escapará. 19 Portanto,
assim diz o Senhor Deus: Vivo eu, que o meu
juramento que desprezou, e o meu pacto que violou, isso farei recair
sobre a sua cabeça. 20 E estenderei sobre ele a minha rede, e ficará
preso no meu laço; e o levarei a Babilônia, e ali entrarei em juízo
com ele por causa da traição que cometeu contra mim. 21 E a fina
flor de todas as suas tropas cairá à espada, e os que restarem
serão espalhados a todos os ventos; e sabereis que eu, o Senhor, o
disse. 22 Assim diz o Senhor Deus:
Também eu tomarei um broto do topo do cedro, e o plantarei; do
principal dos seus renovos cortarei o mais tenro, e o plantarei sobre
um monte alto e sublime. 23 No monte alto de Israel o plantarei; e
produzirá ramos, e dará fruto, e se fará um cedro excelente.
Habitarão debaixo dele aves de toda a sorte; à sombra dos seus
ramos habitarão. 24 Assim saberão todas as árvores do campo que
eu, o Senhor, abati a árvore alta, elevei a árvore baixa, sequei a
árvore verde, e fiz reverdecer a árvore seca; eu,
o
Senhor, o disse, e o farei.
Ezequiel 18
A
ALMA QUE PECAR, ESSA MORRERÁ
1
De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Que quereis vós dizer, citando na terra de Israel este provérbio:
Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos se embotaram? 3
Vivo eu, diz e Senhor Deus, não se vos permite mais usar deste
provérbio em Israel. 4 Eis que todas as almas são minhas; como o é
a alma do pai, assim também a alma do filho é minha; a
alma que pecar, essa morrerá. 5
Sendo pois o homem justo, e procedendo com retidão e justiça, 6 não
comendo sobre os montes, nem levantando os seus olhes para os ídolos
da casa de Israel, nem contaminando a mulher do seu próximo, nem se
chegando à mulher na sua separação; 7 não oprimindo a ninguém,
tornando, porém, ao devedor e seu penhor, e não roubando,
repartindo e seu pão com o faminto,
e cobrindo ao nu com vestido; 8 não emprestando com usura, e não
recebendo mais do
que emprestou, desviando a sua mão da injustiça, e fazendo
verdadeira justiça entre homem e homem; 9 andando nos meus
estatutos, e guardando as minhas ordenanças, para proceder segundo a
verdade; esse é justo, certamente
viverá, diz o Senhor Deus,
10 E se ele gerar um filho que se torne
salteador, que derrame sangue, que faça a seu irmão qualquer dessas
coisas; 11 e que não cumpra com nenhum desses deveres, porém coma
sobre os montes, e contamine a mulher de seu próximo, 12 oprima ao
pobre e necessitado, pratique roubos, não devolva o penhor, levante
os seus olhos para os ídolos, cometa abominação, 13 empreste com
usura, e receba mais do que emprestou; porventura viverá ele? Não
viverá! Todas estas abominações, ele as praticou; certamente
morrerá; o seu sangue será sobre ele. 14 Eis que também, se este
por sua vez gerar um filho que veja todos os pecados que seu pai fez,
tema, e não cometa coisas semelhantes, 15 não coma sobre os montes,
nem levante os olhos para os ídolos da casa de Israel, e não
contamine a mulher de seu próximo, 16 nem oprima a ninguém, e não
empreste sob penhores, nem roube, porém reparta o seu pão com o
faminto, e cubra ao nu com vestido; 17 que aparte da iniquidade a sua
mão, que não receba usura nem mais do que emprestou, que observe as
minhas ordenanças e ande nos meus estatutos; esse não morrerá por
causa da iniquidade de seu pai; certamente viverá. 18 Quanto ao seu
pai, porque praticou extorsão, e roubou os bens do irmão, e fez o
que não era bom no meio de seu povo, eis que ele morrerá na sua
iniquidade. 19 contudo dizeis: Por que não levará o filho a
iniquidade do pai? Ora, se o filho proceder com retidão e justiça,
e guardar todos os meus estatutos, e os cumprir, certamente viverá.
20 A alma que pecar, essa morrerá;
o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a
iniquidade do filho, A justiça do justo
ficará sobre ele, e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. 21 Mas
se o ímpio se converter de todos os seus pecados que cometeu, e
guardar todos os meus estatutos, e preceder com retidão e justiça,
certamente viverá; não morrerá. 22 De todas as suas transgressões
que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela sua justiça que
praticou viverá. 23 Tenho eu algum prazer na morte do ímpio?
Diz o Senhor Deus. Não desejo antes que se
converta dos seus caminhos, e viva? 24 Mas, desviando-se o justo da
sua justiça, e cometendo a iniquidade, fazendo conforme todas as
abominações que faz o ímpio, porventura viverá? De todas as suas
justiças que tiver feito não se fará memória; pois pela traição
que praticou, e pelo pecado que cometeu ele morrerá. 25 Dizeis,
porém: O caminho do Senhor não é justo. Ouvi, pois, ó casa de
Israel: Acaso não é justo o meu caminho? Não
são os vossos caminhos que são injustos? 26 Desviando-se o justo da
sua justiça, e cometendo iniquidade, morrerá por ela; na sua
iniquidade que cometeu morrerá. 27 Mas,
convertendo-se o ímpio da sua impiedade que cometeu, e procedendo
com retidão e justiça, conservará este a sua alma em vida. 28 pois
que reconsidera, e se desvia de todas as suas transgressões que
cometeu, certamente viverá, não morrerá. 29 Contudo, diz a casa de
Israel: O caminho do Senhor não é justo. Acaso não são justos os
meus caminhos, ó casa de Israel, Não são antes os vossos caminhos
que são injustos? 30 Portanto, eu vos julgarei, a cada um conforme
os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Vinde,
e convertei-vos de todas as vossas transgressões, para que a
iniquidade não vos leve à perdição. 31 Lançai de vós todas as
vossas transgressões que cometestes contra mim; e criai em vós um
coração novo e um espírito novo; pois, por que morrereis, ó casa
de Israel, 32 Porque não tenho prazer na morte de ninguém,
diz o Senhor Deus; convertei-vos,
pois, e vivei.
Ezequiel 19
O
LEÃO ENJAULADO
1
E tu levanta uma lamentação sobre os príncipes de Israel, 2 e
dize: Que de leoa foi tua mãe entre os leões! Deitou-se no meio dos
leõezinhos, criou os seus filhotes.
3 Assim criou um dos seus filhotes,
o qual, fazendo-se leão novo, aprendeu a apanhar a presa; e devorou
homens. 4 Ora as nações ouviram falar dele; foi apanhado na cova
delas; e o trouxeram com ganchos à terra do Egito. 5 Vendo, pois,
ela que havia esperado, e que a sua
esperança era perdida, tomou outro dos seus filhotes,
e fê-lo leão novo. 6 E este, rondando no meio dos leões, veio a
ser leão novo, e aprendeu a apanhar a presa; e devorou homens. 7 E
devastou os seus palácios, e destruiu as suas cidades; e assolou-se
a terra, e a sua plenitude, por causa do som do seu rugido. 8 Então
se ajuntaram contra ele as gentes das províncias ao redor;
estenderam sobre ele a rede; e ele foi apanhado na cova delas. 9 E
com ganchos meteram-no numa jaula, e o levaram ao rei de Babilônia;
fizeram-no entrar nos lugares fortes, para que se não ouvisse mais a
sua voz sobre os montes de Israel. 10 Tua
mãe era como uma videira plantada junto às águas;
ela frutificou, e encheu-se de ramos, por causa das muitas águas. 11
E tinha uma vara forte para cetro de governador, e elevou-se a sua
estatura entre os espessos ramos, e foi vista na sua altura com a
multidão dos seus ramos. 12 Mas foi
arrancada com furor, e lançada por terra;
o vento oriental secou o seu fruto; quebrou-se e secou-se a sua forte
vara; o fogo a consumiu. 13 E agora está plantada no deserto, numa
terra seca e sedenta. 14 E duma vara dos seus ramos saiu fogo que
consumiu o seu fruto, de maneira que não há mais nela nenhuma vara
forte para servir de cetro para governar. Essa é a lamentação, e
servirá de lamentação.
Ezequiel 20
AS
ABOMINAÇÕES DE ISRAEL
1
Ora aconteceu, no sétimo ano, no mês quinto, aos dez do mês, que
vieram alguns dos anciãos de Israel, para consultarem o Senhor; e
assentaram-se diante de mim. 2 Então veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo: 3 Filho do homem, fala aos anciãos de
Israel, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Vós vindes
consultar-me, Vivo eu, que não me deixarei ser consultado de vós,
diz o Senhor Deus. 4 Acaso os julgarás, faze-lhes saber as
abominações de seus pais; e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: No
dia em que escolhi a Israel, levantei a minha mão para a
descendência da casa de Jacó, e me deu a conhecer a eles na terra
do Egito, quando levantei a minha mão para eles, dizendo: Eu sou o
Senhor vosso Deus. 6 Naquele dia levantei a minha mão para eles,
jurando que os tiraria da terra do Egito para uma terra que lhes
tinha espiado, que mana leite e mel, a qual é a glória de todas as
terras. 7 Então lhes disse: Lançai de vós, cada um, as coisas
abomináveis que encantam os seus olhos, e não vos contamineis com
os ídolos do Egito; eu sou o Senhor vosso Deus. 8 Mas rebelaram-se
contra mim, e não me quiseram ouvir; não lançaram de si, cada um,
as coisas abomináveis que encantavam os seus olhos, nem deixaram os
ídolos de Egito; então eu disse que derramaria sobre eles o meu
furor, para cumprir a minha ira contra eles no meio da terra do
Egito. 9 O que fiz, porém, foi por amor do meu nome, para que não
fosse profanado à vista das nações, no meio das quais eles
estavam, a cujos olhos eu me dei a conhecer a eles, tirando-os da
terra do Egito. 10 Assim os tirei da terra do Egito, e os levei ao
deserto. 11 E dei-lhes os meus estatutos, e lhes mostrei as minhas
ordenanças, pelas quais o homem viverá, se as cumprir. 12 Demais
lhes dei também os meus sábados, para servirem de sinal entre mim e
eles; a fim de que soubessem que eu sou o Senhor que os santifica. 13
Mas a casa de Israel se rebelou contra mim no deserto, não andando
nos meus estatutos, e rejeitando as minhas ordenanças, pelas quais o
homem viverá, se as cumprir; e profanaram grandemente os meus
sábados; então eu disse que derramaria sobre eles o meu furor no
deserto, para os consumir. 14 O que fiz, porém, foi por amor do meu
nome, para que não fosse profanado à vista das nações perante as
quais os fiz sair. 15 E, contudo, eu levantei a minha mão para eles
no deserto, jurando que não os introduziria na terra que lhes tinha
dado, que mana leite e mel, a qual é a glória de todas as terras;
16 porque rejeitaram as minhas ordenanças, e não andaram nos meus
estatutos, e profanaram os meus sábados; pois o seu coração andava
após os seus ídolos. 17 Não obstante os meus olhos os pouparam e
não os destruí nem os consumi de todo no deserto. 18 Mas disse eu a
seus filhos no deserto: Não andeis nos estatutos de vossos pais, nem
guardeis as suas ordenanças, nem vos contamineis com os seus ídolos.
19 Eu sou o Senhor vosso Deus; andai nos meus estatutos, e guardai as
minhas ordenanças, e executai-os 20 E santificai os meus sábados; e
eles servirão de sinal entre mim e vós para que saibais que eu sou
o Senhor vosso Deus. 21 Mas também os filhos se rebelaram contra
mim; não andaram nos meus estatutos nem guardaram as minhas
ordenanças para as praticarem, pelas quais o homem viverá, se as
cumprir; profanaram eles os meus sábados; por isso eu disse que
derramaria sobre eles o meu furor, para cumprir contra eles a minha
ira no deserto. 22 Todavia retive a minha mão, e procedi por amor do
meu nome, para que não fosse profanado à vista das nações, a
cujos olhos os fiz sair. 23 Também levantei a minha mão para eles
no deserto, jurando que os espalharia entre as nações, e os
dispersaria entre os países; 24 porque não haviam executado as
minhas ordenanças, mas rejeitaram os meus estatutos, e profanaram os
meus sábados, e os seus olhos se iam após os ídolos de seus pais.
25 Também lhes dei estatutos que não eram bons, e ordenanças pelas
quais não poderiam viver; 26 e os deixei contaminar-se em seus
próprios dons, nos quais faziam passar pelo fogo todos os que abrem
a madre, para os assolar, a fim de que soubessem que eu sou o Senhor.
27 Portanto fala à casa de Israel, ó filho do homem, e dize-lhe:
Assim diz o Senhor Deus: Ainda nisto me blasfemaram vossos pais, que
procederam traiçoeiramente para comigo; 28 pois quando eu os havia
introduzido na terra a respeito da qual eu levantara a minha mão,
jurando que lha daria, então olharam para todo outeiro alto, e para
toda árvore frondosa, e ofereceram ali os seus sacrifícios, e
apresentaram ali a provocação das suas ofertas; puseram ali os seus
cheiros suaves, e ali derramaram as suas libações. 29 E eu lhes
disse: Que significa o alto a que vós ides? Assim o seu nome ficou
sendo Bamá, até o dia de hoje. 30 Portanto dize à casa de Israel:
Assim diz o Senhor Deus: Acaso vós vos contaminais a vós mesmos, à
maneira de vossos pais? E
vos prostituís com as suas abominações? 31 E, ao oferecerdes os
vossos dons, quando fazeis passar os vossos filhos pelo fogo, vós
vos contaminais com todos os vossos ídolos, até hoje. E eu hei de
ser consultado por vós, ó casa de Israel? Vivo eu, diz o Senhor
Deus, que não serei consultado de vós. 32 E o que veio ao vosso
espírito de maneira alguma sucederá, quando dizeis: Sejamos como as
nações, como as tribos dos países, servindo ao madeiro e à pedra.
33 Vivo eu, diz o Senhor Deus, certamente com mão forte, e com braço
estendido, e com indignação derramada, hei de reinar sobre vós. 34
E vos tirarei dentre os povos, e vos congregarei dos países nos
quais fostes espalhados, com mão forte, e com braço estendido, e
com indignação derramada; 35 e vos levarei ao deserto dos povos; e
ali face a face entrarei em juízo convosco; 36 como entrei em juízo
com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em
juízo convosco, diz o Senhor Deus. 37 Também vos farei passar
debaixo da vara, e vos farei entrar no vínculo do pacto; 38 e
separarei dentre vós os rebeldes, e os que transgridem contra mim;
da terra das suas peregrinações os tirarei, mas à terra de Israel
não voltarão; e sabereis que eu sou o Senhor. 39 Quanto a vós, ó
casa de Israel, assim diz o Senhor Deus: Ide, sirva cada um os seus
ídolos; contudo mais tarde me ouvireis e não profanareis mais o meu
santo nome com as vossas dádivas e com os vossos ídolos. 40 Pois no
meu santo monte, no monte alto de Israel, diz o Senhor Deus, ali me
servirá toda a casa de Israel, toda ela, na terra; ali vos
aceitarei, e ali requererei as vossas ofertas, e as primícias das
vossas oblações, com todas as vossas coisas santas. 41 Como cheiro
suave vos aceitarei, quando eu vos tirar dentre os povos e vos
congregar dos países em que fostes espalhados; e serei santificado
em vós à vista das nações. 42 E sabereis que eu sou o Senhor,
quando eu vos introduzir na terra de Israel, no país a respeito do
qual levantei a minha mão, jurando que o daria a vossos pais. 43 Ali
vos lembrareis de vossos caminhos, e de todos os vossos atos com que
vos tendes contaminado; e tereis nojo de vós mesmos, por causa de
todas as vossas maldades que tendes cometido. 44 E sabereis
que eu sou o Senhor, quando eu proceder para
convosco por amor do meu nome, não conforme os vossos maus caminhos,
nem conforme os vossos atos corruptos, ó casa de Israel, diz
o senhor Deus. 45 E veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
46 Filho do homem, dirige o teu rosto para o caminho do sul, e
derrama as tuas palavras contra o sul, e profetiza contra o bosque do
campo do sul. 47 E dize ao bosque do sul:
Ouve a palavra do Senhor: Assim
diz o Senhor Deus: Eis que acenderei
em ti um fogo que em ti consumirá toda árvore verde e toda árvore
seca; não se apagará a chama flamejante, antes com ela se queimarão
todos os rostos, desde o sul até o norte. 48 E verá toda a carne
que eu, o Senhor, o acendi; não se apagará. 49 Então disse
eu: Ah Senhor Deus! Eles
dizem de mim: Não é este um fazedor
de alegorias?
Ezequiel 21
A
ESPADA DO SENHOR
1
Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, dirige o teu rosto para Jerusalém, e derrama as tuas
palavras contra os santuários, e profetiza contra a terra de Israel.
3 E dize à terra de Israel: Assim diz o Senhor: Eis que estou contra
ti, e tirarei a minha espada da
bainha, e exterminarei do meio de ti o justo e o ímpio.
4 E, por isso que hei de exterminar do meio de ti o justo e o ímpio,
a minha espada sairá da bainha contra toda a carne, desde o sul até
o norte. 5 E saberá toda a carne que eu, o Senhor, tirei a minha
espada da bainha nunca mais voltará a ela. 6 Suspira, pois, ó filho
do homem; suspira à vista deles com quebrantamento dos teus lombos e
com amargura. 7 E será que, quando eles te disserem: Por que
suspiras tu dirás: por causa das novas, porque vêm; e todo coração
desmaiará, e todas as mãos se enfraquecerão, e todo espírito se
angustiará, e todos os joelhos se desfarão em águas; eis que vêm,
e se realizarão, diz o Senhor Deus. 8 E veio a mim a palavra
do Senhor, dizendo: 9 Filho do homem,
profetiza, e dize: Assim diz o Senhor; dize: A espada, a espada está
afiada e polida. 10 Para matar está afiada, para reluzir está
polida. Alegrar-nos-emos pois? A vara de meu filho é que despreza
todo o madeiro. 11 E foi dada a polir para ser manejada; esta espada
está afiada e polida, para ser posta na mão do matador. 12 Grita e
uiva, ó filho do homem, porque ela será contra o meu povo, contra
todos os príncipes de Israel. Estes juntamente com o meu povo estão
entregues à espada; bate pois na tua coxa. 13 Porque se faz uma
prova; e que será se não mais existir a vara desprezadora,
diz o Senhor Deus. 14 Tu pois, ó filho do
homem, profetiza, e bate com as mãos uma na outra; e dobre-se a
espada até a terceira vez, a espada dos mortalmente feridos; é a
espada para a grande matança, a que os rodeia. 15 Para que se
derreta o coração, e se multipliquem os tropeços, é que contra
todas as suas portas pus a ponta da espada; ah! Ela
foi feita como relâmpago, e está aguçada para matar. 16 Ó
espada, une as tuas forças, vira-te para a direita; prepara-te,
vira-te para a esquerda, para onde quer que o teu rosto se dirigir.
17 Também eu baterei com as minhas mãos uma na outra, e farei
descansar a minha indignação; eu, o
Senhor, o disse. 18 De novo
veio a mim a palavra de Senhor, dizendo: 19 Tu
pois, ó filho do homem, propõe-te dois caminhos, por onde venha a
espada do rei de Babilônia. Ambos procederão de uma mesma terra; e
grava um marco, grava-o no princípio do caminho da cidade. 20 Um
caminho proporás, por onde virá a espada contra Rabá
dos filhos de Amom, e contra Judá, em Jerusalém, a fortificada. 21
Pois o rei de Babilônia está parado na encruzilhada, no princípio
dos dois caminhos, para fazer adivinhações; ele sacode as flechas,
consulta os terafins, atenta para o fígado. 22 Na sua mão direita
estava a adivinhação sobre Jerusalém, para dispor os aríetes,
para abrir a boca, ordenando a matança, para levantar a voz com
júbilo, para pôr os aríetes contra as portas, para levantar
tranqueiras, para edificar baluartes. 23 Isso será como adivinhação
vã aos olhos daqueles que lhes fizerem juramentos; mas ele se
lembrará da iniquidade, para que sejam
apanhados. 24 Portanto assim diz o Senhor Deus: Visto
que fizestes ser lembrada a vossa iniquidade, descobrindo-se as
vossas transgressões, aparecendo os vossos pecados em todos os
vossos atos; visto que viestes em memória, sereis apanhados com a
mão. 25 E tu, ó profano e ímpio príncipe de Israel, cujo dia é
chegado no tempo da punição final; 26 assim diz o Senhor
Deus: Remove o diadema, e tira a coroa; esta
não será a mesma: Exalta
ao humilde, e humilha ao soberbo. 27 Ao revés, ao revés, ao revés
o porei; também o que é não continuará assim, até que venha
aquele a quem pertence de direito; e lho darei a ele.(1)
28 E tu, ó filho do homem, profetiza e dize: Assim
diz o Senhor Deus acerca dos filhos
de Amom, e acerca do opróbrio deles; dize pois: A espada, a espada
está desembainhada, polida para a matança, para consumir, para ser
como relâmpago. 29 Enquanto eles têm visões vãs a teu respeito, e
adivinham mentiras a fim de que seja posta no pescoço dos ímpios,
que estão mortalmente feridos, cujo dia é chegado no tempo da
punição final. 30 Torne a tua espada à sua bainha. No lugar em que
foste criado, na terra do teu nascimento, eu te julgarei. 31
Derramarei sobre ti a minha indignação, assoprarei contra ti o fogo
do meu furor; entregar-te-ei nas mãos dos homens brutais, destros
para destruírem. 32 Ao fogo servirás de pasto; o teu sangue estará
no meio da terra; não serás mais lembrado; porque eu,
o Senhor, o disse.
(1)
Profecia acerca do Messias ( Ez. 21:26-27).
Ezequiel 22
AS
ABOMINAÇÕES DE JERUSALÉM
1
Demais veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Tu pois, ó filho do homem, acaso julgarás, julgarás mesmo a
cidade sanguinária? Então faze-lhe conhecer todas as suas
abominações, 3 e dize: Assim diz o
Senhor Deus: A cidade que derrama o
sangue dentro de si, para que venha o seu tempo! Que
faz ídolos contra si mesma, para se contaminar! 4 Pelo teu sangue
que derramaste te fizeste culpada, e pelos teus ídolos que
fabricaste te contaminaste; e fizeste aproximar-se o teu dia, e é
chegado o fim dos teus anos. Por isso eu te fiz o opróbrio das
nações e o escárnio de todas as terras. 5 As que estão perto e as
que estão longe de ti escarnecerão de ti, infamada, cheia de
tumulto. 6 Eis que os príncipes de Israel, que estão em ti, cada um
conforme o seu poder, se esforçam para derramarem sangue. 7 No meio
de ti desprezaram ao pai e à mãe; no meio de ti usaram de opressão
para com o estrangeiro; no meio de ti foram injustos para com o órfão
e a viúva. 8 As minhas coisas santas desprezaste, e os meus sábados
profanaste. 9 Em ti se acham homens que caluniam para derramarem
sangue; em ti há os que comem sobre os montes; e cometem
perversidade no meio de ti. 10 A vergonha do pai descobrem em ti; no
meio de ti humilham a que está impura, na sua separação. 11 Um
comete abominação com a mulher do seu próximo, outro contamina
abominavelmente a sua nora, e outro humilha no meio de ti a sua irmã,
filha de seu pai. 12 Peitas se recebem no meio de ti para se derramar
sangue; recebes usura e ganhos ilícitos, e usas de avareza com o teu
próximo, oprimindo-o; mas de mim te esqueceste, diz o Senhor Deus.
13 Eis que, portanto, bato as mãos contra o lucro desonesto que
ganhaste, e por causa do sangue que houve no meio de ti. 14 Poderá
estar firme o teu coração? Poderão
estar fortes as tuas mãos, nos dias em que eu tratarei contigo? Eu,
o Senhor, o disse, e o farei. 15 Espalhar-te-ei entre as nações e
dispersar-te-ei pelas terras; e de ti consumirei a tua imundícia. 16
E tu serás profanada em ti mesma, aos olhos das nações, e saberás
que eu sou o Senhor. 17 De novo veio a mim a palavra do
Senhor, dizendo: 18 Filho do homem, a casa de
Israel se tornou para mim em escória; todos eles são bronze, e
estanho, e ferro, e chumbo no meio da fornalha; em escória de prata
eles se tornaram. 19 Portanto assim diz
o Senhor Deus: Pois que todos vós vos
tornastes em escória, por isso eis que eu vos ajuntarei no meio de
Jerusalém. 20 Como se ajuntam a prata, e o bronze, e o ferro, e o
chumbo, e o estanho, no meio da fornalha, para assoprar o fogo sobre
eles, a fim de se fundirem, assim vos ajuntarei na minha ira e no meu
furor, e ali vos porei e vos fundirei. 21 Sim, congregar-vos-ei, e
assoprarei sobre vós o fogo da minha ira; e sereis fundidos no meio
dela. 22 Como se funde a prata no meio da fornalha, assim sereis
fundidos no meio dela; e sabereis que eu, o Senhor, derramei o meu
furor sobre vós. 23 Também veio a mim a palavra do Senhor,
dizendo: 24 Filho do homem, dize-lhe a ela: Tu
és uma terra que não está purificada, nem regada de chuvas no dia
da indignação. 25 Conspiração dos seus profetas há no meio dela,
como um leão que ruge, que arrebata a presa; eles devoram vidas
humanas; tomam tesouros e coisas preciosas; Multiplicam
as suas viúvas no meio dela. 26 Os seus sacerdotes violentam a minha
lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre
o santo e o profano, nem ensinam a discernir entre o impuro e o puro;
e de meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no
meio deles. 27 Os seus príncipes no meio dela são como lobos que
arrebatam a presa: derramando o sangue, e destruindo vidas, para
adquirirem lucro desonesto. 28 E os profetas têm feito para eles
reboco com argamassa fraca tendo visões falsas, e adivinhando-lhes
mentira, dizendo: Assim diz o Senhor
Deus; sem que o Senhor tivesse
falado. 29 O povo da terra tem usado de opressão, e andado roubando
e fazendo violência ao pobre e ao necessitado, e tem oprimido
injustamente ao estrangeiro. 30 E busquei dentre eles um homem que
levantasse o muro, e se pusesse na brecha perante mim por esta terra,
para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei. 31 Por isso
eu derramei sobre eles a minha indignação; com o fogo do meu furor
os consumi; fiz que o seu caminho lhes recaísse sobre a cabeça,
diz o Senhor Deus.
Ezequiel 23
AOLÁ
E AOLIBÁ
1
Veio mais a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, houve duas mulheres, filhas da mesma mãe. 3 Estas se
prostituíram no Egito; prostituíram-se na sua mocidade; ali foram
apertados os seus peitos, e ali foram apalpados os seios da sua
virgindade. 4 E os seus nomes eram: Aolá,
a mais velha, e Aolibá,
sua irmã; e foram minhas, e tiveram filhos e filhas; e, quanto aos
seus nomes, Samaria é Aolá, e Jerusalém é Aolibá. 5 Ora
prostituiu-se Aolá, sendo minha; e enamorou-se dos seus amantes, dos
assírios, seus vizinhos, 6 que se vestiam de azul, governadores e
magistrados, todos mancebos cobiçáveis, cavaleiros montados a
cavalo. 7 Assim cometeu ela as suas devassidões com eles, que eram
todos a flor dos filhos da Assíria; e contaminou-se com todos os
ídolos de quem se enamorava. 8 E não deixou as suas impudicícias,
que trouxe do Egito; pois muitos se deitaram com ela na sua mocidade,
e apalparam os seios da sua virgindade, e derramaram sobre ela a sua
impudicícia. 9 Portanto a entreguei na mão dos seus amantes, na mão
dos filhos da Assíria, de quem se enamoravam. 10 Estes se
descobriram a sua vergonha; levaram-lhe os filhos e as filhas; e a
ela mataram-na à espada; e ela se tornou um provérbio entre as
mulheres; pois sobre ela executaram juízos. 11 Viu isso sua irmã
Aolibá; contudo se corrompeu na sua paixão mais do que ela, como
também nas suas devassidões, que eram piores do que as de sua irmã.
12 Enamorou-se dos filhos da Assíria, dos governadores e dos
magistrados seus vizinhos, vestidos com primor, cavaleiros que andam
montados em cavalos, todos mancebos cobiçáveis. 13 E vi que se
tinha contaminado; o caminho de ambas era o mesmo. 14 E ela aumentou
as suas impudicícias; porque viu homens pintados na parede, imagens
dos caldeus, pintadas de vermelho, 15 com os seus lombos cingidos,
tendo largos turbantes sobre as cabeças, todos com o parecer de
príncipes, semelhantes aos filhos de Babilônia em Caldeia, terra do
seu nascimento. 16 Ela se apaixonou deles, ao lançar sobre eles os
olhos; e lhes mandou mensageiros até Caldeia. 17 Então vieram a ela
os filhos de Babilônia para o leito dos amores, e a contaminaram com
as suas impudicícias; e ela se contaminou com eles; então a sua
alma deles se alienou. 18 Assim pôs a descoberto as suas
devassidões, e descobriu a sua vergonha; então a minha alma se
alienou dela, assim como já se alienara a minha alma de sua irmã.
19 Todavia ela multiplicou as suas prostituições, lembrando-se dos
dias da sua mocidade, em que se prostituíra
na terra do Egito, 20 apaixonando-se dos seus amantes, cujas carnes
eram como as de jumentos, e cujo fluxo era como o de cavalos. 21
Assim desejaste a luxúria da tua mocidade, quando os egípcios
apalpavam os teus seios, para violentar os peitos da tua mocidade. 22
Por isso, ó Aolibá, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu suscitarei
contra ti os teus amantes, dos quais se alienara a tua alma, e os
trarei contra ti de todos os lados: 23 Os filhos de Babilônia, e
todos os caldeus de Pecode, e de Soá, e de Coa, juntamente com todos
os filhos da Assíria, mancebos cobiçáveis, governadores e
magistrados, todos eles príncipes e homens de renome, todos eles
montados a cavalo. 24 E virão contra ti com armas, carros e
carroças, e com ajuntamento de povos; e se porão contra ti em redor
com paveses, e escudos, e capacetes; e lhes entregarei o julgamento,
e te julgarão segundo os seus juízos. 25 E porei contra ti o meu
zelo, e usarão de indignação contigo. Tirar-te-ão o nariz e as
orelhas; e o que te ficar de resto cairá à espada. Tomarão os teus
filhos e as tuas filhas, e o que em ti ficar será consumido pelo
fogo. 26 Também te despirão os teus vestidos, e te tomarão as tuas
joias de adorno. 27 Assim farei cessar em ti a tua luxúria e a tua
prostituição trazida da terra do Egito; de modo que não levantarás
os teus olhos para eles, nem te lembrarás mais do Egito. 28
Pois assim diz o Senhor Deus: Eis que te
entrego na mão dos que odeias, na mão daqueles de quem está
alienada a tua alma; 29 e eles te tratarão com ódio, e levarão
todo o fruto do teu trabalho, e te deixarão nua e despida; e
descobrir-se-á a vergonha da tua prostituição, e a tua luxúria, e
as tuas devassidões. 30 Estas coisas se te farão, porque te
prostituíste após as nações, e te contaminaste com os seus
ídolos. 31 No caminho de tua irmã andaste; por isso entregarei o
seu cálice na tua mão. 32 Assim diz o Senhor Deus: Beberás
o cálice de tua irmã, o qual é fundo e largo; servirás de riso e
escárnio; o cálice leva muito. 33 De embriaguez e de dor te
encherás, do cálice de espanto e de assolação, do cálice de tua
irmã Samaria. 34 Bebê-lo-ás pois, e esgotá-lo-ás, e roerás os
seus cacos, e te rasgarás teus próprios peitos; pois eu o falei,
diz o Senhor Deus. 35 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Como
te esqueceste de mim, e me lançaste para trás das tuas costas,
também carregarás com a tua luxúria e as tuas devassidões.
36 Disse-me mais o Senhor: Filho do homem,
julgarás a Aolá e a Aolibá? Mostra-lhes, então, as suas
abominações. 37 Pois adulteraram, e sangue se acha nas suas mãos;
com os seus ídolos adulteraram, e até lhes ofereceram em
holocausto, para serem consumidos, os seus filhos, que de mim
geraram. 38 E ainda isto me fizeram: Contaminaram
o meu santuário no mesmo dia, e profanaram os meus sábados 39
Porquanto, havendo sacrificado seus filhos aos seus ídolos, vinham
ao meu santuário no mesmo dia para o profanarem; e eis que assim
fizeram no meio da minha casa. 40 Além disto mandaram vir uns homens
de longe, aos quais fora enviado um mensageiro, e eis que vieram. Por
amor deles te levaste, pintaste os teus olhos, e te ornaste de
enfeites, 41 e te assentaste sobre um leito de honra, diante do qual
estava uma mesa preparada; e puseste sobre ela o meu incenso e o meu
óleo. 42 Ouvia-se ali a voz de uma multidão satisfeita; e com
homens de classe baixa foram trazidos beberrões do deserto; e eles
puseram braceletes nas mãos das mulheres, e coroas de esplendor nas
suas cabeças. 43 Então disse eu da envelhecida em adultérios:
Agora deveras se contaminarão com ela e ela com eles. 44 E entraram
a ela, como quem entra a uma prostituta; assim entraram a Aolá e a
Aolibá, mulheres lascivas. 45 De maneira que homens justos são os
que as julgarão como se julgam as adúlteras, e como se julgam as
que derramam o sangue; porque adúlteras são, e sangue há nas suas
mãos. 46 Pois assim diz o Senhor
Deus: Farei subir contra elas uma hoste e as
entregarei ao tumulto e ao saque. 47 E a hoste apedreja-las-á,
e as matará à espada; trucidará a seus filhos e suas filhas, e
queimará as suas casas a fogo. 48 Assim farei cessar da terra a
lascívia, para que se escarmentem todas as mulheres, e não procedam
conforme a vossa lascívia.
49 E a vós vos pagarão o vosso procedimento lascivo e levareis os
pecados dos vossos ídolos; e sabereis que eu sou o Senhor Deus.
Ezequiel 24
A
PARÁBOLA DA PANELA
1
Demais veio a mim a palavra do Senhor, no ano nono, do décimo mês,
aos dez do mês, dizendo: 2 Filho do homem,
escreve o nome deste dia, deste mesmo dia; o rei de Babilônia acaba
de sitiar Jerusalém neste dia. 3 E propõe à casa rebelde uma
alegoria, e dize-lhe: Assim diz o
Senhor Deus: Põe a panela
ao lume, põe-na, e deita-lhe água dentro; 4 mete nela os pedaços
de carne, todos os bons pedaços, a coxa e a espádua; enche-a de
ossos escolhidos. 5 Escolhe o melhor do rebanho, ajunta um montão de
lenha debaixo da panela
dos ossos; faze-a ferver bem, e cozam-se dentro dela os seus ossos. 6
Portanto, assim diz o Senhor Deus: Ai da cidade sanguinária, da
panela, que
está enferrujada por dentro, e cuja ferrugem não saiu dela! Tira
dela a carne pedaço por pedaço; não caiu sorte sobre ela; 7 porque
o seu sangue está no meio dela; sobre uma penha descalvada ela o
pôs; não o derramou sobre o chão, para o cobrir com pó. 8 Foi
para fazer subir a minha indignação para tomar vingança, que eu
pus o seu sangue numa penha descalvada, para que não fosse coberto.
9 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Ai da
cidade sanguinária! Também
eu farei grande a fogueira. 10 Amontoa a lenha, acende o fogo, ferve
bem a carne, engrossando o caldo, e sejam queimados os ossos. 11
Então a porás vazia sobre as suas brasas, para que ela aqueça, e
se derreta o seu cobre, e se funda a sua imundícia no meio dela, e
se consuma a sua ferrugem. 12 Ela tem-se cansado com trabalhos;
contudo não sai dela a sua muita ferrugem pelo fogo. 13 A ferrugem é
a tua imundícia de luxúria, porquanto te purifiquei, e tu não te
purificaste, não serás purificada nunca da tua imundícia, enquanto
eu não tenha satisfeito sobre ti a minha indignação. 14 Eu, o
Senhor, o disse: Será
assim, e o farei; não tornarei atrás, e não pouparei, nem me
arrependerei; conforme os teus caminhos, e conforme os teus feitos,
te julgarei, diz o Senhor Deus. 15 Também veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo: 16 Filho do homem,
eis que dum golpe tirarei de ti o desejo dos teus olhos; todavia não
te lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas. 17
Geme, porém, em silêncio; não faças lamentação pelos mortos;
ata na cabeça o teu turbante, e mete nos pés os teus sapatos; não
cubras os teus lábios e não comas o pão dos homens. 18
Assim falei ao povo pela manhã, e à tarde morreu minha mulher;
e fiz pela manhã como se me deu ordem. 19 E o povo me perguntou: Não
nos farás saber o que significam para nós estas coisas que estás
fazendo? 20 Então lhes respondi: Veio a
mim a palavra do Senhor, dizendo: 21 Dize à casa de Israel:
Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu profanarei o meu santuário, o
orgulho do vosso poder, a delícia dos vossos olhos, e o desejo da
vossa alma; e vossos filhos e vossas filhas, que deixastes, cairão à
espada. 22 Fareis pois como eu fiz: não vos cobrireis os lábios, e
não comereis o pão dos homens; 23 tereis na cabeça os vossos
turbantes, e os vossos sapatos nos pés; não vos lamentareis, nem
chorareis, mas definhar-vos-eis nas vossas iniquidades, e gemereis
uns com os outros. 24 Assim vos servirá Ezequiel de sinal; conforme
tudo quanto ele fez, assim fareis vós; e quando isso suceder, então
sabereis que eu sou o Senhor Deus. 25 Também quanto a ti, filho do
homem, no dia que eu lhes tirar a sua fortaleza, o gozo do seu
ornamento, a delícia dos seus olhos, e o desejo dos seus corações,
juntamente com seus filhos e suas filhas, 26 nesse dia virá ter
contigo algum fugitivo para te trazer as notícias. 27 Nesse dia
abrir-se-á a tua boca para com o
fugitivo, e falarás, e por mais tempo não ficarás mudo; assim
virás a ser para eles um sinal; e
saberão que eu sou o Senhor.
Ezequiel 25
PROFECIA
CONTRA AMOM
1
De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, dirige o teu rosto contra os filhos de Amom,
e profetiza contra eles. 3 E dize aos amonitas: Ouvi
a palavra do Senhor Deus: Assim diz o Senhor Deus:
Visto que tu disseste: Ah! Contra
o meu santuário quando foi profanado, e contra a terra de Israel
quando foi assolada, e contra a casa de Judá quando foi para o
cativeiro; 4 por isso eis que te entregarei em possessão ao povo do
Oriente, e em ti estabelecerão os seus acampamentos, e porão em ti
as suas moradas. Eles comerão os teus frutos, e beberão o teu
leite. 5 E farei de Rabá
uma estrebaria de camelos, e dos amonitas um curral de rebanhos; e
sabereis que eu sou o Senhor. 6 Porque
assim diz o Senhor Deus: Visto como
bateste com as mãos, e pateaste com os pés, e te alegraste com todo
o despeito do teu coração contra a terra de Israel; 7 portanto eis
que eu tenho estendido a minha mão contra ti, e te darei por despojo
às nações, e te arrancarei dentre os povos, e te destruirei dentre
os países, e de todo acabarei contigo; e saberás que eu sou o
Senhor. 8 Assim diz o Senhor Deus: Visto como dizem em Moabe. e Seir:
Eis que a casa de Judá é como todas as nações; 9 portanto, eis
que eu abrirei o lado de Moabe desde as cidades, desde as suas
cidades que estão pela banda das fronteiras, a glória do país,
Bete-Jesimote, Baal Meom,
e até Quiriataim, 10 e ao povo do Oriente, juntamente com os filhos
de Amom, eu o entregarei em possessão, para que não haja mais
memória dos filhos de Amom entre as nações. 11 Também executarei
juízos contra Moabe; e saberão que eu sou o Senhor. 12 Assim diz o
Senhor Deus: Pois que Edom se houve vingativamente para com a casa de
Judá, e se fez culpadíssimo, vingando-se deles. 13
Portanto
assim diz o Senhor Deus: Também
estenderei a minha mão contra Edom, e arrancarei dele homens e
animais; e o tornarei em deserto desde Temã; e cairão à espada até
Dedã. 14 E exercerei a minha vingança sobre Edom, pela mão do meu
povo de Israel; e farão em Edom segundo a minha ira e segundo o meu
furor; e conhecerão a minha vingança, diz
o Senhor Deus. 15
Assim diz o Senhor Deus: Porquanto os
filisteus se houveram vingativamente, e executaram vingança com
despeito de coração, para destruírem com perpétua inimizade; 16
portanto assim diz o Senhor Deus: Eis
que estendo a minha mão contra os filisteus, e arrancarei os
quereteus, e destruirei o resto da costa do mar. 17 E executarei
neles grandes vinganças, com furiosos castigos; e saberão que eu
sou o Senhor, quando eu tiver exercido a minha vingança sobre eles.
Ezequiel 26
PROFECIA
CONTRA TIRO
1
Ora sucedeu no undécimo ano, ao primeiro do mês, que veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem,
visto como Tiro
disse no tocante a Jerusalém: Ah! Está
quebrada a porta dos povos; está aberta para mim; eu me encherei,
agora que ela está assolada; 3 portanto assim diz o Senhor
Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Tiro, e
farei subir contra ti muitas nações, como o mar faz subir as suas
ondas. 4 Elas destruirão os muros de Tiro, e derrubarão as suas
torres; e eu varrerei o seu solo, e dela farei uma rocha
descalvada. 5 Ela virá a ser no meio do mar um enxugadouro de redes;
pois eu o falei, diz o Senhor Deus; e
ela servirá de despojo para as nações. 6 Também suas filhas que
estão no campo serão mortas à espada; e saberão que eu sou o
Senhor. 7 Porque assim diz o Senhor Deus:
Eis que eu trarei contra Tiro a Nabucodonosor, rei de Babilônia,
desde o norte, o rei dos reis, com cavalos, e com carros, e com
cavaleiros, sim, companhias e muito povo. 8 As tuas filhas ele matará
à espada no campo; e construirá fortes contra ti, levantará contra
ti uma tranqueira, e alçará paveses contra ti; 9 dirigirá os
golpes dos seus arietes contra os teus muros, e derrubará as tuas
torres com os seus machados. 10 Por causa da multidão de seus
cavalos te cobrirá o seu pó; os teus muros tremerão com o estrondo
dos cavaleiros, e das carroças, e dos carros, quando ele entrar
pelas tuas portas, como quem entra numa cidade em que se fez brecha.
11 Com as patas dos seus cavalos pisará todas as tuas ruas; ao teu
povo matará à espada, e as tuas fortes colunas cairão por terra.
12 Também eles roubarão as tuas riquezas e saquearão as tuas
mercadorias; derrubarão os teus muros e arrasarão as tuas casas
agradáveis; e lançarão no meio das águas as tuas pedras, as tuas
madeiras, e o teu solo. 13 E eu farei cessar o arruído das tuas
cantigas, e o som das tuas harpas não se ouvira mais; 14 e farei de
ti uma rocha descalvada; viras a ser um enxugadouro das redes, nunca
mais serás edificada; pois eu, o
Senhor, o falei, diz o Senhor Deus. 15 Assim diz o Senhor
Deus a Tiro: Acaso não tremerão as ilhas com
o estrondo da tua queda, quando gemerem os feridos, quando se fizer a
matança no meio de ti? 16 Então todos os príncipes do mar descerão
dos seus tronos, e porão de lado os seus mantos, e despirão as suas
vestes bordadas; de tremores se vestirão; sobre a terra se
assentarão; e estremecerão a cada momento, e de ti se espantarão.
17 E farão uma lamentação sobre ti, e te dirão: Como pereceste, ó
povoada de navegantes, ó cidade afamada, que foste forte no mar! Tu
e os teus moradores que atemorizastes a todos os que habitam ao teu
redor! 18 Agora estremecerão as ilhas no dia da tua queda; sim, as
ilhas, que estão no mar, espantar-se-ão da tua saída. 19
Pois assim diz o Senhor Deus: Quando eu te
fizer uma cidade assolada, como as cidades que não se habitam,
quando fizer subir sobre ti o abismo, e as muitas águas te cobrirem,
20 então te farei descer com os que descem à cova, ao povo antigo,
e te farei habitar nas mais baixas partes da terra, em lugares
desertos de há muito, juntamente com os que descem à cova, para que
não sejas habitada; e estabelecerei a glória na terra dos viventes.
21 Farei de ti um grande espanto, e não mais existirás; embora te
procurem, contudo, nunca serás achada, diz o Senhor Deus.
Ezequiel 27
LAMENTAÇÃO
SOBRE TIRO
1
De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Tu pois, ó filho do homem, levanta uma lamentação sobre Tiro;
3 e dize a Tiro, que habita na entrada do mar, e negocia com os povos
em muitas ilhas: Assim diz o Senhor Deus: Ó
Tiro, tu dizes: Eu sou perfeita em formosura. 4 No coração dos
mares estão os teus termos; os que te edificaram aperfeiçoaram a
tua formosura. 5 De ciprestes de Senir fizeram todas as tuas tábuas;
trouxeram cedros do Líbano para fazerem um mastro para ti. 6 Fizeram
os teus remos de carvalhos de Basã; os teus bancos fizeram-nos de
marfim engastado em buxo das ilhas de Quitim. 7 Linho fino bordado do
Egito era a tua vela, para te servir de estandarte; de azul, e
púrpura das ilhas de Elisá era a tua cobertura. 8 Os habitantes de
Sidom e de Arvade eram os teus remadores; os teus peritos, ó Tiro,
que em ti se achavam, esses eram os teus pilotos. 9 Os anciãos de
Gebal e seus peritos eram em ti os teus calafates; todos os navios do
mar e os seus marinheiros se achavam em ti, para tratarem dos teus
negócios. 10 Os persas, e os lídios, e os de Pute eram no teu
exército os teus soldados; penduravam em ti o escudo e o capacete;
aumentavam o teu esplendor. 11 Os filhos de Arvade e o teu exército
estavam sobre os teus muros em redor, e os gamaditas nas tuas torres;
penduravam os seus escudos nos teus muros em redor; aperfeiçoavam a
tua formosura. 12 Társis negociava contigo, por causa da abundância
de toda a casta de riquezas; seus negociantes trocavam pelas tuas
mercadorias prata, ferro, estanho, e chumbo. 13 Javã, Tubal
e Meseque eram teus mercadores; pelas tuas mercadorias trocavam as
pessoas de homens e vasos de bronze. 14 Os da casa de Togarma
trocavam pelas tuas mercadorias cavalos e ginetes e machos; 15 os
homens de Dedã eram teus mercadores; muitas ilhas eram o mercado da
tua mão; tornavam a trazer-te em troca de dentes de marfim e pau de
ébano. 16 A Síria negociava contigo por causa da multidão das tuas
manufaturas; pelas tuas mercadorias trocavam granadas, púrpura,
obras bordadas, linho fino, corais e rubis. 17 Judá e a terra de
Israel eram teus mercadores; pelas tuas mercadorias trocavam o trigo
de Minite, cera, mel, azeite e bálsamo. 18 Por causa da multidão
das tuas manufaturas, por causa da multidão de toda a sorte de
riquezas, Damasco negociava contigo em vinho de Helbom e lã branca.
19 Dã e
Javã de Uzal trocavam lã fiada pelas tuas manufaturas; ferro
polido, cássia e cálamo aromático achavam-se entre as tuas
mercadorias. 20 Dedã negociava contigo em suadouros para cavalgar.
21 Arábia e todos os príncipes de Quedar também eram os mercadores
ao teu serviço; em cordeiros, carneiros e bodes, nestas coisas
negociavam contigo. 22 Os mercadores de Sabá e Raamá igualmente
negociavam contigo; pelas tuas mercadorias trocavam as melhores de
todas as especiarias e toda a pedra preciosa e ouro. 23 Harã, e Cane
e Éden os mercadores de Sabá, Assur e Quilmade eram teus
mercadores. 24 Estes negociavam contigo em roupas escolhidas, em
agasalho de azul e de obra bordada, e em cofres de roupas preciosas,
amarrados com cordas e feitos de cedro. 25 Os navios de Társis eram
as tuas caravanas para a tua mercadoria; e te encheste, e te
glorificaste muito no meio dos mares. 26 Os teus remadores te
conduziram sobre grandes águas; o vento oriental te quebrantou no
meio dos mares. 27 As tuas riquezas, os teus bens, as tuas
mercadorias, os teus marinheiros e os teus pilotos, os teus
calafates, e os que faziam os teus negócios, e todos os teus
soldados, que estão em ti, juntamente com toda a tua companhia, que
está no meio de ti, se submergirão no meio dos mares no dia da tua
queda. 28 Ao estrondo da gritaria dos teus pilotos tremerão os
arrabaldes. 29 E todos os que pegam no remo, os marinheiros, e todos
os pilotos do mar descerão de seus navios, e pararão em terra, 30 e
farão ouvir a sua voz sobre ti, e gritarão amargamente; lançarão
pó sobre as cabeças, e na cinza se revolverão; 31 e se farão
calvos por tua causa, e se cingirão de sacos, e chorarão sobre ti
com amargura de alma, com amarga lamentação. 32 No seu pranto farão
uma lamentação sobre ti, na qual dirão: Quem foi como Tiro, como a
que está reduzida ao silêncio no meio do mar? 33 Quando as tuas
mercadorias eram exportadas pelos mares, fartaste a muitos povos; com
a multidão das tuas riquezas e das tuas mercadorias, enriqueceste os
reis da terra. 34 No tempo em que foste quebrantada pelos mares, nas
profundezas das águas, caíram no meio de ti todas as tuas
mercadorias e toda a tua companhia. 35 Todos os moradores das ilhas
estão a teu respeito cheios de espanto; e os seus reis temem em
grande maneira, e estão de semblante perturbado. 36 Os mercadores
dentre os povos te dão vaias; tu te tornaste em grande espanto, e
não mais existirás.
Ezequiel 28
PROFECIA
CONTRA O PRÍNCIPE DE TIRO
1
De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Filho do homem, dize ao príncipe de Tiro:
Assim diz o Senhor Deus:
Visto como se elevou o teu coração, e disseste: Eu sou Deus,
na cadeira dos deuses me assento, no meio dos mares; todavia tu és
homem, e não deus, embora consideres o teu coração como se fora o
coração de Deus.
3 com efeito és mais sábio que Daniel;
não há segredo algum que se possa esconder de ti. 4 Pela tua
sabedoria e pelo teu entendimento alcançaste para ti riquezas, e
adquiriste ouro e prata nos teus tesouros. 5 Pela tua grande
sabedoria no comércio aumentaste as tuas riquezas, e por causa das
tuas riquezas eleva-se o teu coração; 6 portanto, assim diz o
Senhor Deus: Pois que consideras o teu coração como se fora o
coração de Deus,
7 por isso eis que eu trarei sobre ti estrangeiros, os mais terríveis
dentre as nações, os quais desembainharão as suas espadas contra a
formosura da tua sabedoria, e mancharão o teu resplendor. 8 Eles te
farão descer à cova; e morrerás da morte dos traspassados, no meio
dos mares. 9 Acaso dirás ainda diante daquele que te matar: Eu sou
Deus? Mas
tu és um homem, e não um deus, na mão do que te traspassa. 10 Da
morte dos incircuncisos morrerás, por mão de estrangeiros; pois eu
o falei, diz o Senhor Deus. 11 Veio mais a mim a palavra do
Senhor, dizendo: 12 Filho do homem, levanta uma
lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-te: Assim diz o Senhor Deus:
Tu eras o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em
formosura. 13 Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda
pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o
berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se
faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste
criado foram preparados. 14 Eu te coloquei com o querubim da guarda;
estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras
afogueadas. 15 Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que
foste criado, até que em ti se achou iniquidade. 16 Pela abundância
do teu comércio o teu coração se encheu de violência, e pecaste;
pelo que te lancei, profanado, fora do monte de Deus, e o querubim da
guarda te expulsou do meio das pedras afogueadas. 17 Elevou-se o teu
coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por
causa do teu resplendor; por terra te lancei; diante dos reis te pus,
para que te contemplem. 18 Pela multidão das tuas iniquidades, na
injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu,
pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu a ti, e te
tornei em cinza sobre a terra, à vista
de todos os que te contemplavam. 19 Todos os que te conhecem entre os
povos estão espantados de ti; chegaste a um fim horrível, e não
mais existirás, por todo o sempre. 20 Novamente veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo: 21 Filho do homem,
dirige o teu rosto para Sidom, e profetiza contra ela, 22 e dize:
Assim diz o Senhor Deus:
Eis-me contra ti, ó Sidom, e serei glorificado no meio de ti; e
saberão que eu sou o Senhor, quando nela executar juízos
e nela me santificar. 23 Pois lhe enviarei peste e sangue nas suas
ruas; e os traspassados cairão no meio dela, estando a espada contra
ela por todos os lados; e saberão que eu sou o Senhor. 24 E a casa
de Israel nunca mais terá espinho que a fira, nem abrolho que lhe
cause dor, entre os que se acham ao redor deles e que os desprezam; e
saberão que eu sou o Senhor Deus. 25 Assim diz o Senhor Deus:
Quando eu congregar a casa de Israel dentre os
povos entre os quais estão espalhados, e eu me santificar entre
eles, à vista das nações, então habitarão na sua terra que dei a
meu servo, a Jacó. 26 E habitarão nela seguros; sim, edificarão
casas, e plantarão vinhas, e habitarão seguros, quando eu executar
juízos contra todos os que estão ao seu redor e que os desprezam; e
saberão que eu sou o Senhor seu Deus.
Ezequiel 29
PROFECIA
CONTRA O EGITO
1
No décimo ano, no décimo mês, no dia doze do mês, veio a mim a
palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem,
dirige o teu rosto contra Faraó, rei do Egito, e profetiza contra
ele e contra todo o Egito. 3 Fala, e dize:
Assim diz o Senhor Deus: Eis-me
contra ti, ó Faraó, rei do Egito, grande dragão, que pousas no
meio dos teus rios, e que dizes: O meu rio é meu, e eu o fiz para
mim. 4 Mas eu porei anzóis em teus queixos, e farei que os peixes
dos teus rios se apeguem às tuas escamas; e tirar-te-ei dos teus
rios, juntamente com todos os peixes dos teus nos que se apegarem as
tuas escamas. 5 E te lançarei no deserto, a ti e a todos os peixes
dos teus rios; sobre a face do campo cairás; não serás recolhido
nem ajuntado. Aos animais da terra e às aves do céu te dei por
pasto. 6 E saberão todos os moradores do Egito que eu sou o Senhor,
porque tu tens sido um bordão de cana para a casa de Israel. 7
Tomando-te eles na mão, tu te quebraste e lhes rasgaste todo o
ombro; e quando em ti se apoiaram, tu te quebraste, fazendo
estremecer todos os seus lombos. 8 Portanto, assim diz o
Senhor Deus: Eis que eu trarei sobre ti a
espada, e de ti exterminarei homem e animal. 9 E a terra do Egito se
tornará em desolação e deserto; e saberão que eu sou o Senhor.
Porquanto disseste: O rio é meu, e eu o fiz; 10 por isso eis que eu
estou contra ti e contra os teus rios; e tornarei a terra do Egito em
desertas e assoladas solidões, desde Migdol de Sevené até os
confins da Etiópia. 11 Não passará por ela pé de homem, nem pé
de animal passará por ela, nem será habitada durante quarenta anos.
12 Assim tornarei a terra do Egito em desolação no meio das terras
assoladas, e as suas cidades no meio das cidades assoladas ficarão
desertas por quarenta anos; e espalharei os egípcios entre as
nações, e os dispersarei pelos países. 13 Pois assim diz o
Senhor Deus: Ao cabo de quarenta anos ajuntarei
os egípcios dentre os povos entre os quais foram espalhados. 14 E
restaurarei do cativeiro os egípcios, e os farei voltar à terra de
Patros, à sua terra natal; e serão ali um reino humilde; 15 mais
humilde se fará do que os outros reinos, e nunca mais se exalçará
sobre as nações; e eu os diminuirei, para que não mais dominem
sobre as nações. 16 E não será mais a confiança da casa de
Israel e a ocasião de ser lembrada a sua iniquidade, quando se
virarem para olhar após eles; antes saberão que eu sou o Senhor
Deus. 17 E sucedeu que, no ano vinte e sete, no mês primeiro,
no primeiro dia do mês, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 18
Filho do homem, Nabucodonosor, rei de Babilônia, fez com que o seu
exército prestasse um grande serviço contra Tiro. Toda cabeça se
tornou calva, e todo ombro se pelou; contudo não houve paga da parte
de Tiro para ele, nem para o seu exército, pelo serviço que prestou
contra ela. 19 Portanto, assim diz o Senhor Deus: Eis que eu darei a
Nabucodonosor, rei de Babilônia, a terra do Egito; assim levará ele
a multidão dela, como tomará o seu despojo e roubará a sua presa;
e isso será a paga para o seu exército. 20 Como recompensa do
serviço que me prestou, pois trabalhou por mim, eu lhe dei a terra
do Egito, diz o Senhor Deus. 21 Naquele dia farei brotar um chifre
para a casa de Israel; e te concederei que abras a boca no meio
deles; e saberão que eu sou o Senhor.
Ezequiel 30
O
EGITO CAIRÁ
1
De novo veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Filho do homem, profetiza, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Gemei:
Ah! Aquele
dia! 3 Porque perto está o dia, sim, perto está o
dia do Senhor; dia de nuvens será,
o tempo das nações. 4 E uma espada virá ao Egito, e haverá
angústia na Etiópia, quando caírem os traspassados no Egito; o seu
povo será levado para o cativeiro e serão destruídos os seus
fundamentos. 5 Etiópia, e Pute, e Lude, e todo o povo da Arábia, e
Cube, e os filhos da terra da aliança cairão juntamente com eles à
espada. 6 Assim diz o Senhor: Também cairão os que sustêm o Egito,
e descerá a soberba de seu poder; desde Migdol até Sevené cairão
nela à espada, diz o Senhor Deus. 7 E ficarão desolados no meio das
terras assoladas; e as suas cidades estarão no meio das cidades
desertas. 8 E saberão que eu sou o Senhor, quando eu puser fogo ao
Egito, e forem destruídos todos os que lhe davam auxílio. 9 Naquele
dia sairão mensageiros de diante de mim em navios, para amedrontarem
os etíopes descuidados; e sobre eles haverá angústia, como no dia
do Egito; pois eis que já vem. 10
Assim diz o Senhor Deus: Também farei cessar
do Egito a multidão, por mão de Nabucodonosor,
rei de Babilônia. 11 Ele e o seu povo com ele, os terríveis dentre
as nações, serão introduzidos para destruírem a terra; e
desembainharão as suas espadas contra o Egito, e encherão a terra
de mortos. 12 E eu secarei os rios, e venderei a terra, entregando-a
na mão dos maus, e assolarei a terra e a sua plenitude pela mão dos
estranhos; eu, o Senhor, o disse. 13 Assim diz o Senhor Deus:
Também destruirei os ídolos, e farei cessar
de Mênfis as imagens; e não mais haverá um príncipe na terra do
Egito; e porei o temor na terra do Egito. 14 E assolarei a Patros, e
porei fogo a Zoã, e executarei juízos em Tebas; 15 e derramarei o
meu furor sobre Pelúsio (Sim),
a fortaleza do Egito, e exterminarei a multidão de Tebas; 16 também
atearei um fogo no Egito; Pelúsio (Sim)
terá angústia, Tebas será destruída, e Mênfis terá adversários
em pleno dia. 17 Os mancebos de Om e Pi
Besete cairão à espada, e estas
cidades irão ao cativeiro. 18 E em Tafnes se escurecerá o dia,
quando eu quebrar ali os jugos do Egito, e nela cessar a soberba do
seu poder; quanto a ela, uma nuvem a cobrirá, e suas filhas irão ao
cativeiro. 19 Assim executarei juízos no Egito, e saberão que eu
sou o Senhor. 20 E sucedeu no ano undécimo, no mês primeiro,
aos sete do mês, que veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
21 Filho do homem, eu quebrei o braço de Faraó, rei do Egito; e eis
que não foi atado para se lhe aplicar remédios curativos, nem se
lhe porão ligaduras para o atar, para torná-lo forte, a fim de
pegar na espada. 22 Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que eu
estou contra Faraó, rei do Egito, e quebrarei os seus braços, assim
o forte como o que já foi quebrado; e farei cair da sua mão a
espada. 23 E espalharei os egípcios entre as nações, e os
dispersarei pelas terras. 24 Mas fortalecerei os braços do rei de
Babilônia, e pôr-lhe-ei na mão a minha espada; quebrarei, porém,
os braços de Faraó, e diante daquele gemerá como quem está
mortalmente ferido. 25 Eu sustentarei os braços do rei de Babilônia,
mas os braços de Faraó cairão; e saberão que eu sou o Senhor,
quando eu puser a minha espada na mão do rei de Babilônia, e ele a
estender sobre a terra do Egito.
26
E espalharei os egípcios entre as nações, e os dispersarei pelas
terras; saberão assim
que
eu sou o Senhor.
Ezequiel 31
PROFECIA
CONTRA O FARAÓ
1
Também sucedeu, no ano undécimo, no terceiro mês, ao primeiro do
mês, que veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
2 Filho do homem, dize a Faraó, rei do Egito, e à sua multidão: A
quem és semelhante na tua grandeza? 3 Eis que o assírio era como um
cedro do Líbano, de ramos formosos, de sombrosa ramagem e de alta
estatura; e a sua copa estava entre os ramos espessos. 4 As águas
nutriram-no, o abismo fê-lo crescer; as suas correntes corriam em
torno da sua plantação; assim ele enviava os seus regatos a todas
as árvores do campo. 5 Por isso se elevou a sua estatura sobre todas
as árvores do campo, e se multiplicaram os seus ramos, e se
alongaram as suas varas, por causa das muitas águas nas suas raízes.
6 Todas as aves do céu se aninhavam nos seus ramos; e todos os
animais do campo geravam debaixo dos seus ramos; e à sua sombra
habitavam todos os grandes povos. 7 Assim era ele formoso na sua
grandeza, na extensão dos seus ramos, porque a sua raiz estava junto
às muitas águas. 8 Os cedros no jardim de Deus não o podiam
esconder; as faias não igualavam os seus ramos, e os plátanos não
eram como as suas varas; nenhuma árvore no jardim de Deus se
assemelhava a ele na sua formosura. 9 Formoso o fiz pela abundância
dos seus ramos; de modo que tiveram inveja dele todas as árvores do
Éden
que havia no jardim de Deus. 10 Portanto assim diz o Senhor Deus:
Como se elevou na sua estatura, e se levantou a sua copa no meio dos
espessos ramos, e o seu coração se ufanava da sua altura, 11 eu o
entregarei na mão da mais poderosa das nações, que lhe dará o
tratamento merecido. Eu já o lancei fora. 12 Estrangeiros, da mais
terrível das nações, o cortarão, e o deixarão; cairão os seus
ramos sobre os montes e por todos os
vales, e os seus renovos serão quebrados junto a todas as correntes
da terra; e todos os povos da terra se retirarão da sua sombra, e o
deixarão. 13 Todas as aves do céu habitarão sobre a sua ruína, e
todos os animais do campo estarão sobre os seus ramos; 14 para que
nenhuma de todas as árvores junto às águas se exalte na sua
estatura, nem levante a sua copa no meio dos ramos espessos, nem se
levantem na sua altura os seus poderosos, sim, todos os que bebem
água; porque todos eles estão entregues à morte, até as partes
inferiores da terra, no meio dos filhos dos homens, juntamente com os
que descem à
cova. 15 Assim diz o Senhor Deus: No dia
em que ele desceu ao Seol, fiz eu que houvesse luto; cobri o abismo,
por sua causa, e retive as suas correntes, e detiveram-se as grandes
águas; e fiz que o Líbano o pranteasse; e todas as árvores do
campo por causa dele desfaleceram. 16 Farei tremer as nações ao som
da sua queda, quando o fizer descer ao Seol juntamente com os que
descem à cova; e todas as árvores do Éden
a flor e o melhor do Líbano, todas as que bebem águas, se
consolarão nas partes inferiores da terra; 17 também juntamente com
ele descerão ao Seol, ajuntar-se aos que foram mortos à espada;
sim, aos que foram seu braço, e que habitavam à sua sombra no meio
das nações. 18 A quem, pois, és semelhante em glória e em
grandeza entre as árvores do Éden?
Todavia serás precipitado juntamente com as árvores do Éden
às partes inferiores da terra; no meio dos incircuncisos jazerás
com os que foram mortos à espada: Este
é Faraó e toda a sua multidão, diz o Senhor Deus.
Ezequiel 32
LAMENTAÇÃO
CONTRA FARAÓ
1
Sucedeu que, no ano duodécimo, no mês duodécimo, ao primeiro do
mês, veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, faze uma lamentação sobre Faraó, rei do Egito, e
dize-lhe: Foste assemelhado a um leão novo entre as nações;
contudo tu és como um dragão nos mares; pulavas nos teus rios e os
sujavas, turvando com os pés as suas águas. 3 Assim diz o Senhor
Deus: Estenderei sobre ti a minha rede por meio duma companhia de
muitos povos, e eles te alçarão na minha rede. 4 Então te deixarei
em terra; sobre a face do campo te lançarei, e farei pousar sobre ti
todas as aves do céu, e fartarei de ti os animais de toda a terra. 5
E porei as tuas carnes sobre os montes, e encherei os vales da tua
altura. 6 Também com o teu sangue regarei a terra onde nadas, até
os montes; e as correntes se encherão de ti. 7 E, apagando-te eu,
cobrirei o céu, e enegrecerei as suas estrelas; ao sol encobrirei
com uma nuvem, e a lua não dará a sua luz. 8 Todas as brilhantes
luzes do céu, eu as enegrecerei sobre ti, e trarei trevas sobre a
tua terra, diz o Senhor Deus. 9 E afligirei o coração de muitos
povos, quando eu levar a efeito a tua destruição entre as nações,
até as terras que não conheceste. 10 Demais farei com que muitos
povos fiquem pasmados a teu respeito, e os seus reis serão
sobremaneira amedrontados, quando eu brandir a minha espada diante
deles; e estremecerão a cada momento, cada qual pela sua vida, no
dia da tua queda. 11 Pois assim diz o Senhor Deus: A
espada do rei de Babilônia virá sobre ti. 12 Farei cair a tua
multidão pelas espadas dos valentes; terríveis dentre as nações
são todos eles; despojarão a soberba do Egito, e toda a sua
multidão será destruída. 13 Exterminarei também todos os seus
animais de junto às muitas águas; não as turvará mais pé de
homem, não as turvarão unhas de animais. 14 Então tornarei claras
as suas águas, e farei correr os seus rios como o azeite, diz o
Senhor Deus. 15 Quando eu tornar desolada a terra do Egito, e ela for
despojada da sua plenitude, e quando eu ferir a todos os que nela
habitarem, então saberão que eu sou o Senhor. 16 Esta é a
lamentação que se fará; que as filhas das nações farão sobre o
Egito e sobre toda a sua multidão, diz o Senhor Deus. 17
Também sucedeu que, no ano duodécimo, aos quinze do mês, veio a
mim a palavra do Senhor, dizendo: 18 Filho do
homem, pranteia sobre a multidão do Egito, e faze-a descer, a ela e
às filhas das nações majestosas, até as partes inferiores da
terra, juntamente com os que descem à cova. 19 A quem sobrepujas tu
em beleza? Desce, e deita-te com os incircuncisos. 20 No meio
daqueles que foram mortos à espada eles cairão; à espada ela está
entregue; arrastai-a e a toda a sua multidão. 21 Os poderosos entre
os valentes lhe falarão desde o meio do Seol, com os que o socorrem;
já desceram, jazem quietos os incircuncisos, mortos a espada. 22 Ali
está Assur com toda a sua companhia. Em redor dele estão os seus
sepulcros; todos eles foram mortos, caíram à espada. 23 Os seus
sepulcros foram postos no mais interior da cova, e a sua companhia
está em redor do seu sepulcro; foram mortos, caíram à espada todos
esses que tinham causado espanto na terra dos viventes. 24 Ali está
Elão com toda a sua multidão em redor do seu sepulcro; foram
mortos, caíram
à espada,
e desceram incircuncisos às partes inferiores da terra, todos esses
que causaram terror na terra dos viventes; e levaram a sua vergonha
juntamente com os que descem à cova. 25 No meio dos mortos lhe
puseram a cama entre toda a sua multidão; ao redor dele estão os
seus sepulcros; todos esses incircuncisos foram mortos à espada;
porque causaram terror na terra dos viventes; e levaram a sua
vergonha com os que descem à cova. Está posto no meio dos mortos.
26 Ali estão Meseque, Tubal e toda a sua multidão; ao redor deles
estão os seus sepulcros; todos esses incircuncisos foram mortos à
espada; porque causaram terror na terra dos viventes. 27 E não jazem
com os valentes que dentre os incircuncisos caíram, os quais
desceram ao Seol com as suas armas de guerra e puseram as suas
espadas debaixo das suas cabeças, tendo os seus escudos sobre os
seus ossos; porque eram o terror dos poderosos na terra dos viventes.
28 Mas tu serás quebrado no meio dos incircuncisos, e jazerás com
os que foram mortos à
espada. 29 Ali está Edom, os seus reis e todos os seus príncipes,
que no seu poder foram postos com os que foram mortos à espada;
estes jazerão com os incircuncisos e com os que descem à
cova. 30 Ali estão os príncipes do norte, todos eles, e todos os
sidônios, que desceram com os mortos; envergonhados são pelo terror
causado pelo seu poder; jazem incircuncisos com os que foram mortos à
espada, e levam a sua vergonha com os que descem à cova. 31 Faraó
os verá, e se consolará sobre toda a sua multidão; sim, o próprio
Faraó, e todo o seu exército, traspassados à espada, diz o Senhor
Deus. 32 Pois também eu pus o terror dele na terra dos viventes;
pelo que jazerá no meio dos incircuncisos, com os mortos à espada,
o próprio Faraó e toda a sua multidão, diz o Senhor Deus.
Ezequiel 33
O
DEVER DO ATALAIA
1
Ainda veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, fala
aos filhos do teu povo, e dize-lhes: Quando eu
fizer vir a espada sobre a terra, e o povo da terra tomar um dos
seus, e o constituir por seu atalaia; 3 se, quando ele vir que a
espada vem sobre a terra, tocar a trombeta e avisar o povo; 4 então
todo aquele que ouvir o som da trombeta, e não se der por avisado, e
vier a espada, e o levar, o seu sangue será sobre a sua cabeça. 5
Ele ouviu o som da trombeta, e não se deu por avisado; o seu sangue
será sobre ele. Se, porém, se desse por avisado, salvaria a sua
vida. 6 Mas se, quando o atalaia vir que vem a espada, não tocar a
trombeta, e não for avisado o povo, e vier a espada e levar alguma
pessoa dentre eles, este tal foi levado na sua iniquidade, mas o seu
sangue eu o requererei da mão do atalaia. 7 Quanto a ti, pois, ó
filho do homem, eu te constituí por atalaia sobre a casa de Israel;
portanto ouve da minha boca a palavra, e da minha parte dá-lhes
aviso. 8 Se eu disser ao ímpio: O ímpio, certamente morrerás; e tu
não falares para dissuadir o ímpio do seu caminho, morrerá esse
ímpio na sua iniquidade, mas o seu sangue eu o requererei da tua
mão. 9 Todavia se advertires o ímpio do seu caminho, para que ele
se converta, e ele não se converter do seu caminho, morrerá ele na
sua iniquidade; tu, porém, terás livrado a tua alma. 10 Tu, pois,
filho do homem, dize à casa de Israel: Assim falais vós, dizendo:
Visto que as nossas transgressões e os nossos pecados estão sobre
nós, e nós definhamos neles, como viveremos então? 11 Dize-lhes:
Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio,
mas sim em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva.
Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que
morrereis, ó casa de Israel? 12 Portanto tu, filho do homem, dize
aos filhos do teu povo: A justiça do justo não o livrará no dia da
sua transgressão; e, quanto à impiedade do ímpio, por ela não
cairá ele no dia em que se converter da sua impiedade; nem o justo
pela justiça poderá viver no dia em que pecar. 13 Quando eu disser
ao justo que certamente viverá, e ele, confiando na sua justiça,
praticar iniquidade, nenhuma das suas obras de justiça será
lembrada; mas na sua iniquidade, que praticou, nessa morrerá. 14
Demais, quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se
ele se converter do seu pecado, e praticar a retidão 15 se esse
ímpio, restituir o penhor, devolver o que ele tinha furtado, e andar
nos estatutos da vida, não praticando a iniquidade, certamente
viverá, não morrerá. 16 Nenhum de todos os seus pecados que
cometeu será lembrado contra ele; praticou a retidão e a justiça,
certamente viverá. 17 Todavia, os filhos do teu povo dizem: Não é
reto o caminho do Senhor; mas o próprio caminho deles é que não é
reto. 18 Quando o justo se apartar da sua justiça, praticando a
iniquidade, morrerá nela; 19 e, quando o ímpio se converter da sua
impiedade, e praticar a retidão e a justiça, por estas viverá. 20
Todavia, vós dizeis: Não é reto o caminho do Senhor. Julgar-vos-ei
a cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel. 21 No
ano duodécimo do nosso cativeiro, no décimo mês, aos cinco dias do
mês, veio a mim um que tinha escapado de Jerusalém, dizendo: Caída
está a cidade. 22 Ora a mão do Senhor estivera sobre mim
pela tarde, antes que viesse o que tinha escapado; e ele abrirá a
minha boca antes que esse homem viesse ter comigo pela manhã; assim
se abriu a minha boca, e não fiquei mais em silêncio. 23 Então
veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 24
Filho do homem, os moradores destes lugares desertos da terra de
Israel costumam dizer: Abraão era um só, contudo possuiu a terra;
mas nós somos muitos; certamente nos é dada a terra por herança.
25 Dize-lhes portanto: Assim diz o Senhor Deus: Comeis a carne com o
seu sangue, e levantais vossos olhos para os vossos ídolos, e
derramais sangue! Porventura
haveis de possuir a terra? 26 Vós vos estribais sobre a vossa
espada; cometeis abominações, e cada um contamina a mulher do seu
próximo! E
haveis de possuir a terra? 27 Assim lhes dirás: Assim disse o Senhor
Deus: Vivo eu, que os que estiverem em lugares desertos cairão à
espada, e o que estiver no campo aberto eu o entregarei às feras
para ser devorado, e os que estiverem em lugares fortes e em cavernas
morrerão de peste. 28 E tornarei a terra em desolação e espanto, e
cessará a soberba do seu poder; e os montes de Israel ficarão tão
desolados que ninguém passará por eles. 29 Então saberão que eu
sou o Senhor, quando eu tornar a terra em desolação e espanto, por
causa de todas as abominações que cometeram. 30 Quanto a ti, ó
filho do homem, os filhos do teu povo falam de ti junto às paredes e
nas portas das casas; e fala um com o outro, cada qual a seu irmão,
dizendo: Vinde, peço-vos, e ouvi qual seja a palavra que procede do
Senhor. 31 E eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se assentam
diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as
põem por obra; pois com a sua boca professam muito amor, mas o seu
coração vai após o lucro. 32 E eis que tu és para eles como uma
canção de amores, canção de quem tem voz suave, e que bem tange;
porque ouvem as tuas palavras, mas não as põem por obra. 33 Quando
suceder isso (e há de suceder), saberão que houve no meio deles um
profeta.
Ezequiel 34
PALAVRA
CONTRA OS PASTORES INFIÉIS
1
Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2 Filho do homem, profetiza
contra os pastores de Israel; profetiza, e dize aos pastores: Assim
diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si
mesmos! Não devem os pastores apascentar as ovelhas? 3 Comeis a
gordura, e vos vestis da lã; matais o cevado; mas não apascentais
as ovelhas. 4 A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a
quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer, e a
perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. 5
Assim se espalharam, por não haver pastor; e tornaram-se pasto a
todas as feras do campo, porquanto se espalharam. 6 As minhas ovelhas
andaram desgarradas por todos os montes, e por todo alto outeiro;
sim, as minhas ovelhas andaram espalhadas por toda a face da terra,
sem haver quem as procurasse, ou as buscasse. 7 Portanto, ó
pastores, ouvi a palavra do Senhor: 8 Vivo eu, diz o Senhor Deus, que
porquanto as minhas ovelhas foram entregues à rapina, e as minhas
ovelhas vieram a servir de pasto a todas as feras do campo, por falta
de pastor, e os meus pastores não procuraram as minhas ovelhas, pois
se apascentaram a si mesmos, e não apascentaram as minhas ovelhas; 9
portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Senhor: 10
Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu
estou contra os pastores; das suas mãos requererei as minhas
ovelhas, e farei que eles deixem de apascentar as ovelhas, de sorte
que não se apascentarão mais a si mesmos. Livrarei as minhas
ovelhas da sua boca, para que não lhes sirvam mais de pasto. 11
Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que
eu, eu mesmo, procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei. 12 Como o
pastor busca o seu rebanho, no dia em que está no meio das suas
ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas. Livrá-las-ei de
todos os lugares por onde foram espalhadas, no dia de nuvens e de
escuridão. 13 Sim, tirá-las-ei para fora dos povos, e as
congregarei dos países, e as introduzirei na sua terra, e as
apascentarei sobre os montes de Israel, junto às correntes d'água,
e em todos os lugares habitados da terra. 14 Em bons pastos as
apascentarei, e nos altos montes de Israel será o seu curral;
deitar-se-ão ali num bom curral, e pastarão em pastos gordos nos
montes de Israel. 15 Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas, e eu as
farei repousar, diz o Senhor Deus.
16 A perdida buscarei, e a desgarrada tornarei a trazer; a quebrada
ligarei, e a enferma fortalecerei; e a gorda e a forte vigiarei.
Apascentá-las-ei com justiça. 17 Quanto a vós, ó ovelhas minhas,
assim diz o Senhor Deus: Eis que eu julgarei entre ovelhas e ovelhas,
entre carneiros e bodes. 18 Acaso não vos basta fartar-vos do bom
pasto, senão que pisais o resto de vossos pastos aos vossos pés? E
beber as águas limpas, senão que sujais o resto com os vossos pés?
19 E as minhas ovelhas hão de comer o que haveis pisado, e beber o
que haveis sujado com os vossos pés. 20 Por isso o Senhor Deus assim
lhes diz: Eis que eu, eu mesmo, julgarei entre a ovelha gorda e a
ovelha magra. 21 Porquanto com o lado e com o ombro dais empurrões,
e com as vossas pontas escorneais todas as fracas, até que as
espalhais para fora, 22 portanto salvarei as minhas ovelhas, e não
servirão mais de presa; e julgarei entre ovelhas e ovelhas. 23 E
suscitarei sobre elas um só pastor para as apascentar, o meu servo
Davi. Ele as apascentará, e lhes servirá de pastor. 24 E eu, o
Senhor, serei o seu Deus, e o meu servo Davi será príncipe no meio
delas; eu, o Senhor, o disse. 25 Farei com elas um pacto de paz; e
removerei da terra os animais ruins, de sorte que elas habitarão em
segurança no deserto, e dormirão nos bosques. 26 E delas e dos
lugares ao redor do meu outeiro farei uma bênção; e farei descer a
chuva a seu tempo; chuvas de bênçãos serão. 27 E as árvores do
campo darão o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e estarão
seguras na sua terra; saberão que eu sou o Senhor, quando eu quebrar
os canzis do seu jugo e as livrar da mão dos que se serviam delas.
28 Pois não servirão mais de presa aos gentios, nem as devorarão
mais os animais da terra; mas habitarão seguramente, e ninguém
haverá que as espante. 29 Também lhes levantarei uma plantação de
renome, e nunca mais serão consumidas pela fome na terra, nem mais
levarão sobre si o opróbrio das nações. 30 Saberão, porém, que
eu, o Senhor seu Deus, estou com elas, e que elas são o meu povo, a
casa de Israel, diz o Senhor Deus. 31 Vós, ovelhas minhas, ovelhas
do meu pasto, sois homens, e eu sou o vosso Deus, diz o Senhor
Deus.
Ezequiel 35
PROFECIA
CONTRA O MONTE SEIR
1
Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, dirige o teu rosto contra o monte Seir, e profetiza
contra ele. 3 E dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu estou
contra ti, ó monte Seir, e estenderei a minha mão contra ti, e te
tornarei em desolação e espanto. 4 Farei desertas as tuas cidades,
e tu serás assolado; e saberás que eu sou o Senhor. 5 Pois que
guardaste perpétua inimizade, e entregaste os filhos de Israel ao
poder da espada no tempo da sua calamidade, no tempo do castigo
final; 6 por isso vivo eu, diz o Senhor Deus, que te prepararei para
sangue, e o sangue te perseguirá; visto que não aborreceste o
sangue, por isso o sangue te perseguirá. 7 Farei do monte Seir um
espanto e uma desolação, e exterminarei dele o que por ele passar,
e o que por ele voltar; 8 e encherei os seus montes dos seus mortos;
nos teus outeiros, e nos teus vales, e em todas as tuas correntes
d'água cairão os mortos à espada. 9 Em desolações perpétuas te
porei, e não serão habitadas as tuas cidades. Então sabereis que
eu sou o Senhor. 10 Visto como dizes: Estes dois povos e estas duas
terras serão meus, e havemos de possuí-los, sendo que o Senhor se
achava ali; 11 portanto, vivo eu, diz o Senhor Deus,
que procederei conforme a tua ira, e conforme a tua inveja, de que
usaste, no teu ódio contra eles; e me darei a conhecer entre eles,
quando eu te julgar. 12 E saberás que eu, o Senhor, ouvi todas as
tuas blasfêmias, que proferiste contra os montes de Israel, dizendo:
Já estão assolados, a nós nos são entregues por pasto. 13 Vós
vos engrandecestes contra mim com a vossa boca, e multiplicastes as
vossas palavras contra mim. Eu o ouvi. 14 Assim diz o Senhor
Deus: Quando a terra toda se alegrar, a ti te
farei uma desolação. 15 Como te alegraste com a herança da casa de
Israel, porque foi assolada, assim eu te farei a ti: assolado serás,
ó monte Seir, e todo o Edom, sim, todo ele; e saberão que eu sou o
Senhor.
Ezequiel 36
PROFECIA AOS MONTES DE ISRAEL
1
Tu, ó filho do homem, profetiza aos montes de Israel, e dize: Montes
de Israel, ouvi a palavra do Senhor. 2 Assim
diz o Senhor Deus: Pois que disse o inimigo contra vós: Ah! Ah!
E: As
alturas antigas são nossas para as possuirmos; 3 portanto,
profetiza, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Porquanto, sim, porquanto
vos assolaram e vos devoraram de todos os lados, para que ficásseis
feitos herança do resto das nações, e tendes andado em lábios
paroleiros, e chegastes a ser a infâmia do povo; 4 portanto, ouvi, ó
montes de Israel, a palavra do Senhor Deus: Assim diz o Senhor Deus
aos montes e aos outeiros, às correntes d'água e aos vales, aos
desertos assolados e às cidades desamparadas, que se tornaram presa
e escárnio para o resto das nações que estão ao redor delas; 5
portanto, assim diz o Senhor Deus: Certamente no fogo do meu zelo
falei contra o resto das nações, e contra todo o Edom, que se
apropriaram da minha terra, com toda a alegria
de
seu coração, e com menosprezo da alma, para a lançarem fora a
rapina; 6 portanto, profetiza sobre a terra de Israel, e dize aos
montes e aos outeiros, às correntes d'água e aos vales: Assim diz o
Senhor Deus: Eis que falei no meu zelo e no meu furor, porque
levastes sobre vós o opróbrio das nações. 7 Portanto, assim diz o
Senhor Deus: Eu levantei a minha mão, jurando: Certamente as nações
que estão ao redor de vós levarão o seu opróbrio sobre si mesmas.
8 Mas vós, ó montes de Israel, vós produzireis os vossos ramos, e
dareis o vosso fruto para o meu povo de Israel, pois já está
prestes a vir. 9 pois eis que eu estou convosco, e eu me voltarei
para vós, e sereis lavrados e semeados; 10 e multiplicarei homens
sobre vós, a toda a casa de Israel, a toda ela; e as cidades serão
habitadas, e os lugares devastados serão edificados. 11 Também
sobre vós multiplicarei homens e animais, e eles se multiplicarão,
e frutificarão. E farei que sejais habitados como dantes, e vos
tratarei melhor do que nos vossos princípios. Então sabereis que eu
sou o Senhor. 12 E sobre vós farei andar homens, o meu povo de
Israel; eles te possuirão, e tu serás a sua herança, e nunca mais
os desfilharás. 13 Assim diz o Senhor Deus: Visto como vos dizem: Tu
devoras os homens, e tens desfilhado a tua nação; 14 por isso tu
não devorarás mais os homens, nem desfilharás mais a tua nação,
diz o Senhor Deus. 15 Não te permitirei ouvir mais a afronta das
nações; e não levaras mais sobre ti o opróbrio dos povos, nem
farás tropeçar mais a tua nação, diz o Senhor Deus. 16
Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 17
Filho do homem, quando a casa de Israel habitava na sua terra, então
eles a contaminaram com os seus caminhos e com as suas ações. Como
a imundícia de uma mulher em sua separação, tal era o seu caminho
diante de mim. 18 Derramei, pois, o meu furor sobre eles, por causa
do sangue que derramaram sobre a terra, e porque a contaminaram com
os seus ídolos; 19 e os espalhei entre as nações, e foram
dispersos pelas terras; conforme os seus caminhos, e conforme os seus
feitos, eu os julguei. 20 E, chegando às nações para onde foram,
profanaram o meu santo nome, pois se dizia deles: São estes o povo
do Senhor, e tiveram de sair da sua terra. 21 Mas eu os poupei por
amor do meu santo nome, que a casa de Israel profanou entre as nações
para onde foi. 22 Dize portanto à casa de Israel: Assim diz o Senhor
Deus: Não é por amor de vós que eu faço isto, ó
casa de Israel; mas em atenção ao meu santo nome, que tendes
profanado entre as nações para onde fostes; 23 e eu santificarei o
meu grande nome, que foi profanado entre as nações, o qual
profanastes no meio delas; e as nações saberão que eu sou o
Senhor, diz o Senhor Deus, quando eu for
santificado aos seus olhos. 24 Pois vos
tirarei dentre as nações, e vos congregarei de todos os países, e
vos trarei para a vossa terra. 25 Então aspergirei água pura sobre
vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias, e de
todos os vossos ídolos, vos purificarei. 26 Também vos darei um
coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei
da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de
carne. 27 Ainda porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que
andeis nos meus estatutos, e guardeis as minhas ordenanças, e as
observeis. 28 E habitareis na terra que eu dei a vossos pais, e vós
sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus.(1)
29 Pois eu vos livrarei de todas as vossas imundícias; e chamarei o
trigo, e o multiplicarei, e não trarei fome sobre vós; 30 mas
multiplicarei o fruto das árvores, e a novidade do campo, para que
não mais recebais o opróbrio da fome entre as nações. 31 Então
vos lembrareis dos vossos maus caminhos, e dos vossos feitos que não
foram bons; e tereis nojo em vós mesmos das vossas iniquidades e das
vossas abominações. 32 Não é por amor de vós que eu faço isto,
diz o Senhor Deus, notório vos seja; envergonhai-vos, e confundi-vos
por causa dos vossos caminhos, ó casa de Israel. 33 Assim diz
o Senhor Deus: No dia em que eu vos purificar
de todas as vossas iniquidades, então
farei com que sejam habitadas as cidades e sejam edificados os
lugares devastados. 34 E a terra que estava assolada será lavrada,
em lugar de ser uma desolação aos olhos de todos os que passavam.
35 E dirão: Esta terra que estava assolada tem-se tornado como
jardim do Éden;
e as cidades solitárias, e assoladas, e destruídas, estão
fortalecidas e habitadas. 36 Então as nações que ficarem de resto
em redor de vós saberão que eu, o Senhor, tenho reedificado as
cidades destruídas, e plantado o que estava devastado. Eu, o Senhor,
o disse, e o farei. 37 Assim diz o Senhor Deus:
Ainda por isso serei consultado da parte da casa de Israel, que lho
faça; multiplicá-los-ei como a um rebanho. 38 Como o rebanho para
os sacrifícios, como o rebanho de Jerusalém nas suas solenidades,
assim as cidades desertas se encherão de famílias; e saberão que
eu sou o Senhor.
(1)
Profecia acerca do retorno do exílio, do derramamento do Espírito
Santo e do Novo Israel, ou seja, a igreja. (Ez. 36:24-28)
Ezequiel 37
O
VALE DOS OSSOS SECOS
1
Veio sobre mim a mão do Senhor; e ele me levou no Espírito do
Senhor, e me pôs no meio do vale que estava cheio de ossos; 2 e me
fez andar ao redor deles. E eis que eram muito numerosos sobre a face
do vale; e eis que estavam sequíssimos. 3 Ele me perguntou: Filho
do homem, poderão viver estes ossos? Respondi: Senhor
Deus, tu o sabes. 4 Então me disse: Profetiza
sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do
Senhor. 5 Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que vou fazer
entrar em vós o fôlego da vida, e vivereis. 6 E porei nervos sobre
vós, e farei crescer carne sobre vós, e sobre vos estenderei pele,
e porei em vós o fôlego da vida, e vivereis. Então sabereis que eu
sou o Senhor. 7 Profetizei, pois, como se me deu ordem. Ora
enquanto eu profetizava, houve um ruído; e eis que se fez um
rebuliço, e os ossos se achegaram, osso ao seu osso. 8 E olhei, e
eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a
pele sobre eles por cima; mas não havia neles fôlego. 9 Então ele
me disse: Profetiza ao fôlego da vida,
profetiza, ó filho do homem, e dize ao fôlego da vida: Assim diz o
Senhor Deus: Vem dos quatro ventos, ó fôlego da vida, e assopra
sobre estes mortos, para que vivam. 10 Profetizei, pois, como
ele me ordenara; então o fôlego da vida entrou neles e viveram, e
se puseram em pé, um exército grande em extremo. 11 Então me
disse: Filho do homem, estes ossos são toda a
casa de Israel. Eis que eles dizem: Os nossos ossos secaram-se, e
pereceu a nossa esperança; estamos de todo cortados. 12 Portanto
profetiza, e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu vos
abrirei as vossas sepulturas, sim, das vossas sepulturas vos farei
sair, ó povo meu, e vos trarei à terra de Israel. 13 E quando eu
vos abrir as sepulturas, e delas vos fizer sair, ó povo meu,
sabereis que eu sou o Senhor. 14 E porei em vós o meu Espírito, e
vivereis, e vos porei na vossa terra; e sabereis que eu, o Senhor, o
falei e o cumpri, diz o Senhor. 15 A palavra do Senhor veio a
mim, dizendo: 16 Tu, pois, ó filho do homem,
toma um pau, e escreve nele: Por Judá e pelos filhos de Israel, seus
companheiros. Depois toma outro pau, e escreve nele: Por José, vara
de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus companheiros; 17 e
ajunta um ao outro, para que se unam, e se tornem um só na tua mão.
18 E quando te falarem os filhos do teu povo, dizendo: Porventura não
nos declararás o que queres dizer com estas coisas? 19 Tu lhes
dirás: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu tomarei a vara de José,
que esteve na mão de Efraim, e as das tribos de Israel, suas
companheiras, e lhes ajuntarei a vara de Judá, e farei delas uma só
vara, e elas se farão uma só na minha mão. 20 E os paus, sobre que
houveres escrito, estarão na tua mão, perante os olhos deles. 21
Dize-lhes pois: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu tomarei os filhos
de Israel dentre as nações para onde eles foram, e os congregarei
de todos os lados, e os introduzirei na sua terra; 22 e deles farei
uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de
todos eles; e nunca mais serão duas nações, nem de maneira alguma
se dividirão para o futuro em dois reinos; 23 nem se contaminarão
mais com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com
qualquer uma das suas transgressões; mas eu os livrarei de todas as
suas apostasias com que pecaram, e os purificarei. Assim eles serão
o meu povo, e eu serei o seu Deus. 24 Também meu servo Davi reinará
sobre eles, e todos eles terão um pastor só; andarão nos meus
juízos, e guardarão os meus estatutos, e os observarão. 25 Ainda
habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual habitaram
vossos pais; nela habitarão, eles e seus filhos, e os filhos de seus
filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe
eternamente. 26 Farei com eles um pacto de paz, que será um pacto
perpétuo. E os estabelecerei, e os multiplicarei, e porei o meu
santuário no meio deles para sempre. 27 Meu tabernáculo permanecerá
com eles; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. 28 E as
nações saberão que eu sou o Senhor que santifico a Israel, quando
estiver o meu santuário no meio deles para sempre.
Ezequiel 38
PROFECIA
CONTRA GOGUE
1
Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: 2
Filho do homem, dirige o teu rosto para Gogue,
terra de Magogue,
príncipe e chefe de Meseque e Tubal, e profetiza contra ele, 3 e
dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue,
príncipe e chefe de Meseque e Tubal; 4 e te farei voltar, e porei
anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército,
cavalos e cavaleiros, todos eles vestidos de armadura completa, uma
grande companhia, com pavês e com escudo, manejando todos a espada;
5 Pérsia, Cuche, e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete;
6 Gomer, e todas as suas tropas; a casa de Togarma no extremo norte,
e todas as suas tropas; sim, muitos povos contigo. 7 Prepara-te, sim,
dispõe-te, tu e todas as tuas companhias que se reuniram a ti, e
serve-lhes tu de guarda. 8 Depois de muitos dias serás visitado. Nos
últimos anos virás à terra que é restaurada da guerra, e onde foi
o povo congregado dentre muitos povos aos montes de Israel, que
haviam estado desertos por longo tempo; mas aquela terra foi tirada
dentre os povos, e todos os seus moradores estão agora seguros. 9
Então subirás, virás como uma tempestade, far-te-ás como uma
nuvem para cobrir a terra, tu e todas as tuas tropas, e muitos povos
contigo. 10 Assim diz o Senhor Deus: Acontecerá
naquele dia que terás altivos projetos no teu coração, e
maquinarás um mau desígnio. 11 E dirás: Subirei contra a terra das
aldeias não muradas; irei contra os que estão em repouso, que
habitam seguros, habitando todos eles sem muro, e sem ferrolho nem
portas; 12 a fim de tomares o despojo, e de arrebatares a presa, e
tornares a tua mão contra os lugares desertos que agora se acham
habitados, e contra o povo que foi congregado dentre as nações, o
qual adquiriu gado e bens, e habita no meio da terra. 13 Sabá, e
Dedã, e os mercadores de Társis, com todos os seus leões novos, te
dirão: Vens tu para tomar o despojo? Ajuntaste o teu bando para
arrebatar a presa, para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e
os bens, para saquear grande despojo? 14 Portanto, profetiza, ó
filho do homem, e dize a Gogue: Assim diz o Senhor Deus: Acaso
naquele dia, quando o meu povo Israel habitar seguro, não o saberás
tu? 15 Virás, pois, do teu lugar, lá do extremo norte, tu e muitos
povos contigo, montados todos a cavalo, uma grande companhia e um
exército numeroso; 16 e subirás contra o meu povo Israel, como uma
nuvem, para cobrir a terra. Nos últimos dias hei de trazer-te contra
a minha terra, para que as nações me conheçam a mim, quando eu
tiver vindicado a minha santidade em ti, ó Gogue, diante dos seus
olhos. 17 Assim diz o Senhor Deus: Não
és tu aquele de quem eu disse nos dias antigos, por intermédio de
meus servos, os profetas de Israel, os quais naqueles dias
profetizaram largos anos, que te traria contra eles? 18 Naquele dia,
porém, quando vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor
Deus, a minha indignação subirá às minhas narinas. 19 Pois no meu
zelo, no ardor da minha ira falei: Certamente naquele dia haverá um
grande tremor na terra de Israel; 20 de tal sorte que tremerão
diante da minha face os peixes do mar, as aves do céu, os animais do
campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, bem como
todos os homens que estão sobre a face da terra; e os montes serão
deitados abaixo, e os precipícios se desfarão, e todos os muros
desabarão por terra. 21 E chamarei contra ele a espada sobre todos
os meus montes, diz o Senhor Deus; a espada de cada um se voltará
contra seu irmão. 22 Contenderei com ele também por meio da peste e
do sangue; farei chover sobre ele e as suas tropas, e sobre os muitos
povos que estão com ele, uma chuva inundante, grandes pedras de
saraiva, fogo e enxofre. 23 Assim eu me engrandecerei e me
santificarei, e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações; e
saberão que eu sou o Senhor.
Ezequiel 39
A
QUEDA DE GOGUE
1
Tu, pois, ó filho do homem, profetiza contra Gogue, e dize: Assim
diz o Senhor Deus: Eis que eu sou
contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e Tubal; 2 e te
farei virar e, conduzindo-te, far-te-ei subir do extremo norte, e te
trarei aos montes de Israel. 3 Com um golpe tirarei da tua mão
esquerda o teu arco, e farei cair da tua mão direita as tuas
flechas. 4 Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e
os povos que estão contigo; e às aves de rapina de toda espécie e
aos animais do campo te darei, para que te devorem. 5 Sobre a face do
campo cairás; porque eu falei, diz o Senhor Deus. 6 E enviarei um
fogo sobre Magogue, e entre os que habitam seguros nas ilhas; e
saberão que eu sou o Senhor. 7 E farei conhecido o meu santo nome no
meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo
nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel.
8 Eis que isso vem, e se cumprirá, diz o Senhor Deus;
este é o dia de que tenho falado. 9 E os habitantes das cidades de
Israel sairão, e com as armas acenderão o fogo, e queimarão os
escudos e os paveses, os arcos e as flechas, os bastões de mão e as
lanças; acenderão o fogo com tudo isso por sete anos; 10 e não
trarão lenha do campo, nem a cortarão dos bosques, mas com as armas
acenderão o fogo; e roubarão aos que os roubaram, e despojarão aos
que os despojaram, diz o Senhor Deus. 11 Naquele dia, darei a Gogue
como lugar de sepultura em Israel, o vale dos que passam ao oriente
do mar, o qual fará parar os que por ele passarem; e ali sepultarão
a Gogue, e a toda a sua multidão, e lhe chamarão o Vale de Hamom1
Gogue. 12 E a casa de Israel levará sete meses em sepultá-los, para
purificar a terra. 13 Sim, todo o povo da terra os enterrará; e isto
lhes servirá de fama, no dia em que eu for glorificado, diz o Senhor
Deus. 14 Separarão, pois, homens que incessantemente percorrerão a
terra, para que sepultem os que tiverem ficado sobre a face da terra,
para a purificarem. Depois de passados sete meses, farão a busca; 15
e quando percorrerem a terra, vendo alguém um osso de homem,
levantar-lhe-á ao pé um sinal, até que os enterradores o enterrem
no Vale de Hamom Gogue. 16 E também o nome da cidade será Hamona.
Assim purificarão a terra. 17 Tu, pois, ó filho do homem, assim diz
o Senhor Deus: Dize às aves de toda espécie, e a todos os animais
do campo: Ajuntai-vos e vinde; ajuntai-vos de todos os lados para o
meu sacrifício, que eu sacrifico por vós, sacrifício grande sobre
os montes de Israel, para comerdes carne e beberdes sangue. 18
Comereis as carnes dos poderosos e bebereis o sangue dos príncipes
da terra, dos carneiros e dos cordeiros, dos bodes e dos novilhos,
todos eles cevados em Basã. 19 Comereis da gordura até vos
fartardes, e bebereis do sangue até vos embebedardes, da gordura e
do sangue do sacrifício que vos estou preparando. 20 E à minha mesa
vos fartareis de cavalos e de cavaleiros, de valentes e de todos os
homens de guerra, diz o Senhor Deus.
21
Estabelecerei, pois, a minha glória entre as nações, e todas as
nações verão o meu juízo, que eu tiver executado, e a minha mão,
que sobre elas eu tiver descarregado. 22 E os da casa de Israel
saberão desde aquele dia em diante, que eu sou o Senhor Deus. 23 E
as nações saberão que os da casa de Israel, por causa da sua
iniquidade, foram levados em cativeiro; porque se houveram
traiçoeiramente para comigo, e eu escondi deles o meu rosto; por
isso os entreguei nas mãos de seus adversários, e todos caíram à
espada. 24 Conforme a sua imundícia e conforme as suas transgressões
me houve com eles, e escondi deles o meu rosto. 25 Portanto assim diz
o Senhor Deus: Agora tornarei a trazer Jacó, e me compadecerei de
toda a casa de Israel; terei zelo pelo meu santo nome.
26
E eles se esquecerão tanto do seu opróbrio, como de todas as suas
infidelidades pelas quais transgrediram contra mim, quando eles
habitarem seguros na sua terra, sem haver quem os amedronte; 27
quando eu os tornar a trazer de entre os povos, e os houver ajuntado
das terras de seus inimigos, e for santificado neles aos olhos de
muitas nações. 28 Então saberão que eu sou o Senhor seu Deus,
vendo que eu os fiz ir em cativeiro entre as nações, e os tornei a
ajuntar para a sua terra. Não deixarei lá nenhum deles; 29 nem lhes
esconderei mais o meu rosto; pois derramei o meu Espírito sobre a
casa de Israel, diz o Senhor Deus.
1
– (Ez. 39:11) Hamom Gogue: Vale da Multidão de Gogue.
Ezequiel 40
O
ANJO MEDE O TEMPLO 1
1
No ano vinte e cinco do nosso cativeiro, no princípio do ano, no
décimo dia do mês, no ano catorze depois que a cidade foi
conquistada, naquele mesmo dia veio sobre mim a mão do Senhor, 2 e
em visões de Deus me levou à terra de Israel, e me pôs sobre um
monte muito alto, sobre o qual havia como que um edifício de cidade
para a banda do sul. 3 Levou-me, pois, para lá; e eis um homem cuja
aparência era como a do bronze, tendo na mão um cordel de linho e
uma cana de medir; e ele estava em pé na porta. 4 E disse-me o
homem: Filho do homem, vê com os teus olhos, e
ouve com os teus ouvidos, e põe no teu coração tudo quanto eu te
fizer ver; porque, para to mostrar foste tu aqui trazido. Anuncia
pois à casa de Israel tudo quanto vires. 5 E havia um muro ao
redor da casa do lado de fora, e na mão do homem uma cana de medir
de seis côvados de comprimento, tendo cada côvado um palmo a mais;
e ele mediu a largura do edifício, era uma cana; e a altura, uma
cana. 6 Então veio à porta que olhava para o oriente, e subiu pelos
seus degraus; mediu o limiar da porta, era uma cana de largo, e o
outro limiar, uma cana de largo. 7 E cada câmara tinha uma cana de
comprido, e uma cana de largo; e o espaço entre as câmaras era de
cinco côvados; e o limiar da porta, ao pé do vestíbulo da porta,
em direção da casa, tinha uma cana. 8 Também mediu o vestíbulo da
porta em direção da casa, uma cana. 9 Então mediu o vestíbulo da
porta, e tinha oito côvados; e os seus pilares, dois côvados; e o
vestíbulo da porta olha para a casa. 10 E as câmaras da porta para
o lado do oriente eram três dum lado, e três do outro; a mesma
medida era a das três; também os umbrais dum lado e do outro tinham
a mesma medida. 11 Mediu mais a largura da entrada da porta, que era
de dez côvados; e o comprimento da porta, treze côvados. 12 E a
margem em frente das câmaras dum lado era de um côvado, e de um
côvado a margem do outro lado; e cada câmara tinha seis côvados de
um lado, e seis côvados do outro. 13 Então mediu a porta desde o
telhado de uma câmara até o telhado da outra, era vinte e cinco
côvados de largo, estando porta defronte de porta. 14 Mediu também
o vestíbulo, vinte côvados; e em torno do vestíbulo da porta
estava o átrio. 15 E, desde a dianteira da porta da entrada até a
dianteira do vestíbulo da porta interior, havia cinquenta côvados.
16 Havia também janelas de fechar nas câmaras e nos seus umbrais,
dentro da porta ao redor, e da mesma sorte nos vestíbulos; e as
janelas estavam à roda pela parte de dentro; e nos umbrais havia
palmeiras. 17 Então ele me levou ao átrio exterior; e eis que havia
câmaras e um pavimento feitos para o átrio em redor; trinta câmaras
havia naquele pavimento. 18 E o pavimento, isto é, o pavimento
inferior, corria junto às portas segundo o comprimento das portas.
19 A seguir ele mediu a largura desde a dianteira da porta inferior
até a dianteira do átrio interior, por fora, cem côvados, tanto do
oriente como do norte. 20 E, quanto à porta que olhava para o norte,
no átrio exterior, ele mediu o seu comprimento e a sua largura. 21
As suas câmaras eram três dum lado, e três do outro; e os seus
umbrais e os seus vestíbulos eram da medida da primeira porta: de
cinquenta côvados era o seu comprimento, e a largura de vinte e
cinco côvados. 22 As suas janelas, e o seu vestíbulo, e as suas
palmeiras eram da medida da porta que olhava para o oriente; e
subia-se para ela por sete degraus; e o seu vestíbulo estava diante
dela.
23
Havia uma porta do átrio interior defronte da outra porta tanto do
norte como do oriente; e mediu de porta a porta cem côvados. 24
Então ele me levou ao caminho do sul; e eis que havia ali uma porta
que olhava para o sul; e mediu os seus umbrais e o seu vestíbulo
conforme estas medidas. 25 E havia também janelas em redor do seu
vestíbulo, como as outras janelas; cinquenta côvados era o
comprimento, e a largura vinte e cinco côvados. 26 Subia-se a ela
por sete degraus, e o seu vestíbulo era diante deles; e tinha
palmeiras, uma de uma banda e outra da outra, nos seus umbrais. 27
Também havia uma porta para o átrio interior que olha para o sul; e
mediu de porta a porta, para o sul, cem côvados. 28 Então me levou
ao átrio interior pela porta do sul; e mediu a porta do sul conforme
estas medidas. 29 E as suas câmaras, e os seus umbrais, e o seu
vestíbulo eram conforme estas medidas; e nele havia janelas e no seu
vestíbulo ao redor; o comprimento era de cinquenta côvados, e a
largura de vinte e cinco côvados. 30 Havia um vestíbulo em redor; o
comprimento era de vinte e cinco côvados e a largura de cinco
côvados. 31 O seu vestíbulo olhava para o átrio exterior; e havia
palmeiras nos seus umbrais; e subia-se a ele por oito degraus. 32
Depois me levou ao átrio interior, que olha para o oriente; e mediu
a porta conforme estas medidas; 33 e também as suas câmaras, e os
seus umbrais, e o seu vestíbulo, conforme estas medidas; também
nele havia janelas e no seu vestíbulo ao redor; o comprimento era de
cinquenta côvados, e a largura era de vinte e cinco côvados. 34 E o
seu vestíbulo olhava para o átrio exterior; também havia palmeiras
nos seus umbrais de uma e de outra banda; e subia-se a ele por oito
degraus. 35 Então me levou à porta do norte; e mediu-a conforme
estas medidas. 36 As suas câmaras, os seus umbrais, e o seu
vestíbulo; também tinha janelas em redor; o comprimento era de
cinquenta côvados, e a largura de vinte e cinco côvados. 37 E os
seus umbrais olhavam para o átrio exterior; também havia palmeiras
nos seus umbrais de uma e de outra banda; e subia-se a ela por oito
degraus. 38 Havia uma câmara com a sua entrada junto aos umbrais
perto das portas; aí se lavava o holocausto. 39 E no vestíbulo da
porta havia duas mesas de uma banda, e duas da outra, em que se
haviam de imolar o holocausto e a oferta pelo pecado e a oferta pela
culpa. 40 Também duma banda, do lado de fora, junto da subida para a
entrada da porta que olha para o norte, havia duas mesas; e da outra
banda do vestíbulo da porta, havia duas mesas. 41 Havia quatro mesas
de uma, e quatro mesas da outra banda, junto à porta; oito mesas,
sobre as quais imolavam os sacrifícios. 42 E havia para o holocausto
quatro mesas de pedras lavradas, sendo o comprimento de um côvado e
meio, a largura de um côvado e meio, e a altura de um côvado; e
sobre elas se punham os instrumentos com que imolavam o holocausto e
o sacrifício. 43 E ganchos, de um palmo de comprido, estavam fixos
por dentro ao redor; e sobre as mesas estava a carne da oferta. 44
Fora da porta interior estavam as câmaras para os cantores, no átrio
interior, que estava ao lado da porta do norte; e elas olhavam para o
sul; uma estava ao lado da porta do oriente, e olhava para o norte.
45 E ele me disse: Esta câmara que olha para o
sul é para os sacerdotes que têm a guarda do templo.
46
Mas a câmara que olha para o norte é para os sacerdotes que têm a
guarda do altar, a
saber,
os filhos de Zadoque, os quais dentre os filhos de Levi se chegam ao
Senhor para o servirem. 47 E mediu o átrio; o comprimento era
de cem côvados e a largura de cem côvados, um quadrado; e o altar
estava diante do templo. 48 Então me levou ao vestíbulo do templo,
e mediu cada umbral do vestíbulo, cinco côvados de um lado e cinco
côvados do outro; e a largura da porta era de três côvados de um
lado, e de três côvados do outro.
49
O comprimento do vestíbulo era de vinte côvados, e a largura de
doze côvados; e era por dez degraus que se subia a ele; e havia
colunas junto aos umbrais, uma de um lado e outra do outro.
Ezequiel 41
O
ANJO MEDE O TEMPLO 2
1
Então me levou ao templo, e mediu as umbreiras, seis côvados de
largura de uma banda, e seis côvados de largura da outra, que era a
largura do tabernáculo. 2 E a largura da entrada era de dez côvados;
e os lados da entrada, cinco côvados de uma banda e cinco côvados
da outra; também mediu o seu comprimento, de quarenta côvados, e a
largura, de vinte côvados. 3 E entrou no interior, e mediu cada
umbral da entrada, dois côvados; e a entrada, seis côvados; e a
largura da entrada, sete côvados. 4 Também mediu o seu comprimento,
vinte côvados, e a largura, vinte côvados, diante do templo; e
disse-me: Este é o lugar santíssimo. 5
Então mediu a parede do templo, seis côvados, e a largura de cada
câmara lateral, quatro côvados, por todo o redor do templo. 6 E as
câmaras laterais eram de três andares, câmara sobre câmara, e
trinta em cada andar; e elas entravam na parede que tocava no templo
para essas câmaras laterais em redor, para se susterem nela, porque
não travavam da parede do templo. 7 Também as câmaras laterais
aumentavam de largura de andar em andar, ao passo que se aprofundava
a reentrância da parede, de andar em andar, em volta do templo; e
havia ao lado do templo uma escadaria pela qual se subia do primeiro
ao terceiro andar mediante o segundo. 8 Vi também que havia ao redor
do templo um pavimento elevado; os fundamentos das câmaras laterais
eram da medida de uma cana inteira, seis côvados grandes. 9 A
grossura da parede exterior das câmaras laterais era de cinco
côvados; e o que sobrava do pavimento fora das câmaras laterais,
que estavam junto ao templo, também era de cinco côvados. 10 E por
fora das câmaras havia um espaço livre de vinte côvados de largura
em toda a volta do templo. 11 E as entradas das câmaras laterais
estavam voltadas para a parte do pavimento que sobrava, uma entrada
para o lado do norte, e outra entrada para o do sul; e a largura
desta parte do pavimento era de cinco côvados em redor. 12 Era
também o edifício que estava diante do lugar separado, ao lado que
olha para o ocidente, da largura de setenta côvados; e a parede do
edifício era de cinco côvados de largura em redor, e o seu
comprimento de noventa côvados. 13 Assim mediu o templo, do
comprimento de cem côvados, como também o lugar separado, e o
edifício, e as suas paredes, cem côvados de comprimento. 14 E a
largura da dianteira do templo, e do lugar separado que olha para o
oriente, cem côvados. 15 Também mediu o comprimento do edifício,
diante do lugar separado, que estava por detrás, e as suas galerias
de um e de outro lado, cem côvados. A nave do templo, a
câmara interior, e o vestíbulo do átrio eram forrados; 16 e os
três tinham janelas gradeadas. As galerias em redor nos três
andares, defronte do limiar, eram forradas de madeira em redor, e
isto desde o chão até as janelas (ora as janelas estavam cobertas),
17 até o espaço em cima da porta para a câmara interior, por
dentro e por fora. E em todas as paredes em redor, por dentro e por
fora, tudo por medida. 18 havia querubins e palmeiras de entalhe; e
havia uma palmeira entre querubim e querubim; e cada querubim tinha
dois rostos, 19 de modo que o rosto de homem olhava para a palmeira
de um lado, e o rosto de leão novo para a palmeira do outro lado;
assim era pela casa toda em redor. 20 Desde o chão até acima da
entrada estavam entalhados querubins e palmeiras, como também pela
parede do templo.
21
As ombreiras das portas do templo eram quadradas; e diante do
santuário havia uma coisa semelhante 22 a um altar de madeira, de
três côvados de altura, e o seu comprimento era de dois côvados;
os seus cantos, o seu fundamento e as suas paredes eram de madeira; e
disse-me: Esta é a mesa que está perante a face do Senhor. 23 Ora,
a nave e o santuário ambos tinham portas duplas. 24 As portas tinham
cada uma duas folhas que viravam, duas para uma porta, e duas para a
outra. 25 E havia nas portas da nave querubins e palmeiras de
entalhe, como os que estavam nas paredes; e havia um grande toldo de
madeira diante do vestíbulo por fora. 26 Também havia janelas
fechadas e palmeiras, de uma e de outra banda, pelos lados do
vestíbulo.
Ezequiel 42
O
ANJO MEDE O TEMPLO 3
1
Depois disto fez-me sair para fora, ao átrio exterior, que dá para
o norte; e me levou às câmaras que estavam defronte do largo vazio,
e que estavam defronte do edifício, do lado do norte. 2 Do
comprimento de cem côvados era esse edifício, e da largura de
cinquenta côvados. 3 Em frente dos vinte côvados, que tinha o átrio
interior, e em frente do pavimento que tinha o átrio exterior, havia
galeria contra galeria em três andares. 4 E diante das câmaras
havia um passeio que dava para o átrio interior, e que tinha dez
côvados de largura e cem côvados de comprimento; e as suas portas
davam para o norte. 5 Ora, as câmaras superiores eram mais
estreitas; porque as galerias tomavam destas mais espaço do que das
de baixo e das do meio do edifício. 6 Porque elas eram de três
andares e não tinham colunas como as colunas dos átrios; por isso
desde o chão se iam estreitando mais do que as de baixo e as do
meio. 7 No lado de fora, em paralelo às câmaras e defronte delas no
caminho do átrio exterior, havia um muro que tinha cinquenta côvados
de comprimento. 8 Pois o comprimento da série de câmaras que
estavam no átrio exterior era de cinquenta côvados, enquanto o da
série que estava defronte do templo era de cem côvados. 9 Por
debaixo destas câmaras estava a entrada do lado do oriente, para
quem entra nelas do átrio exterior. 10 Na grossura do muro do átrio
que dava para o oriente, diante do lugar separado, e diante do
edifício, havia também câmaras, 11 com um caminho diante delas,
que eram da mesma feição das câmaras que davam para o norte, sendo
do mesmo comprimento, e da mesma largura, com as mesmas saídas,
disposições e portas. 12 E conforme eram as portas das câmaras que
davam para o sul, era também a porta no topo do caminho, isto é, do
caminho bem em frente do muro à direita para quem entra. 13 Então
me disse: As câmaras do norte, e as câmaras
do sul, que estão diante do lugar separado, são câmaras santas, em
que os sacerdotes que se chegam ao Senhor comerão as coisas
santíssimas. Ali porão as coisas santíssimas, as ofertas de
cereais, as ofertas pelo pecado, e as ofertas pela culpa; porque o
lugar é santo. 14 Quando os sacerdotes entrarem, não sairão do
santuário para o átrio exterior, mas porão ali as suas vestiduras
em que ministram, porque elas são santas; e vestir-se-ão doutras
vestiduras, e assim se aproximarão do lugar pertencente ao povo. 15
Tendo ele acabado de medir o templo interior, fez-me sair pelo
caminho da porta oriental; e o mediu em redor. 16 Mediu o lado
oriental com a cana de medir, quinhentas canas de largura. 17 Mediu o
lado do norte, quinhentas canas, com a cana de medir. 18 Mediu também
o lado do sul, quinhentas canas, com a cana de medir. 19 Deu uma
volta para o lado do ocidente, e mediu quinhentas canas, com a cana
de medir. 20 Mediu-o pelos quatro lados. Havia um muro em redor, de
quinhentas canas de comprimento, e quinhentas de largura, para fazer
separação entre o santo e o profano.
Ezequiel 43
A
GLÓRIA DO SENHOR ENCHEU O TEMPLO
1
Então me levou à porta, à porta que dá para o oriente. 2 E eis
que a glória do Deus de Israel vinha do caminho do oriente; e a sua
voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandecia com a
glória dele. 3 E a aparência da visão que tive era como a da visão
que eu tivera quando ele veio destruir a cidade; eram as visões como
a que tive junto ao rio Quebar; e caí com o rosto em terra. 4 E a
glória do Senhor entrou no templo pelo caminho da porta oriental.
5 E levantou-me o Espírito, e me levou ao átrio interior; e eis que
a glória do Senhor encheu o templo. 6 Então ouvi uma voz que
me foi dirigida de dentro do templo; e um homem se achava de pé
junto de mim. 7 E disse-me: Filho do homem,
este é o lugar do meu trono, e o lugar das plantas dos meus pés,
onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre; e os da casa
de Israel não contaminarão mais o meu nome santo, nem eles nem os
seus reis, com as suas prostituições e com os cadáveres dos seus
reis, nos seus altos, 8 pondo o seu limiar ao pé do meu limiar, e os
seus umbrais junto aos meus umbrais, e havendo apenas um muro entre
mim e eles. Contaminaram o meu santo
nome com as abominações que têm cometido; por isso eu os consumi
na minha ira. 9 Agora lancem eles para longe de mim a sua
prostituição e os cadáveres dos seus reis; e habitarei no meio
deles para sempre. 10 Tu pois, ó filho do homem, mostra aos da casa
de Israel o templo, para que se envergonhem das suas iniquidades; e
meçam o modelo. 11 E se eles se envergonharem de tudo quanto têm
feito, faze-lhes saber a forma desta casa, a sua figura, as suas
saídas e as suas entradas, e todas as suas formas; todas as suas
ordenanças e todas as suas leis; escreve isto à vista deles, para
que guardem toda a sua forma, e todas as suas ordenanças e as
cumpram. 12 Esta é a lei do templo: Sobre o cume do monte todo o seu
contorno em redor será santíssimo. Eis que essa é a lei do templo.
13 São estas as medidas do altar em côvados (o
côvado é um côvado e um palmo);
a parte inferior será de um côvado de altura e um côvado de
largura, e a sua borda, junto a sua extremidade ao redor, de um
palmo; e esta será a base do altar. 14 E do fundo, desde o chão até
a saliência de baixo, será de dois côvados,
e de largura um côvado; e desde a pequena saliência até a
saliência grande será de quatro côvados, e a largura de um côvado.
15 E o altar superior será de quatro côvados; e da lareira do altar
para cima se levantarão quatro pontas. 16 E a lareira do altar terá
doze côvados de comprimento, e doze de largura, quadrado nos quatro
lados. 17 E a saliência terá catorze côvados de comprimento e
catorze de largura, nos seus quatro lados; e a borda, ao redor dela,
será de meio côvado; e o fundo dela será de um côvado, ao redor;
e os seus degraus darão para o oriente. 18 E disse-me: Filho
do homem, assim diz o Senhor Deus: São estas as ordenanças para o
altar, no dia em que o fizerem, para oferecerem sobre ele holocausto
e para espargirem sobre ele sangue. 19 Aos sacerdotes levitas que são
da linhagem de Zadoque, os quais se chegam a mim para me servirem,
diz o Senhor Deus, darás um bezerro para oferta pelo pecado. 20 E
tomarás do seu sangue, e o porás sobre as quatro pontas do altar,
sobre os quatro cantos da saliência e
sobre a borda ao redor; assim o purificarás e os expiarás. 21 Então
tomarás o novilho da oferta pelo pecado, o qual será queimado no
lugar da casa para isso ordenado, fora do santuário. 22 E no segundo
dia oferecerás um bode, sem mancha, para oferta pelo pecado; e
purificarão o altar, como o purificaram com o novilho. 23 Quando
acabares de o purificar, oferecerás um bezerro, sem mancha, e um
carneiro do rebanho, sem mancha. 24 Trá-los-ás, pois, perante o
Senhor; e os sacerdotes deitarão sal sobre eles, e os oferecerão em
holocausto ao Senhor. 25 Durante sete dias prepararás cada dia um
bode como oferta pelo pecado; também prepararão eles um bezerro, e
um carneiro do rebanho, sem mancha. 26 Por sete dias expiarão o
altar, e o purificarão; assim o consagrarão. 27 E, cumprindo eles
estes dias, será que, ao oitavo dia, e dali em diante, os sacerdotes
oferecerão sobre o altar os vossos holocaustos e as vossas ofertas
pacíficas; e vos aceitarei, diz o Senhor Deus.
Ezequiel 44
O
ANJO CITA AS REGRAS DOS SACERDOTES
1
Então me fez voltar para o caminho da porta exterior do santuário,
a qual olha para o oriente; e ela estava fechada. 2 E disse-me o
Senhor: Esta porta ficará fechada, não se
abrirá, nem entrará por ela homem algum; porque o Senhor Deus de
Israel entrou por ela; por isso ficará fechada. 3 Somente o príncipe
se assentará ali, para comer pão diante do Senhor; pelo caminho do
vestíbulo da porta entrará, e por esse mesmo caminho saírá.
4 Então me levou pelo caminho da porta do norte, diante do templo; e
olhei, e eis que a glória do Senhor encheu o templo do Senhor;
pelo que caí com o rosto em terra. 5 Então me disse o Senhor:
Filho do homem, nota bem, vê com os teus olhos, e ouve com os teus
ouvidos, tudo quanto eu te disser a respeito de todas as ordenanças
do templo do Senhor, e de todas as suas leis; e considera no teu
coração a entrada do templo, com todas as saídas do santuário. 6
E dirás aos rebeldes, à casa de Israel: Assim diz o Senhor Deus:
Bastem-vos todas as vossas abominações, ó casa de Israel! 7
Porquanto introduzistes estrangeiros, incircuncisos de coração e
incircuncisos de carne, para estarem no meu santuário, para o
profanarem, quando ofereceis o meu pão, a gordura, e o
sangue; e vós quebrastes o meu pacto, além de todas as vossas
abominações. 8 E não guardastes a ordenança a respeito das minhas
coisas sagradas; antes constituístes, ao vosso prazer, guardas da
minha ordenança no tocante ao meu santuário. 9 Assim diz o Senhor
Deus: Nenhum estrangeiro, incircunciso de coração e carne, de todos
os estrangeiros que se acharem no meio dos filhos de Israel, entrará
no meu santuário. 10 Mas os levitas que se apartaram para longe de
mim, desviando-se de mim após os seus ídolos, quando Israel andava
errado, levarão sobre si a sua punição. 11 Contudo serão
ministros no meu santuário, tendo ao seu cargo a guarda das portas
do templo, e ministrando no templo. Eles imolarão o holocausto, e o
sacrifício para o povo, e estarão perante ele, para o servir. 12
Porque lhes ministraram diante dos seus ídolos, e serviram à casa
de Israel de tropeço de iniquidade; por isso eu levantei a minha mão
contra eles, diz o Senhor Deus, e eles levarão sobre si a sua
punição. 13 E não se chegarão a mim, para me servirem no
sacerdócio, nem se chegarão a nenhuma de todas as minhas coisas
sagradas, às coisas que são santíssimas; mas levarão sobre si a
sua vergonha e as suas abominações que cometeram. 14 Contudo, eu os
constituirei guardas da ordenança no tocante ao templo, em todo o
serviço dele, e em tudo o que nele se fizer. 15 Mas os sacerdotes
levíticos, os filhos de Zadoque, que guardaram a ordenança a
respeito do meu santuário, quando os filhos de Israel se extraviaram
de mim, eles se chegarão a mim, para me servirem; e estarão diante
de mim, para me oferecerem a gordura e o sangue, diz o Senhor Deus;
16 eles entrarão no meu santuário, e se chegarão à minha mesa,
para me servirem, e guardarão a minha ordenança. 17 Quando entrarem
pelas portas do átrio interior, estarão vestidos de vestes de
linho; e não se porá lã sobre eles, quando servirem nas portas do
átrio interior, e dentro da casa. 18 Coifas de linho terão sobre as
suas cabeças, e calções de linho sobre os seus lombos; não se
cingirão de coisa alguma que produza suor. 19 E quando saírem ao
átrio exterior, a ter com o povo, despirão as suas vestes em que
houverem ministrado, pô-las-ão nas santas câmaras, e se vestirão
de outras vestes, para que com as suas vestes não transmitam a
santidade ao povo. 20 Não raparão a cabeça, nem deixarão crescer
o cabelo; tão somente tosquiarão as cabeças. 21 Nenhum sacerdote
beberá vinho quando entrar no átrio interior. 22 Não se casarão
nem com viúva, nem com repudiada; mas tomarão virgens da linhagem
da casa de Israel, ou viúva que for viúva de sacerdote. 23 E a meu
povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano, e o farão
discernir entre o impuro e o puro. 24 No caso de uma controvérsia,
assistirão a ela para a julgarem; pelos meus juízos a julgarão. E
observarão as minhas leis e os meus estatutos em todas as minhas
festas fixas, e santificarão os meus sábados. 25 Eles não se
contaminarão, aproximando-se de um morto; todavia por pai ou mãe,
por filho ou filha, por irmão, ou por irmã que não tiver marido,
se poderão contaminar. 26 Depois de ser ele purificado,
contar-se-lhe-ão sete dias. 27 E, no dia em que ele entrar no lugar
santo, no átrio interior, para ministrar no lugar santo, oferecerá
a sua oferta pelo pecado, diz o Senhor Deus. 28 Eles terão uma
herança; eu serei a sua herança. Não lhes dareis, portanto,
possessão em Israel; eu sou a sua possessão. 29 Eles comerão a
oferta de cereais a oferta pelo pecado, e a oferta pela culpa; e toda
coisa consagrada em Israel será deles. 30 Igualmente as primícias
de todos os primeiros frutos de tudo, e toda oblação de tudo, de
todas as vossas oblações, serão para os sacerdotes; também as
primeiras das vossas massas dareis ao sacerdote, para fazer repousar
uma bênção sobre a vossa casa. 31 Os sacerdotes não comerão de
coisa alguma que tenha morrido de si mesma ou que tenha sido
despedaçada, seja de aves, seja de animais.
Ezequiel 45
OUTRAS
INSTRUÇÕES DO SENHOR
1
Demais, quando repartirdes a terra por sortes em herança, separareis
uma oferta para o Senhor, uma santa porção da terra; o seu
comprimento será de vinte e cinco mil canas, e a largura de dez mil.
Esta será santa em todo o seu termo ao redor. 2 Desta porção o
santuário ocupará quinhentas canas de comprimento, e quinhentas de
largura, em quadrado, e terá em redor um espaço vazio de cinquenta
côvados. 3 Desta área santa medirás um comprimento de vinte e
cinco mil côvados, e uma largura de dez mil; e ali será o
santuário, que é santíssimo. 4 É ela uma porção santa da terra;
será para os sacerdotes, ministros do santuário, que se aproximam
do Senhor para o servir; e lhes servirá de lugar para suas casas, e
de lugar santo para o santuário. 5 Também os levitas, ministros da
casa, terão vinte e cinco mil canas de comprimento, e dez mil de
largura, para possessão sua, para vinte câmaras. 6 E para possessão
da cidade, de largura dareis cinco mil canas, e de comprimento vinte
e cinco mil, ao lado da área santa; o que será para toda a casa de
Israel. 7 O príncipe, porém, terá a sua parte deste lado e do
outro da área santa e da possessão da cidade, defronte da área
santa e defronte da possessão da cidade, tanto ao lado ocidental,
como ao lado oriental; e de comprimento corresponderá a uma das
porções, desde o termo ocidental até o termo oriental. 8 E esta
terra será a sua possessão em Israel; e os meus príncipes não
oprimirão mais o meu povo; mas distribuirão a terra pela casa de
Israel, conforme as suas tribos. 9 Assim diz o Senhor Deus:
Baste-vos, ó príncipes de Israel; afastai a violência e a opressão
e praticai a retidão e a justiça; aliviai o meu povo das vossas
exações, diz o Senhor Deus. 10 Tereis balanças justas, efa justa,
e bato justo. 11 A efa e o bato serão duma mesma medida, de maneira
que o bato contenha a décima parte do hômer, e a efa a décima
parte do hômer; o hômer será a medida padrão. 12 E o siclo será
de vinte jeiras; cinco siclos serão cinco siclos, e dez siclos serão
dez; a vossa mina será de cinquenta siclos. 13 Esta será a oferta
que haveis de fazer: a sexta parte duma efa de cada hômer de trigo;
também dareis a sexta parte duma efa de cada hômer de cevada; 14
quanto à porção fixa do azeite, de cada bato de azeite oferecereis
a décima parte do bato tirado dum coro, que é dez batos, a saber,
um hômer; pois dez batos fazem um hômer; 15 e um cordeiro do
rebanho, de cada duzentos, de todas as famílias de Israel, para
oferta de cereais, e para holocausto, e para oferta pacífica, para
que façam expiação por eles, diz o Senhor Deus. 16 Todo o povo da
terra fará esta contribuição ao príncipe de Israel. 17 Tocará ao
príncipe dar os holocaustos, as ofertas de cereais e as libações,
nas festas, nas luas novas e nos sábados, em todas as festas fixas
da casa de Israel. Ele proverá a oferta pelo pecado, a oferta de
cereais, o holocausto e as ofertas pacíficas, para fazer expiação
pela casa de Israel. 18 Assim diz o Senhor Deus: No primeiro mês, no
primeiro dia do mês, tomarás um bezerro sem mancha, e purificarás
o santuário. 19 O sacerdote tomará do sangue da oferta pelo pecado,
e pô-lo-á nas ombreiras da casa, e nos quatro cantos da saliência
do altar e nas ombreiras da porta do átrio interior. 20 Assim também
farás no sétimo dia do mês, pelos errados e pelos insensatos;
assim fareis expiação pelo templo. 21 No primeiro mês, no dia
catorze de mês, tereis a páscoa, uma festa de sete dias; pão ázimo
se comerá. 22 E no mesmo dia o príncipe proverá, por si e por todo
o povo da terra, um novilho como oferta pelo pecado. 23 E nos sete
dias da festa proverá um holocausto ao Senhor, de sete novilhos e
sete carneiros sem mancha, cada dia durante os sete dias; e um bode
cada dia como oferta pelo pecado. 24 Também proverá uma oferta de
cereais, uma efa para cada novilho, e uma efa para cada carneiro, e
um e him de azeite para cada efa. 25 No sétimo mês, no dia quinze
do mês, na festa, fará o mesmo por sete dias, segundo a oferta pelo
pecado, segundo o holocausto, segundo a oferta de cereais, e segundo
o azeite.
Ezequiel 46
EZEQUIEL
É INSTRUÍDO ACERCA DAS OFERTAS
1
Assim diz o Senhor Deus: A porta do átrio interior, que dá para o
oriente, estará fechada durante os seis dias que são de trabalho;
mas no dia de sábado ela se abrirá; também no dia da lua nova se
abrirá. 2 E o príncipe entrará pelo caminho do vestíbulo da
porta, por fora, e ficará parado junto da ombreira da porta,
enquanto os sacerdotes ofereçam o holocausto e as ofertas pacíficas
dele; e ele adorará junto ao limiar da porta. Então sairá; mas a
porta não se fechará até a tarde. 3 E o povo da terra adorará à
entrada da mesma porta, nos sábados e nas luas novas, diante do
Senhor. 4 E o holocausto que o príncipe oferecer ao Senhor será, no
dia de sábado, seis cordeiros sem mancha e um carneiro sem mancha; 5
e a oferta de cereais será uma efa para o carneiro; e para o
cordeiro, a oferta de cereais será o que puder dar, com um him de
azeite para cada efa. 6 Mas no dia da lua nova será um bezerro sem
mancha, e seis cordeiros e um carneiro; eles serão sem mancha. 7
Também ele proverá, por oferta de cereais, uma efa para o novilho e
uma efa para o carneiro, e para os cordeiros o que puder, com um him
de azeite para cada efa. 8 Quando entrar o príncipe, entrará pelo
caminho do vestíbulo da porta, e sairá pelo mesmo caminho. 9 Mas,
quando vier o povo da terra perante o Senhor nas festas fixas, aquele
que entrar pelo caminho da porta do norte, para adorar, sairá pelo
caminho da porta do sul; e aquele que entrar pelo caminho da porta do
sul, sairá pelo caminho da porta do norte. Não tornará pelo
caminho da porta pela qual entrou, mas sairá seguindo para a sua
frente. 10 Ao entrarem eles, o príncipe entrará no meio deles; e,
saindo eles, sairão juntos. 11 Nas solenidades, inclusive nas festas
fixas, a oferta de cereais será uma efa para um novilho, e uma efa
para um carneiro, mas para os cordeiros será o que se puder dar; e
de azeite um him para cada efa. 12 Quando o príncipe prover uma
oferta voluntária, holocausto, ou ofertas pacíficas, como uma
oferta voluntária ao Senhor, abrir-se-lhe-á a porta que dá para o
oriente, e oferecerá o seu holocausto e as suas ofertas pacíficas,
como houver feito no dia de sábado. Então sairá e, depois de ele
ter saído, fechar-se-á a porta. 13 Proverá ele um cordeiro de um
ano, sem mancha, em holocausto ao Senhor cada dia; de manhã em manhã
o proverá. 14 Juntamente com ele proverá de manhã em manhã uma
oferta de cereais, a sexta parte duma efa de flor de farinha, com a
terça parte de um him de azeite para umedecê-la, por oferta de
cereais ao Senhor, continuamente, por estatuto perpétuo. 15 Assim se
proverão o cordeiro, a oferta de cereais, e o azeite, de manhã em
manhã, em holocausto contínuo. 16 Assim diz o Senhor Deus: Se o
príncipe der um presente a algum de seus filhos, é herança deste,
pertencerá a seus filhos; será possessão deles por herança. 17
Se, porém, der um presente da sua herança a algum dos seus servos,
será deste até o ano da liberdade; então tornará para o príncipe;
pois quanto à herança, será ela para seus filhos. 18 O príncipe
não tomará nada da herança do povo para o esbulhar da sua
possessão; da sua própria possessão deixará herança a seus
filhos, para que o meu povo não seja espalhado, cada um da sua
possessão. 19 Então me introduziu pela entrada que estava ao
lado da porta nas câmaras santas para os sacerdotes, que olhavam
para o norte; e eis que ali havia um lugar por detrás, para a banda
do ocidente. 20 E ele me disse: Este é o lugar
onde os sacerdotes cozerão a oferta pela culpa, e a oferta pelo
pecado, e onde assarão a oferta de cereais, para que não as tragam
ao átrio exterior, e assim transmitam a santidade ao povo. 21
Então me levou para fora, para o átrio exterior, e me fez passar
pelos quatro cantos do átrio; e eis que em cada canto do átrio
havia um átrio. 22 Nos quatro cantos do átrio havia átrios
fechados, de quarenta côvados de comprimento e de trinta de largura;
estes quatro cantos tinham a mesma medida. 23 E neles havia por
dentro uma série de projeções ao redor; e havia lugares para
cozer, construídos por baixo delas ao redor. 24 Então me disse:
Estas são as cozinhas, onde os ministros da casa cozerão o
sacrifício do povo.
Ezequiel 47
AS
ÁGUAS PURIFICADORAS
1
Depois disso me fez voltar à entrada do templo; e eis que saíam
umas águas por debaixo do limiar do templo, para o oriente; pois a
frente do templo dava para o oriente; e as águas desciam pelo lado
meridional do templo ao sul do altar. 2 Então me levou para fora
pelo caminho da porta do norte, e me fez dar uma volta pelo caminho
de fora até a porta exterior, pelo caminho da porta oriental; e eis
que corriam umas águas pelo lado meridional. 3 Saindo o homem para o
oriente, tendo na mão um cordel de medir, mediu mil côvados, e me
fez passar pelas águas, águas que me davam pelos artelhos. 4 De
novo mediu mil, e me fez passar pelas águas, águas que me davam
pelos joelhos; outra vez mediu mil, e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos lombos. 5 Ainda mediu mais mil, e era um
rio, que eu não podia atravessar; pois as águas tinham crescido,
águas para nelas nadar, um rio pelo qual não se podia passar a vau.
6 E me perguntou: Viste, filho do homem?
Então me levou, e me fez voltar à margem do rio. 7 Tendo eu
voltado, eis que à margem do rio havia árvores em grande número,
de uma e de outra banda. 8 Então me disse:
Estas águas saem para a região oriental e, descendo pela Arabá,
entrarão no Mar Morto, e ao entrarem nas águas salgadas, estas se
tornarão saudáveis. 9 E por onde quer que entrar o rio viverá todo
ser vivente que vive em enxames, e haverá muitíssimo peixe; porque
lá chegarão estas águas, para que as águas do mar se tornem
doces, e viverá tudo por onde quer que entrar este rio. 10 Os
pescadores estarão junto dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá
lugar para estender as redes; o seu peixe será, segundo a sua
espécie, como o peixe do Mar Grande, em multidão excessiva. 11 Mas
os seus charcos e os seus pântanos não sararão; serão deixados
para sal. 12 E junto do rio, à sua margem, de uma e de outra banda,
nascerá toda sorte de árvore que dá fruto para se comer. Não
murchará a sua folha, nem faltará o seu fruto. Nos seus meses
produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário. O
seu fruto servirá de alimento e a sua folha de remédio. 13 Assim
diz o Senhor Deus: Este será o termo conforme o qual repartireis a
terra em herança, segundo as doze tribos de Israel. José terá duas
partes. 14 E vós a herdareis, tanto um como o outro; pois sobre ela
levantei a minha mão, jurando que a daria a vossos pais; assim esta
terra vos cairá a vós em herança. 15 E este será o termo da
terra: da banda do norte, desde o Mar Grande, pelo caminho de Hetlom,
até a entrada de Zedade; 16 Hamate, Berota, Sibraim, que
está entre o termo de Damasco e o termo de Hamate; Hazer
Haticom, que está junto ao termo de
Haurã. 17 O termo irá do mar até Hazar-Enom, junto ao termo
setentrional de Damasco, tendo ao norte o termo de Hamate. Essa será
a fronteira do norte. 18 E a fronteira do oriente, entre Haurã, e
Damasco, e Gileade, e a terra de Israel, será o Jordão; desde o
termo do norte até o mar do oriente medireis. Essa será a fronteira
do oriente. 19 E a fronteira meridional será desde Tamar até as
águas de Meribote-Cades1,
ao longo do ribeiro
do Egito até o Mar Grande. Essa será a fronteira meridional. 20 E a
fronteira do ocidente será o Mar Grande, desde o termo do sul até a
entrada de Hamate. Essa será a fronteira do ocidente. 21
Repartireis, pois, esta terra entre vós, segundo as tribos de
Israel. 22 Reparti-la-eis em herança por sortes entre vós e entre
os estrangeiros que habitam no meio de vós e que têm gerado filhos
no meio de vós; e vós os tereis como naturais entre os filhos de
Israel; convosco terão herança, no meio das tribos de Israel. 23 E
será que na tribo em que peregrinar o estrangeiro, ali lhe dareis a
sua herança, diz o Senhor Deus.
1
– (Ez. 47:19) Meribote-Cades: águas da contenda de Cades
Ezequiel 48
OS
LIMITES DAS TRIBOS
1
São estes os nomes das tribos: desde o extremo norte, ao longo do
caminho de Hetlom, até a entrada de Hamate, até Hazar-Enom, junto
ao termo setentrional de Damasco, defronte de Hamate, com as suas
fronteiras estendendo-se do oriente ao ocidente, Dã terá uma
porção. 2 Junto ao termo de Dã, desde a fronteira oriental até a
fronteira ocidental, Aser terá uma porção. 3 Junto ao termo de
Aser, desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental, Naftali
terá uma porção. 4 Junto ao termo de Naftali, desde a fronteira
oriental até a fronteira ocidental, Manasses terá uma porção. 5
Junto ao termo de Manassés, desde a fronteira oriental até a
fronteira ocidental, Efraim terá uma porção. 6 Junto ao termo de
Efraim, desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental, Rúben
terá uma porção. 7 Junto ao termo de Rúben desde a fronteira
oriental até a fronteira ocidental, Judá terá uma porção. 8
Junto ao termo de Judá, desde a fronteira oriental até a fronteira
ocidental, será a oferta que haveis de fazer de vinte e cinco mil
canas de largura, e do comprimento de cada uma das porções, desde a
fronteira oriental até a fronteira ocidental. O santuário estará
no meio dela. 9 A oferta que haveis de fazer ao Senhor será do
comprimento de vinte e cinco mil canas, e da largura de dez mil. 10
Será para os sacerdotes uma porção desta santa oferta, medindo
para o norte vinte e cinco mil canas de comprimento, para o ocidente
dez mil de largura, para o oriente dez mil de largura, e para o sul
vinte e cinco mil de comprimento; e o santuário do Senhor estará no
meio dela. 11 Sim, será para os sacerdotes consagrados dentre os
filhos de Zadoque, que guardaram a minha ordenança, e não se
desviaram quando os filhos de Israel se extraviaram, como se
extraviaram os outros levitas. 12 E o oferecido ser-lhes-á repartido
da santa oferta da terra, coisa santíssima, junto ao termo dos
levitas. 13 Também os levitas terão, consoante o termo dos
sacerdotes, vinte e cinco mil canas de comprimento, e de largura dez
mil; todo o comprimento será vinte e cinco mil, e a largura dez mil.
14 E não venderão nada disto nem o trocarão, nem transferirão as
primícias da terra, porque é santo ao Senhor. 15 Mas as cinco mil,
as que restam da largura, defronte das vinte e cinco mil, ficarão
para uso comum, para a cidade, para habitação e para arrabaldes; e
a cidade estará no meio. 16 E estas serão as suas medidas: a
fronteira setentrional terá quatro mil e quinhentas canas, e a
fronteira do sul quatro mil e quinhentas, e a fronteira oriental
quatro mil e quinhentas, e a fronteira ocidental quatro mil e
quinhentas. 17 Os arrabaldes, que a cidade terá, serão para o norte
de duzentas e cinquenta canas, e para o sul de duzentas e cinquenta,
e para o oriente de duzentas e cinquenta, e para o ocidente de
duzentas e cinquenta. 18 E, quanto ao que ficou do resto no
comprimento, de conformidade com a santa oferta, será de dez mil
para o oriente e dez mil para o ocidente; e corresponderá à santa
oferta; e a sua novidade será para sustento daqueles que servem a
cidade. 19 E os que servem a cidade, dentre todas as tribos de
Israel, cultivá-lo-ão. 20 A oferta inteira será de vinte e cinco
mil canas por vinte e cinco mil; em quadrado a oferecereis como
porção santa, incluindo o que possui a cidade. 21 O que restar será
para o príncipe; desta e da outra banda da santa oferta, e da
possessão da cidade; defronte das vinte e cinco mil canas da oferta,
na direção do termo oriental, e para o ocidente, defronte das vinte
e cinco mil, na direção do termo ocidental, correspondente às
porções, isso será a parte do príncipe; e a oferta santa e o
santuário do templo estarão no meio. 22 A possessão dos levitas, e
a possessão da cidade estarão no meio do que pertencer ao príncipe.
Entre o termo de Judá e o termo de Benjamim será a porção do
príncipe. 23 Ora quanto ao resto das tribos: Desde a fronteira
oriental até a fronteira ocidental, Benjamim terá uma porção. 24
Junto ao termo de Benjamim, desde a fronteira oriental até a
fronteira ocidental, Simeão terá uma porção. 25 Junto ao termo de
Simeão, desde a fronteira oriental até a fronteira ocidental,
Issacar terá uma porção. 26 Junto ao termo de Issacar, desde a
fronteira oriental até a fronteira ocidental, Zebulom terá uma
porção. 27 Junto ao termo de Zebulom, desde a fronteira oriental
até a fronteira ocidental, Gade terá uma porção. 28 Junto ao
termo de Gade, na fronteira sul, para o sul, o termo será desde
Tamar até as águas de Meribate-Cades, até o Ribeiro do Egito, e
até o Mar Grande. 29 Esta é a terra que sorteareis em herança para
as tribos de Israel, e são estas as suas respectivas porções, diz
o Senhor Deus. 30 E estas são as saídas da cidade: Da banda do
norte quatro mil e quinhentos côvados por medida; 31 e as portas da
cidade serão conforme os nomes das tribos de Israel; três portas
para o norte; a porta de Rúben a porta de Judá, e a porta de Levi.
32 Da banda do oriente quatro mil e quinhentos côvados, e três
portas, a saber: a porta de José, a porta de Benjamim, e a porta de
Dã. 33 Da banda do sul quatro mil e quinhentos côvados, e três
portas: a porta de Simeão, a porta de Issacar, e a porta de Zebulom.
34 Da banda do ocidente quatro mil e quinhentos côvados, e as suas
três portas: a porta de Gade, a porta de Aser, e a porta de Naftali.
35 Dezoito mil côvados terá ao redor; e o nome da cidade desde
aquele dia será Jeová Samá (O Senhor está ali).
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